Um ano depois de anunciar um investimento de R$ 6,5 bilhões no Brasil, a General Motors dobra a aposta. A empresa confirmou hoje que o investimento total no país entre 2014 e 2019 será de R$ 13 bilhões, incluindo uma nova linha de produtos.
A nova parcela de R$ 6,5 bi, que será destinada à concepção de uma família de veículos, corresponde a cerca de 35% do total divulgado pela montadora para mercados emergentes. Aliás, segundo o presidente mundial da GM, Dan Ammann, os novos modelos serão todos destinados a mercados emergentes e esse recurso faz parte do plano de investimentos de R$ 16 bilhões (US$ 5 bilhões) anunciado pela GM para as unidades da China, México e Índia até 2019.
O anúncio do investimento foi feito por Dan Ammann na sede da GM América do Sul, em São Paulo. Ele está no Brasil para uma série de reuniões com a diretoria da empresa. O executivo disse acreditar na retomada do mercado nacional, que passa por um período de queda nas vendas e na produção, com recuo de 18,5% no primeiro semestre em comparação com igual período de 2014.
LANÇAMENTOS No Brasil, serão desenvolvidos e fabricados seis modelos, incluindo um utilitário-esportivo, todos compartilhando uma mesma plataforma e a expectativa é de que os primeiros carros cheguem ao mercado em 2019.
A nova família está sendo desenvolvida por um time multinacional de engenheiros e designers para que, segundo a GM, os produtos atendam perfeitamente às expectativas dos consumidores de Brasil, China, Índia e México. Não há planos de exportação para mercados maduros, como os Estados Unidos.
Segundo o presidente da GM América do Sul, Jaime Ardila, o novo recurso não contempla o carro que irá substituir o Celta: "Nesse aporte adicional não incluímos o carro com preço até R$ 30 mil. Esse projeto está pronto, mas não vamos lançá-lo agora. Os novos modelos serão destinados a segmentos de volume, sem o popular".
Ardila acrescentou que, no Brasil, o novo investimento permitirá à marca Chevrolet continuar a renovação de sua linha de automóveis com foco em conectividade, segurança, eficiência energética e valor atraente. Desde o último anúncio, feito em agosto de 2014, a empresa vem atualizando seu portfólio de produtos e está preparando o lançamento de duas novas tecnologias: o OnStar e a segunda geração do MyLink, que possibilitará ampliar a integração entre motorista, smartphone e o carro de uma forma, garante a GM, " sem precedentes em produtos nacionais".
O executivo anunciou sua aposentadoria e disse que ficará no Brasil até o final deste ano. Ele será substituído por Barry Engle, que foi presidente da Ford na América do Sul, em 2006.
O novo popular da GM está na gaveta por razões sindicais. A proposta era que o carro fosse fabricado na planta que a montadora mantém em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Entretanto, segundo Ardila, a empresa e o sindicato não chegaram a um acordo sobre flexibilidade e melhora da competitividade da unidade.
Para Ardila, este ano as vendas de veículos no Brasil deverão atingir 2,8 milhões de unidades. "O ano que vem será um período de transição, que esperamos ficar estável, e em 2017 haverá crescimento. Os novos modelos serão lançados em um mercado bem melhor do que vemos hoje", afirmou Ardila. (Com agências)