Você já imaginou como seriam os carros fora de linha caso fossem ressuscitados por suas montadoras hoje? Pode parecer pouco comum pensar em veículos antigos no mercado atual, onde não param de aparecer novidades cada vez mais interessantes.
Mas casos assim já ocorreram. Lembra do Fusca em 1993? O que parecia impossível, aconteceu. Com a ideia de combater o desemprego e estimular a indústria de automóveis no Brasil, produzindo carros populares e acessíveis ao povo, o então presidente da República, Itamar Franco, pediu para que a Volkswagen voltasse a produzir o Fusca, modelo que havia deixado de ser produzido no Brasil em 1986.
Após o pedido do presidente, foram oito meses preparando a linha de montagem da Volkswagen para a volta do Besouro, com investimentos de US$ 30 milhões. Em 23 de agosto de 1993, o VW Fusca foi relançado, já como modelo 1994, trazendo 800 novos empregos diretos, 24 mil indiretos. O Fusca 94 era basicamente o mesmo de 1986, mas agregou alguns itens como vidros laminados, catalisador, barras estabilizadoras na frente e na traseira, pneus radiais, freio dianteiro a disco, reforço estrutural e cinto de segurança de três pontos. O processo produtivo também era diferente do último Fusca, tendo uma linha de montagem mais automatizada. Ao ser lançado, o fenômeno Fusca é reconhecido mais uma vez, com uma lista de espera de compra com 13 mil inscritos. O Fusca foi fabricado no Brasil até 1996. Já no México, a velho Fusca só deixou a linha de montagem, em Puebla, em 2003, quando já dividia espaço nas concessionárias com seu sucesso, o New Beetle, que havia sido apresentado pela Volkswagen no Salão de Detroit de 1999.
Outro sucesso entre os populares nos anos de 1990 foi o Chevrolet Corsa, lançado no final de 1993. A versão sedã é montada até hoje no Brasil, mas a variação hatch (2 e 4 portas), picape e perua, foram deixando o mercado brasileiro aos poucos, conforme chegavam novos modelos.
Mas outros países valorizaram a ultrapassada família. Na Argentina, acredite, até hoje o pequeno Corsa duas portas é fabricado praticamente idêntico ao brasileiro de 1994. O sedã ganhou cara nova, como o nosso e por lá também se chama Classic. Já a perua Corsa Wagon, ganhou elementos similares ao do sedã e o nome de Classic Wagon.
Na internet
Entusiastas na internet colocam lenha na fogueira e divulgam imagens feitas por computação gráfica de modelos já fora de linha, porém atualizados. Assim fez o ilustrador João Kleber Amaral, de 26 anos, dono do blog Garagem do João, onde ele posta versões inusitadas de diversos modelos nacionais e importados. A última arte do blogueiro foi a atualização do Fiat Prêmio, como modelo 2010, baseado no Mille Way, que é comercializado pela Fiat até hoje no Brasil.
O Prêmio, sedã derivado do Uno, foi lançado no Brasil em 1985 e foi fabricado no Brasil até 1993, quando a Fiat passou a importá-lo da Argentina até 1996. Os últimos lotes importados vinham com o nome adotado no país vizinho, Duna, mas sem nenhuma alteração aparente.
Veja a comparação do Fiat Prêmio 1993 com o modelo 2010
O sedã compacto que vingou foi o Voyage. Lançado em 1983, o sedã derivado do Gol figurou no mercado nacional até 1996, sempre na linha da primeira geração do Gol. O hatch da Volks avançou até a quinta geração, quando a marca resolveu ressuscitar o Voyage baseando o modelo no novo Gol. Do antigo Voyage, só ficou o nome. Se a moda pega, outros modelo ressuscitarão, seja nas mãos dos ilustradores entusiastas ou das montadoras buscando o prestígio no passado.
