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Inovar-Auto reduz o preço de carros importados

Apesar do incentivo do Governo, o importador pode ou não repassar o benefício para o consumidor, mas a empresa deverá investir em tecnologia para a produção e operação no Brasil

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Segundo o MDIC, com entrada no Inovar-Auto, a Mitsubishi poderá nacionalizar a produção de alguns modelos

Em vigor desde 1º de janeiro, o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto) já conta com 37 empresas habilitadas como produtoras, importadoras e investidoras. Os novos investimentos previstos por essas empresas chegam a R$ 4,2 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

O programa pode ser uma alternativa para o consumidor comprar veículos mais baratos, com eventuais descontos devido à redução dos impostos de importação.

Até 2017, final do período de vigência do regime automotivo, o governo espera investimentos de R$ 5,5 bilhões e aumento da produção dos atuais 3,3 milhões de automóveis (2012) para mais de 4 milhões, segundo a secretária de Desenvolvimento da Produção do MDIC, Heloisa Menezes. Até o momento, 47 empresas pediram habilitação no Inovar-Auto. "Os números revelam o acerto do novo regime automotivo, que está gerando mais investimentos no Brasil para permitir a produção de carros mais seguros e que consomem menos combustível", diz o ministro Fernando Pimentel.

Os novos projetos para construção de fábricas foram apresentados pela Chery (Jacareí-SP), JAC Motors (Camaçari-BA) e Nissan (Rezende-RJ). A MMC Automotores do Brasil Ltda. (Mitsubishi) anunciou investimentos para o início da produção, no país dos modelos Lancer e ASX, que até hoje são importados.

Vinte empresas instaladas no país foram habilitadas como produtoras, sendo que a Nissan tem duas habilitações, uma como investidor e outra como produtor. As demais são: Agrale, Caoa - responsável pela importação e distribuição de veículos Hyundai -, Fiat, Ford, General Motors, Honda, Hyundai Motor Brasil, International Indústria Automotiva da América do Sul (caminhões), Iveco, Man Latin America, Mercedes-Benz, MMC Automotores do Brasil Ltda. (Mitsubishi), Peugeot Citroën do Brasil, Renault, Scania, SVB Automotores do Brasil S.A. (Suzuki), Toyota, Volkswagen e Volvo do Brasil Veículos Ltda.

Como importadoras, foram habilitadas a Districar Importadora e Distribuidora de Veículos (responsável pelas marcas Ssangyong, Changan e Haima), Venko Motors do Brasil Importadora (Chery), Chrysler Groupl, Stuttgart Sportcar SP Veículos (Porsche), Jaguar e Land Rover Brasil, Volvo Cars Brasil Importadora e Comércio de Veículos, British Cars do Brasil Vitória Ltda (Bentley). e SNS Automóveis Ltda (responsável pela distribuição dos veículos JAC). A DAF Caminhões foi habilitada como investidora.

 

Benefício fiscal

Para receber o benefício, a empresa deverá cumprir os requisitos estabelecidos pelo Ministério da Indústria e Comércio Exterior, pelo Ministério de Ciência e Tecnologia e pelo Ministério da Fazenda. Mas o Governo não divulga como cada montadora ou importadora foi beneficiada, apenas aponta as empresas beneficiadas.

Série 3, da BMW foi um dos beneficiados com a entrada no Inovar-Auto e agora custa a partir de R$ 124.950. O 116i teve redução de R$ 15 mil e hoje está abaixo dos R$ 90 mil



Procuradas pela reportagem, Volvo, PSA e Ford não se manifestaram até o fechamento desta matéria. A BMW divulgou uma nova tabela de preços após a entrada no Inovar-Auto, com descontos em torno de 14%. O 116i, modelo de entrada, que custava R$ 104.950, agora custa R$ 89.950. Os descontos também foram aplicados aos modelos da Mini, marca controlada pela BMW. O modelo de entrada da Mini é o One manual, agora vendido por R$ 74.150. Na linha Cooper, a versão S sai por R$ 99.950. O cabrio Exclusive custa R$ 134.950. O Countryman Chili tem preço de R$ 116.950, enquanto o Coupé Cooper S de R$ 134.950. Por fim, o Roadster Cooper S custa R$ 144.950.


A mesma estratégia foi adotada pela Chrysler, que conseguiu reduzir os valores em até R$ 20 mil. Segundo a marca, foi possível ter a redução de 30% no imposto de importação. O Jeep Cherokee Sport, por exemplo foi de R$ 119,9 mil para para R$ 99,9 mil.

A Toyota também reduziu o preço do sedã Camry, importado do Japão. O modelo custava R$ 161 mil. Hoje, o valor está em R$ 146 mil. A divisão de luxo da Toyota, a Lexus, também reduziu o valor do utilitário esportivo RX 350. O modelo custava R$ 298 mil e hoje tem preço sugerido de R$ 255 mil.

A Mercedes-Benz foi umas das últimas a entrarem no Inovar-Auto. O modelo mais barato da alemã, o Classe B 200, agora custa R$ 104,9 mil, após uma redução de 9,49%. O C 180 Turbo, o carro mais vendido pela marca no Brasil, teve queda no preço de 12,8%, agora é vendido por R$ 121,9 mil. A maior redução em porcentagem ocorreu no C 63 AMG, 24,28%. O esportivo é vendido em dólar, como toda a linha AMG, e agora custa US$ 191,5 mil (R$ 378.078).

Com redução de 9,49%, Mercedes Classe B agora custa R$ 104,9 mil



A Audi foi oficialmente incluída no novo regime e agora poderá importar 3.876 unidades por ano sem a cobrança dos 30 pontos percentuais do IPI. Mas isso pode não significar redução imediata dos preços, já que a marca tem previsão de importar cerca de sete mil unidades até o fim do ano. No entanto, a Audi informou que poderá fazer uma fábrica no Brasil, ou ainda usar a planta da Volkswagen, em São José dos Pinhais (PR), para produzir alguns de seus modelos, como o novo A3, que chegará oficialmente no Brasil em maio. A fábrica paranaense já produziu o antigo A3 nacional, entre 2000 e 2006, quando o modelo ganhou nova geração, que passou a ser importada da Europa. 

Novo A3 é um dos modelos que a Audi poderá fabricar no Brasil