UAI

Pesquisadores desenvolvem tinta que se regenera quando sofre um dano leve

A tecnologia libera uma tinta internamente e, depois de alguns segundos após riscado, o objeto está novamente como antes, sem o risco, que desaparece rapidamente

Publicidade
SIGA NO google-news-logo
Pesquisadores desenvolvem tinta que se regenera quando sofre um dano leve
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação


Uma unidade recém-inagurada do Sistema da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) — o Instituto Senai de Inovação (ISI-PR), o primeiro do Brasil — já nasce com as pesquisas em alta. Uma delas chama a atenção: é uma pintura “autocicatrizante”, inédita no país por usar nanocápsulas com tinta e catalisador que são liberadas quando o objeto é arranhado. É como dar à cobertura colorida de um móvel, de um eletrodoméstico ou de um carro a capacidade de se regenerar sozinha. A tecnologia libera uma tinta internamente e, depois de alguns segundos após riscado, o objeto está novamente como antes, sem o risco, que desaparece rapidamente. De acordo com os pesquisadores envolvidos no trabalho, a recuperação pode alcançar até 75% dos danos.

Luiz Carlos Ferracin, coordenador do laboratório de pesquisa do ISI-PR, explica que essas tintas têm o potencial de aumentar significativamente a longevidade dos materiais. “Quando há um risco, microcápsulas, contendo pigmentos, são liberadas de dentro da pintura, reparando-a imediatamente. Algumas montadoras estrangeiras, como a japonesa Nissan, já fazem uso dessa tecnologia em carros de luxo desde 2005. No exterior, já há uma tinta com comportamento similar à que estamos pesquisando.” Ele diz que o estudo encabeçado pela equipe está em fase inicial, e que o projeto terá a duração de 20 meses.

Ferracin esclarece que esse sistema de autocicatrização inclui material contendo partículas sólidas e nanocápsulas com a tinta incorporada numa matriz epóxi. “Quando uma fenda ou um risco se propagam por meio do material, rompem-se as microcápsulas contidas na tinta, que liberam pigmentos no plano da fenda. A pintura, em seguida, misturada ao catalisador, é submetida à polimerização e ‘cura’, para assegurar a continuidade estrutural do local onde ocorreu inicialmente a fenda”, detalha. “Não há nenhum perigo de ocorrerem manchas, pois os componentes serão os mesmos da tinta aplicada. Agora, é importante esclarecer que a tinta original deve ter base epóxi, em que as nanocápsulas são adicionadas aos pigmentos normais”, esclarece.