O sistema de injeção flex para motos está sendo desenvolvido desde 2005 nos laboratórios da empresa, em Piracicaba, não por acaso um dos maiores pólos de produção de cana e álcool do país, e foi apresentado pela primeira vez em abril de 2007, durante a Automec, em São Paulo. Agora, moto e sistema se unem para materializar uma nova e inédita opção de motorização, já muito comum nos automóveis, que neste ano vão somar uma frota de 5 milhões de unidades em circulação.
Motor
A nova moto vai chegar ao mercado em março de 2009 por um preço, ainda não confirmado, em torno dos R$ 16 mil. O sistema desenvolvido para a AME 300 AG é semelhante ao dos carros flex e tem uma bomba de combustível especialmente projetada para resistir aos efeitos corrosivos do álcool. O motor tem um cilindro, refrigeração a ar, 292 cm³ e fornece 22 cv. Sua base foi o motor de 250 cm³, o mesmo do modelo AME C1 e que também vai equipar o quadriciclo Thunder 300 Flex. O quadro e o visual, com desenho italiano, foram aproveitados da custom AME C1, com rodas em liga leve e muitos cromados.
Para transformar o motor em bicombustível, a taxa de compressão foi aumentada e ainda desenvolveu-se um módulo de processamento eletrônico para controle de injeção, que reconhece a mistura usada no tanque, sua proporção (álcool, gasolina ou ambos) e calibra instantaneamente suas necessidades, junto com sensores de temperatura e oxigênio. Toda a linha de combustível também foi ajustada e reforçada para resistir ao álcool, junto com bico injetor de alta pressão.
Emissões
Com isso, segundo o diretor de marketing da Amazonas, Sthefano Deho, a AME 300 AG, que vai ser produzida na nova fábrica instalada em Manaus, atinge com folga os índices de emissões de poluentes, exigidos a partir de janeiro de 2009 pelas normas ambientais brasileiras, semelhantes à rigorosa Euro III.
Para resolver os eventuais problemas da partida em dias muito frios, quando abastecida com álcool, recomenda-se usar pelo menos um litro de gasolina no tanque, pois, não tem o tanquinho auxiliar, como nos carros. No passado, Honda e Yamaha já fabricaram motos a álcool, mas abandonaram o projeto, junto com o naufrágio do Proálcool. Já os motoboys transformam na marra suas motos para álcool, com uma simples alteração de giglê dos carburadores (que custa menos de R$ 10), na tentativa de economizar, se esquecendo dos custos dos reparos posteriores ocasionados pelo álcool. Com o lançamento, espera-se que a Magneti Marelli e a Bosch, empresas sistemistas, também ofereçam seus sistemas, popularizando e barateando essa nova opção.
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