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Ferrari California - Ingresso para o haras

Esportivo mais barato da marca de Maranello é o primeiro carro da linha com motor V8 central dianteiro e a ser equipado com o teto retrátil de metal

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

 

 

A Ferrari foi celebrizada por adaptar às ruas bólidos de pista. Confortos mundanos costumavam ser deixados de fora, tudo em nome de uma experiência mais pura e não filtrada de direção. Isso começou a mudar na década de 1970, em busca de mais consumidores. Uma guinada em direção à comodidade que culminou no modelo California, em 2008, que abre a estreia da casa de Maranello na série Carros dos Sonhos.

 

Confira a super galeria de fotos da Ferrari Califórnia!

 

Criado como um carro de volume, o modelo da marca do cavalinho rampante tem direito a fábrica própria para fazer 2.500 carros/ano — uma grande escala para a marca. A California também está se saindo bem no Brasil, com 22 unidades vendidas em 2010. Sucesso escorado em uma série de primazias que o esportivo estreou dentro da própria linha. A mais óbvia é o teto retrátil em metal, que transforma o conversível em cupê em apenas 14 segundos.

 

Emílio Camanzi dirigiu a Ferrari California em uma reportagem para o Vrum:

 

A outra inovação diz respeito ao coração: é a primeira Ferrari com motor V8 central dianteiro, que inovou na injeção direta. A caixa manual automatizada de dupla embreagem e sete marchas estreou no conversível, bem mais suave nas trocas do que as transmissões de uma embreagem. Atualmente, a 458 Italia usa esse tipo de câmbio, que também estará na FF, sucessora da 612 Scaglietti. Os mais puristas podem optar pelo câmbio manual de seis marchas, cuja alavanca desliza na tradicional grelha de alumínio. A suspensão, por sua vez, inovava na casa com o esquema multilink na traseira – a dianteira mantém os duplos braços triangulares, advindos das pistas.

Desenho toma emprestado elementos de estilo da cultuada Ferrari 250 California



ORIGENS De um lado, a modernidade e de outro, a tradição. O batismo vem das valiosas 250 California, que tiveram apenas 125 unidades feitas entre 1958 e 1963. Um clássico quase que inestimável. Para ter uma ideia, em 2008, um exemplar trocou de mãos por 6,4 milhões de euros, equivalente a R$ 14,2 milhões. E é justamente da antecessora que a atual California tomou emprestados elementos de estilo, como os faróis, que replicam as antigas peças com bolha acrílica, a grande grade incrustada no para-choque, a entrada de ar no longo capô, as saídas de ventilação nos para-lamas dianteiros e as ancas traseiras pronunciadas.

Interior é repleto de tecnologia, com destaque para tela LCD junto ao velocímetro



As linhas disfarçam um pouco as dimensões da California. De um para-choque até outro, são 4,56 metros de comprimento, 1,90m de largura, apenas 1,30m de altura e 2,67m de entre-eixos, o que permite até oferecer dois pequenos lugares traseiros. São medidas que, somadas à eletrônica embarcada e ao teto retrátil — mais pesado e complexo que um de lona —, elevam o peso para 1.735kg. É nessa hora que a sofisticação mecânica paga seus dividendos. Graças ao V8 de 4.3 litros e 32V de 460cv de potência a 7.750rpm e 49,5kgfm de torque a 5.000rpm e ao câmbio de trocas mais rápidas, o cabriolet vai até os 100km/h em apenas 3,9segundos e à velocidade máxima de 310km/h – a versão manual faz o mesmo em 4,2s. O controle de tração F1 TRAC, que privilegia as acelerações, dá uma mão nos números. Para estancar o entusiasmo, os discos de freio Brembo são cerâmicos.



PRATICIDADE A California foi pensada para o uso cotidiano. O couro, onipresente, é da grife Poltrona Fau. A suspensão tem gerenciamento eletrônico, que permite optar por um ajuste mais macio para a cidade. Além disso, estão presentes itens como ar-condicionado com duas zonas de ajuste, sistema de som de alta definição e bancos elétricos, para citar alguns. Ainda dentro da proposta funcional, o porta-malas comporta 340 litros, volume que diminui para 240l com a capota recolhida, espaço que ainda acomoda duas malas. O encosto dos bancos traseiros pode ser rebatido para ampliar o espaço. O preço de R$ 1,35 milhão não chega a ser imperdível. Mas, comparada à 458 Italia, a California sai por R$ 250 mil a menos, valor suficiente para comprar um apartamento de dois quartos na região Centro Sul de Belo Horizonte.

Traseira alta acomoda a capota, que pode ser recolhida em apenas 14 segundos