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Concessionárias de veículos têm prejuízos de R$ 16 milhões após ações de vandalismo em manifestação

Através do sindicato, pelo menos oito concessionárias que tiveram prejuízos irão entrar com uma ação contra o estado solicitando o ressarcimento dos danos

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

As concessionárias de veículos da Avenida Antônio Carlos, em Belo Horizonte, ainda calculam os prejuízos após a manifestação popular da última quarta-feira (26), quando vândalos que estavam infiltrados entre os manifestantes, iniciaram um quebra-quebra geral na região. Segundo o Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv-MG), os prejuízos chegam a R$ 16 milhões. Os empresários entrarão com uma ação coletiva contra o Estado para tentar o ressarcimento dos danos.

 

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Uma das lojas mais afetadas foi a Osaka, da Toyota. A gerente regional, Nanci Marchese, informou que foram R$ 1,064.000 em prejuízos. Os vândalos atearam fogo na seção de seminovos e a loja ficou destruída. Lá, 12 computadores, um frigobar e uma TV de 52 polegadas foram roubadas. Oito carros foram destruídos, entre eles duas unidades do recém lançado RAV 4, uma picape Hilux e outras unidades do Corolla e Etios. Além de pedradas e chutes, os veículos tiveram os bancos rasgados e o interior depredados.

Na Forlan Ford, o prejuízo chega aos R$ 200 mil. Toda a fachada foi danificada e a estrutura metálica está condenada. Todos os vidros foram quebrados e 30 equipamentos entre computadores, impressoras e televisões, foram roubados ou destruídos. "Me sinto até feliz, pois meu prejuízo foi até pequeno em relação aos outros comerciantes da região", disse Salvino Pires Sobrinho, diretor da concessionária.

Vidros quebrados e estrutura de metal condenada na Forlan Ford



De todo o estoque de motocicletas da concessionária Honda Minas Motos, mais de 100 foram retiradas do local - entre elas, as mais caras e a linha importada - e guardadas em lugar seguro, mas 12 ficaram no showroom. Quatro delas foram levadas para a frente da loja, na avenida, e queimadas, outras quatro unidades foram danificadas com pedradas e chutes e quatro motos foram roubadas. Também foram levados 120 capacetes e 30 jaquetas que estavam na seção de acessórios.

Nas duas unidades da Volkswagen Mila, os prejuízos somados chegam a R$ 400 mil. A empresa contratou segurança privada para o dia da manifestação, mas os vidros da fachada foram todos quebrados.

Prejuízo na Mila chega a R$ 400 mil



Prevenção
A concessionária Peugeot se blindou dos vândalos antes do início da manifestação. Sabendo do evento que já estava marcado, a empresa retirou todos os veículos e computadores da loja e guardou em uma garagem. O portão foi forçado pelos vândalos para terem acesso aos veículos, mas eles não conseguiram arrombá-lo. Vários vidros foram quebrados e extintores foram roubados. O prejuízo ficou em cerca de R$ 60 mil.

Vernon retirou carros, computadores e colocou tapumes na fachada



Na Grande Minas Chevrolet, nenhum veículo foi danificado, mas vários vidros foram quebrados. As concessionárias Hyundai Caoa e Automark Kia, foram incendiadas. A Caoa ficou completamente destruída e a Kia perdeu vários equipamentos, além de um utilitário Bongo que foi arrastado para a avenida e destruído e uma unidade do SUV Mohave, que foi incendiado.

Comerciantes revoltados
Dois dias antes da manifestação, o Sincodiv-MG enviou ofício protocolado à comandante do policiamento da capital, cel. PM Cláudia Araújo Romualdo solicitando atenção específica para a segurança de nove concessionárias localizadas no trajeto dos manifestantes que já haviam sido depredadas nos dias de partidas da Copa das Confederações, no Mineirão. Segundo o sindicato, não houve resposta e nenhuma providência foi tomada.

"A polícia já estava sabendo e nada fez para proteger as lojas que estavam no caminho dos manifestantes", lamenta o diretor da Mila Volkswagen, Antônio João. "São vândalos sim, mas são pessoas instruídas que acabam colocando na cabeça uma revolta contra o capitalismo e o automóvel é símbolo do capitalismo", completa. O diretor da concessionária diz que um dia após a primeira manifestação, quando tapumes estavam sendo colocados no lugar dos vidros quebrados, um carro com um casal parou em frente ao estabelecimento e a mulher gritou "não adianta arrumar porque vamos quebrar tudo na quarta-feira".

"Radicais de esquerda estão infiltrados, pra mim não são vândalos ou bandidos", opinou a gerente regional da Osaka Toyota, Nanci Marchese.

"São pessoas movidas por motivações políticas, que querem quebrar tudo e há também os vândalos que entram na onda e nem sabem o porque estão ali", disse o diretor da Minas Motos, Manoel Lima.

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Na tarde desta sexta-feira (28), o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, determinou à Secretaria de Estado da Fazenda e à Advocacia Geral do Estado que realizem, em caráter de urgência, estudos para avaliar a possibilidade de prorrogação dos prazos para recolhimento de impostos estaduais por parte de empresas que foram atingidas por atos de vandalismo.

Vários carros foram queimados na Kia Automark. Um Bongo e um Mohave foram parar no meio da avenida



Os estudos sobre a viabilidade desta medida levarão em conta os aspectos legais, além da definição de mecanismos para a adequada identificação das empresas que poderão se credenciar para receber o benefício, incluindo a comprovação dos danos através de ocorrências policiais.

Constatada a viabilidade legal da medida, decreto do governo do Estado, que deverá ser publicado na próxima semana, vai normatizar as prorrogações.

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