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Honda Civic Si 2015 é carro para entusiasta de esportivo clássico

Samurai japonês tem motor 2.4 de 206 cavalos com ótimo desempenho e design marcante. Honda Civic Si Coupé 2015 deve em equipamentos e aposta no câmbio manual para agradar puristas

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação


É incrível o poder de atração de um aerofólio invocado e um cupê de cor extravagante. Se você quer passar despercebido, não compre um Honda Civic Si 2015. Mas se o objetivo é sentir a emoção de trocas de marcha em alta rotação com motor potente - e aspirado - pode cogitar aquisição.

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O Civic Si voltou ao mercado nacional após um hiato de quase três anos. Até 2011 era produzido no Brasil e oferecido na carroceria sedã com motor 2.0 de 192 cavalos. Agora, é um cupê com visual marcante e bloco 2.4 a gasolina capaz de render 206 cavalos, importado do Canadá. O câmbio continua o mesmo manual de seis marchas. O esportivo tem preço sugerido de R$ 124.000. Mas nesse valor, outros concorrentes oferecem mais por menos.

Estilo

Na nova encarnação do Si, sigla para (Sport Injection), a marca japonesa optou por trazer a versão cupê, que exibe linhas agressivas e possui um aerofólio pretuberante. Nos Estados Unidos, a Honda oferece versão de quatro portas. Olhe ao seu redor no trânsito: é difícil ver um carro semelhante. Trafegar com esse Si pelas ruas é um convite para receber olhares curiosos. Não foram poucos os momentos que um ou outro entusiasta perguntou detalhes do carro.

Na dianteira, o Si possui para-choque bem mais encorpado que as outras versões do Civic. Há um grande difusor de ar, com detalhes em preto e cromados. Os faróis possuem lentes de policarbonato, mas não há opção de luzes de xênon, item desejado pelo público alvo do segmento. Outro bola fora é não ter luzes diurnas de LED. As rodas de liga leve são aro 18” diamantadas com desenho dinâmico e marcante.

Na lateral, as duas grandes portas chamam atenção. Elas possibilitam acesso ao banco traseiro e deixa o carro com visual bem mais esportivo, reforçado pelas pequenas janelas traseiras. Mas além de mais pesadas, o motorista tem que prestar atenção nos obstáculos do passeio ao estacionar, devido ao ângulo de abertura. Os retrovisores não tem repetidores de seta, nem rebatem automaticamente.

O aerofólio domina a visão posterior, um dos destaques do design do Si e é praticamente um imã para quem olha o carro. Laternas traseiras têm desenho exclusivo, assim com o o parachoque. O senão fica com a saída única do escapamento. Apesar de cromada, deveria ser dupla.

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Vida a bordo

O interior segue o padrão da linha Civic, que de série transmite a sensação de um cockpit: instrumentos e console central são voltados para o motorista. Na versão Si, isso é reforçado com detalhes em vermelho nas costuras do volante e alavanca de câmbio em couro. Os gráficos do contagiros e velocímetro também são vermelhos. Os quatro pedais são de alumínio. O console central tem com aplique que imita fibra de carbono e o teto tem material na cor negra.

Os bancos são do formato concha, com desenho esportivo. As laterais largas seguram bem o corpo do motorista e passageiro nas curvas. Há uma faixa e costuras em vermelho e o logo Si. Porém, são de tecido. Num modelo de R$ 124 mil, couro deveria ser item de série e não está disponível nem como opcional.

A posição de dirigir é ótima: volante tem ajustes de altura e profundidade e tem controles do sistema de som, telefone e piloto automático. O banco do motorista tem regulagem de altura e e encosto, mas… é manual. Outro item que merecia um mimo a mais pelo valor do carro.

Motor potente - e aspirado é outro atrativo do bólido

A central multimídia tem tela touchscreen com 7 polegadas. O sistema exibe informações do CD/MP3 player, Bluetooth, entradas USB e HDMI para iPod/iPhone, computador de bordo com dados do veículo e ar-condicionado digital. Os gráficos são bonitos e o sistema bem intuitivo, com exceção do menu áudio: ao clicar no item, exibe lista com todas as mídias disponíveis ao invés da última selecionada. E isso se repete sem fim. O equipamento também não oferece GPS.

O acesso para o banco traseiro deve ser feito pela porta do passageiro. Nessa entrada, uma alavanca recua o banco e o encosto, ampliando o espaço para entrar. Na porta do motorista, somente o encosto recual e é necessária agilidade de contorcionista.

O acabamento interno é bem feito e não apontam falhas de construção. Contudo, há plásticos duros sobre o painel e nas laterais da porta. Rivais como o Volkswagen GTI ou o Mini Cooper S tem acabamento bem superior com preço semelhante.

Ponto positivo, todos os cinco ocupantes têm encosto de cabeça e cintos de três pontos. Mas no banco do meio, apenas crianças tem espaço suficiente. Nas laterais, desde que tenha até 1,70 m o espaço é muito bom. Passou dessa altura, a cabeça vai esbarrar no teto. Há dois pontos para fixação de cadeirinhas com Isofix. O porta malas é largo, mas não é alto e volume fica nos 330 litros. Ou seja, a vocação do Si não é mesmo levar a família. O pneu reserva é do tipo emergência e curiosamente, o extintor de incêndio estava alocado naquele lugar.


Aerofólio 'invocado' dá ares esportivos ao Civic


Ao volante

O Civic Si é um carro para puristas de esportivos clássicos. Mesmo nos Estados Unidos, onde a opção por câmbio automático é unanimidade, o Si só é oferecido com a caixa manual de seis marchas. Além disso, a Honda segue aposta de motor potente e aspirado, enquanto outros concorrentes têm turbo.

