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Estado de Minas TEST DRIVE

Confira nossas impressões a respeito do Kicks

Nissan acerta em cheio ao trazer seu novo crossover ao mercado nacional, mas precisa "correr" para lançar versões mais baratas


postado em 29/09/2016 11:47

Feliz é o consumidor que está querendo comprar um crossover e tem cerca de R$ 90 mil para gastar. Nenhum outro segmento do mercado nacional disponibiliza tantos produtos de qualidade nesta faixa de preço do que os SUVs compactos urbanos. Honda HR-V, Jeep Renegade, Peugeot 2008, Mitsubishi ASX, Chevrolet Tracker, além dos mais baratos, como Ford Ecosport e Renault Duster. Não vamos dizer aqui qual o melhor, pois todos têm seus atributos e defeitos. A escolha deve ser feita pelo cliente após test drive em pelo menos metade dos modelos citados, para que o arrependimento não estacione na sua garagem todos os dias.

 

Testamos o modelo no asfalto, na areia e até na lama (foto: Bruno Vasconcelos / DP)
Testamos o modelo no asfalto, na areia e até na lama (foto: Bruno Vasconcelos / DP)
 

 

Já testamos os modelos deste segmento, inclusive o Kicks, que tivemos um contato rápido durante o lançamento na véspera dos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro. Agora, pudemos avaliar melhor o crossover da Nissan no Recife. Testamos no asfalto, na areia e até na lama (veja o vídeo de nossa aventura no QR-Code nesta página). Não tivermos pena de sujar o belo desenho do Kicks. A proposta da montadora é sim de um carro urbano para o dia a dia. De segunda a sexta-feira, a rotina do trabalho, da escola, filhos e supermercado. Nos finais de semana, dê adeus ao asfalto e se divirta numa trilha leve, no caminho de uma praia deserta ou de uma fazenda distante. O Kicks não vai reclamar. Aliás, você deve ter notado que colocamos duas fotos mostranto a frente do carro na página, algo bem incomum. A ideia foi mostrar que mesmo no limpinho no asfalto ou sujo na lama, o crossover da Nissan é um colírio para os olhos de aficionados por carros.

 

 

 

E para provar que não é só um  “rostinho bonito” a Nissan deu ao Kicks um interior de carro premium. Vale ressaltar que, por enquanto, a montadora disponibiliza apenas a versão SL, que é a topo de linha, com todos os equipamentos possíveis. Isso justifica o capricho no acabamento e o preço (bem salgado) de R$ 90 mil. Os japoneses deveriam se apressar para trazer versões mais baratas, na casa dos R$ 70 mil, para que o Kicks não seja apenas um carro de imagem da marca. A promessa é que no ano que vem cheguem os modelos mais baratos.

 

Kicks possui um motor de 1.6 litro flex de quatro cilindros e até 114 cv de potência(foto: Bruno Vasconcelos / DP)
Kicks possui um motor de 1.6 litro flex de quatro cilindros e até 114 cv de potência (foto: Bruno Vasconcelos / DP)
 

 

A lista de equipamentos de série da versão topo do Kicks é, provavelmente, a melhor do segmento nesta faixa de preço. A Nissan até inovou ao incluir o mimo tecnológico da visão 360º que o motorista tem do exterior do carro na hora de estacionar. Quatro câmeras (nos retrovisores laterais e nos para-choques traseiro e dianteiro) geram imagem, ao mesmo tempo, de todos os ângulos do crossover e, aliados aos sensores, tornam a missão de estacionar o Kicks numa moleza.

 

Nenhum outro segmento do mercado nacional disponibiliza tantos produtos na faixa do R$ 90 mil do que os SUVs compactos urbanos(foto: Bruno Vasconcelos / DP)
Nenhum outro segmento do mercado nacional disponibiliza tantos produtos na faixa do R$ 90 mil do que os SUVs compactos urbanos (foto: Bruno Vasconcelos / DP)
 

 

Destaque também para a central multimídia com tela sensível ao toque, que inclui navegador GPS e um sistema de som de qualidade. Tudo muito fácil de usar. Ponto positivo também para o acabamento em couro dos bancos e do console, com costuras realçando o capricho que a montadora teve. Outro mimo interessante é uma segunda tela que surge no painel de instrumentos quando o carro é ligado. Posicionada ao lado do velocímetro, nela é possível escolher entre um belo conta-giros digital, informações do computador de bordo, orientação do GPS ou reprodução da mídia que está tocando no sistema principal.

 

Lista de equipamentos de série da versão topo do Kicks é, provavelmente, a melhor do segmento nesta faixa de preço(foto: Nissan / Divulgação)
Lista de equipamentos de série da versão topo do Kicks é, provavelmente, a melhor do segmento nesta faixa de preço (foto: Nissan / Divulgação)
 

 

Anda bem na cidade, mas poderia ser melhor

 

O Kicks é puxado por um motor semelhante ao do Renault Duster (as duas montadoras fazem parte de uma aliança). Trata-se de um 1.6 litro flex de quatro cilindros e até 114 cv de potência. Pelo porte do crossover, a primeira impressão - antes de dirigir - era que o propulsor são teria força suficiente para dar um bom desempenho ao modelo. Mas é aí que entra o trabalho eficiente do câmbio Xtronic CVT. A caixa automática distribui bem os 15,5 kgfm de torque e deixa o carro de 1.142 kg com o aspecto leve de um compacto.

 

Um mimo interessante é uma segunda tela que surge no painel de instrumentos quando o carro é ligado(foto: Nissan / Divulgação)
Um mimo interessante é uma segunda tela que surge no painel de instrumentos quando o carro é ligado (foto: Nissan / Divulgação)
 

 

Verdade que a transmissão CVT privilegia o conforto na cidade. Na estrada, o câmbio às vezes fica um pouco indeciso, principalmente nas retomadas. Um tanto mais de potência daria fôlego maior na estrada e deixaria o Kicks bem mais divertido nas viagens.

O acerto da suspensão é muito bom. Foi conseguido um equilíbrio entre conforto na absorção de impacto e segurança nas curvas. O Kicks inclina pouco - levando em consideração que é um carro alto.

 

Por conta da suspensão, o SUV conseguiu um equilíbrio entre conforto na absorção de impacto e segurança nas curvas(foto: Nissan / Divulgação)
Por conta da suspensão, o SUV conseguiu um equilíbrio entre conforto na absorção de impacto e segurança nas curvas (foto: Nissan / Divulgação)
 

 

O resumo da obra é que a Nissan acertou e deverá se destacar no concorrido segmento. Principalmente quando trouxer versões mais baratas, com menos mimos. Dá para tirar a câmera 360º, trocar o ar-condicionado digital por um analógico, bancos de tecido ao invés do couro e um sistema de som “normal” sem tela multimídia. Com essas mudanças, é possível oferecer um bom crossover na faixa dos R$ 70 mil e disputar a liderança - ou o lugar mais alto do pódio - e levar a medalha de ouro.

 

 

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