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Projeção de desempenho do setor automotivo será revisa para baixo

Motivo é a a crise pela qual o setor vem passando. No primeiro bimestre de 2015, vendas e produção acumulam quedas de 23,1% e 22%, respectivamente

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que revisará para baixo todas as projeções feitas para o desempenho do setor automotivo em 2015. O motivo seria a crise pela qual o setor vem passando. No primeiro bimestre de 2015, vendas e produção acumulam quedas de 23,1% e 22%, respectivamente.

Segundo o presidente da Associação, Luiz Moan, os novos números serão "bem piores" dos anunciados no início do ano. A previsão inicial da Anfavea era de estabilidade nas vendas e de crescimento de 4,1% na produção este ano, sobre 2014. Para as exportações, que acumulam queda de 20,8% no bimestre, a projeção era de alta de 1%.

Na quarta-feira, 4, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) também anunciou revisão da sua projeção. A Federação espera, agora, queda de 10% nas vendas de veículos, número bem mais pessimista do que a queda de 0,5% estimada no início do ano.

Selic


Para Moan, a alta de 0,5 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic) anunciada ontem pelo Comitê de Política Econômica (Copom), do Banco Central, para 12,75%, é mais um instrumento de contração do mercado automotivo na medida em que, segundo o presidente da Anfavea, deverá provocar aumento do custo do financiamento de veículos, afetando ainda mais as vendas.

Moan avaliou também que as novas regras do auxílio-doença tiram "mais um grau de competitividade do setor". Pela mudança, as empresas terão de arcar com o pagamento do trabalhador durante até 30 dias de afastamento. Até então, as companhias só pagavam até 15 dias, e o resto era bancado pela Previdência Social.

O presidente da Anfavea citou que o aumento da tributação para empresas que receberam desoneração da folha de pagamento não deve afetar as montadoras, porque elas não recebiam o benefício. Ele destacou, contudo, que o setor de autopeças sentirá o impacto, embora tenham a opção de retornar para o sistema antigo de contribuição direta para o INSS.

Estoques


Com a queda de 26,7% das vendas na variação mensal no mês passado, os estoques de veículos aumentaram de 325,2 mil em janeiro para 329 mil unidades em fevereiro deste ano. Com o crescimento, o estoque do segundo mês deste ano é suficiente para 50 dias de vendas, ante 49 dias em janeiro.

A maior parte dos estoques está concentrada nas concessionárias, onde havia 256,2 mil veículos em fevereiro (equivalente a 39 dias de vendas), maior do que as 251,0 mil unidades estocadas em janeiro. Nas fábricas, o estoque no mês passado era de 69 mil veículos (10 dias), menor do que as 78 mil unidades que estavam estocadas em janeiro.

A fatia de automóveis e veículos comerciais leves biocombustíveis (flex) ficou em 88,4% em fevereiro, patamar abaixo do verificado em janeiro (88,8%). Em fevereiro de 2014, a participação das vendas dos veículos flex era de 87,8%. Ao todo, os veículos flex somaram 158.500 unidades no segundo mês do ano