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Mustang: um esportivo de raça nobre

Um dos carros mais charmosos de todos os tempos, o esportivo dispensa requinte no acabamento. Mas o motorista pode brincar com variações no volante, suspensão e motor

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Mustang, que começa a ser vendido nos EUA nos próximos dias e chega em 2016 no mercado brasileiro

É veloz (mas não é furioso) o novo Mustang, que começa a ser vendido nos EUA nos próximos dias e chega em 2016 no mercado brasileiro. Nao foi à toa que ele virou letra de musica: Mustang cor de sangue reflete a força deste verdadeiro ícone da Ford, o mais popular entre todos os esportivos norte-americanos, cantado em prosa e verso, artista e herói em filmes famosos e que chega agora à sexta geração ao comemorar 50 anos de produção.

Apresentado pela Ford esta semana em Los Angeles, o carro segue o princípio que balizou seu lançamento, em 1964: muita esportividade no estilo e na mecânica, mantendo uma ótima relação custo/benefício. Não pretende ser um superesportivo, mas custa menos que a metade dos bólidos alemães. Sua versão básica começa a ser vendida dentro de alguns dias nos EUA por US$ 24 mil, cerca de R$ 55 mil. O mais sofisticado chega a US$ 45 mil. Jornalistas fizeram um longo test-drive de 250 quilômetros com direito a escalar montanhas da Califórnia nas estradinhas apertadas e sinuosas.

2%2b ... Continua oferecendo conforto para motorista e passageiro, mas atrás, nem crianças mais desenvolvidinhas.

ACABAMENTO
Nada requintado, mas correto, boa instrumentação, painel com detalhe em alumínio escovado, fácil leitura dos mostradores.

MECÂNICA São três opções de motor: um 2.3 ecobooster turbinado com 310cv e dois aspirados – um V6 de 304cv e um 5.0 V8 de 442cv. Câmbios automático (convencional) e manual de seis marchas.

TECNOLOGIA
Por meio de práticos comandos no painel, motorista acerta o carro para rodar "sport", "sport " ou "pista". Com variações no volante, suspensão e câmbio das marchas. Tem até dispositivo para arrancar rápido ou "comendo" asfalto. A Ford resgatou a lanterna traseira, que liga três lentes sequenciais ao se acionar as setas, como no Mercury Cougar da década de 1970.

AO VOLANTE Dei uma mancada: dirigi primeiro o vê oitão que anda muito rápido, tem um ruído no escape que encanta os apaixonados pelo tema, funciona suave, agradável e sobe rápido de giro, como convém a um esportivo. Na volta, assumi o 2.3 ecoboost. Um senhor trabalho de engenharia da Ford para tirar 310cv de um quatro cilindros. Mas o motor não tem a suavidade nem o encanto do V8, é ruidoso e geme quando exigido. A suspensão consegue grudar o carro no asfalto, mesmo nas curvas mais apertadas, sem prejudicar o conforto. A direção é bem calibrada e torna a tocada muito prazerosa, mesmo carregando 1.700kg.

NO BRASIL? A Ford não diz que sim nem que não. Mas estará no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro, e a importação deverá se iniciar em 2016. Os engenheiros de Detroit disseram que o motor (virá o V8 com câmbio automático) terá ainda que ser preparado para evitar a corrosão provocada pelos 25% de etanol na gasolina. Preço? Depende de muitas variáveis, inclusive do dólar. Pode-se prever entre R$ 200 mil e R$ 250 mil.

* O jornalista viajou a convite da Ford Motor.

 

FICHA TÉCNICA
» Motores – Ecoboost 2.3, 310cv e torque de 42kgfm; V8 5.0, 441cv e torque de 55kgfm

» Transmissão – Tração traseira, câmbio manual e automático, ambos de seis marchas

» Suspensão - Dianteira, McPherson e traseira, multibraços

» Direção - Pinhão e cremalheira com assistência eletrônica

» Desempenho – Velocidade máxima, Ecoboost, 240km/h e V8, 265km/h; aceleração até 100km/h, Ecoboost, 5,2 segundos e V8, 4,5 segundos

» Dimensões (metros) – Comprimento, 4,78; largura, 1,91; altura, 1,38 e distância entre-eixos, 2,71

» Peso - Ecoboost, 1.661kg e GT, 1.728kg