O 2.4 i-VTEC 16 válvulas DOHC a gasolina é construído com alumínio no bloco, cabeçote e cárter. Há comando de válvulas variável e o bloco chega aos permitiram atingir a potência de 206 cv a 7.000 rpm e o torque de 23,9 kgf.m a 4.400 rpm, com uma taxa de compressão de 11:1.

Se comparar com o antigo 2.0 i-VTEC, o modelo 2015 ganhou 14 cv na potência e 5 kgf.m no torque de 5 kgf.m. O corte do motor acontece em 7.500 rpm. Até chegar lá, é aceleração firme e crescente, mas sem sufoco. Luzes laranjas no painel começam a acender a partir de 5.000 rpm. Após a quarta luz, é a vez de uma vermelha clarear, indicando a rotação máxima.

No outro lado do painel há o visor do computador de bordo, que além das tradicionais indicações de consumo, exibe um gráfico de porcentagem de potência do motor em tempo real. Brincar com esses dois instrumentos é diversão garantida.

A experiência ao dirigir é muito boa. O i-VTEC apresenta desempenho linear, mesmo sem ter turbo. Basta pisar, que o cupê responde, tanto em aceleração partindo do repouso ou retomadas.

O câmbio manual é preciso nos engates. O pomo é construído em metal e as marchas são bem escalonadas. Faz o casamento perfeito com o 2.4, lembrando os esportivos do passado. Mas vai uma ressalva polêmica. Nessa faixa de preço, deveria sim ter uma opção de caixa automática, fator que faz perder vendas para o GTI ou Cooper S: no modo manual com borboletas no volante, um automático também permite uma tocada esportiva.

Com esse powertrain arisco nas mãos, os japoneses deram atenção redobrada nos equipamentos de segurança. Há controles de estabilidade e tração. Uma central eletrônica detecta falhas de aderência e saídas de pista, freando e liberando ou liberando força na roda afetada, quando necessário. Ainda no pacote segurança, são seis airbags (frontais, laterais e de cortina para motorista e passageiro dianteiro).


A suspensão (dianteira do tipo MacPherson e Multi-Link na traseira) tem barra estabilizadora mais rígida, melhorando a performance em curvas. Na importação do lote para o Brasil, a Honda optou por aumentar um pouco as molas. O resultado é que o modelo suporta bem as condições das nossas vias. É firme sim, mas por incrível que pareça preserva um pouco de conforto para os ocupantes. Também ajudam nesse quesito os pneus Continental ContiSportContact5 225/40R18.

Uma surpresa positiva do carro foi o consumo. Sem o turbo, era esperado um alto gasto de combustível, mas o veículo teve outra postura. Durante o test drive, o computador acusou média de 8,6 km/h. Em alguns trechos com tocada mais mansa, chegou a inacreditáveis 10 km/l. Na pista para as fotos, marcou 5,1 km/l. A média total ficou muito boa para um esportivo.

Conclusão

O Honda Civic Si Coupé 2015 é um carro para puristas de esportivos. Repete com sucesso a fórmula de motor aspirado com caixa manual eficiente. Com visual magnético, atrai olhares por onde passa e manda muito bem em track days.

Seu defeito tem um nome: Volkswagen GTI. O hatch alemão é mais barato, mais potente e mais recheado de equipamentos e itens de conforto. O modelo tem um 2.0 turbo de 220 cavalos e parte dos R$ R$ 111.680. Há também o Mini Cooper S, com motor 2.0 turbo de 192 cavalos. É um foguetinho de R$ 116.500, com acabamento mais premium e sistema start-stop (GTI também tem). Mas como o Si tem um legião de fãs, é uma boa opção, com design arrebatador, que também garante diversão e bom desempenho.

Honda Civic Si Coupé – Ficha técnica


Motor: quatro cilindros em linha, transversal, bloco e cabeçote de alumínio, 2.354 cm³, 16V. Potência de 206 cv a 7.000 rpm; torque de 23,9 mkgf a 4.400 rpm. Tração dianteira.

Transmissão: manual de seis marchas, tração dianteira,

Suspensão: dianteira do tipo McPherson e traseira do tipo multibraços

Freios: discos ventilados na frente e sólidos atrás. ABS com EBD

Dimensões: 4,55 m de comprimento, 1,75 m de largura, 141 m de altura e 2,62 m de entre-eixos. Capacidade do porta-malas: 331litros. Tanque de combustível: 50 litros

Peso: 1.359 kg

Cores: sólidas Taffeta White e Rallye Red e nas perolizadas Crystal Black e Orange Fire.

Garantia: três anos sem limite de quilometragem

Preço: R$ 124.000


Civic Si Coupé – Equipamentos


Logo “Si” na grade dianteira, tampa do porta-malas, volante, bancos e tapetes
Rodas de liga leve aro 18”
Faróis de neblina
Vidros, travas das portas e retrovisores elétricos
Ar-condicionado automático e digital
Câmera de ré
Teto solar elétrico
Áudio com visor LCD de 7” (CD/AM-FM/USB/Bluetooth)
4 alto-falantes, 2 tweeters e 1 subwoofer
Painel de instrumentos com iluminação vermelha
Revestimento de couro no volante e manopla de câmbio com detalhe em alumínio
Bancos com revestimento em tecido exclusivo nas cores preta e vermelha
Volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade
Piloto automático
Airbags frontais, laterais e de cortina para motorista e passageiro dianteiro