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Veículos elétricos: esperança que não desliga

A redução (ou isenção) do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos elétricos e dotados de demais novas tecnologias é um dos principais pontos abordados em pleito da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea

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Veículos elétricos: esperança que não desliga
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

O Zoe é uma dos modelos elétricos da Renault já usados no Brasil

A redução (ou isenção) do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos elétricos e dotados de demais novas tecnologias é um dos principais pontos abordados em pleito da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), tendo em vista ainda não existir uma categoria específica de classificação para esses veículos, que são abordados legalmente como “outros” e pagam IPI de 50%, além do imposto de importação, pois ainda não há produção local. O MDCI, pelo menos por enquanto, não comenta o assunto, mas admite que está em discussão. Discussão que é um alento para a indústria automotiva. Na edição do último sábado (14), o caderno Vrum abordou o tema, no ponto de vista do presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico, Pietro Erber, e hoje dá continuidade ao assunto abordando a proposta das montadoras.

A proposta inclui seis tecnologias – mild híbrido (motor elétrico e a combustão, sendo que apenas nos primeiros minutos é usado o motor elétrico); full híbrido (motor elétrico e a combustão); plug-in híbrido (que pode ser carregado em casa); range extender ou elétrico com autonomia estendida (elétrico com pequeno motor gerador de energia); full elétrico (somente elétrico) e célula a combustível – que são desenvolvidas por diferentes montadoras. E sugere num primeiro momento a isenção do IPI para uma cota de veículos importados até tornar viável a produção no Brasil, além da redução do imposto de importação para peças usadas na produção e na reposição, posteriormente. “A receptividade foi boa. O que brilha é o fato de ter várias tecnologias, ou seja, não estamos falando só de elétricos”, afirma o diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Renault/Nissan, Antônio Calcagnotto. Para ele, esses veículos não podem ser vistos como uma ameaça aos modelos movidos a combustão, mas devem ser considerados complementos.

A Renault, que acaba de concluir a primeira venda de veículos elétricos no Brasil – para a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), que fará experimentos na cidade de Campinas –, conta hoje com uma gama de modelos elétricos: Twizy, carrinho urbano de dois lugares, Kangoo e Fluence (modelos produzidos primeiramente a combustão, mas que já contam com versões elétricas), e Zoe, hatch compacto lançado ano passado na Europa. Todos já fazem parte da frota da montadora no Brasil, mas não estão à venda ao consumidor, devido à falta de incentivos, que acarreta em preço alto. Calcagnotto exemplifica: o Zoe, com preço de 21 mil euros na Europa, custaria entre R$ 210 mil e R$ 215 mil no Brasil hoje, valor que poderia ser reduzido para entre R$ 80 mil e R$ 90 mil com os incentivos pleiteados. “Seria um preço mais coerente tendo em vista que a economia de combustível e de manutenção é brutal. Considerando a tarifa mais cara de energia hoje, seriam gastos R$ 7 para um percurso de 200 quilômetros”, afirma. Ele lembra que o carro elétrico está livre da manutenção habitual que precisa ser dada aos veículos a combustão, como troca de óleo e filtro. Único entrave, a bateria poderia ser fornecida em sistema de leasing, sendo substituída a cada nova tecnologia. “A bateria vai ter uma evolução natural. É como os primeiros celulares e os computadores. Lembram do tamanho?”, compara.