A marca Royal Enfield tem uma longa história, que começou em 1901, na Inglaterra, primeiro fabricando bicicletas e motores estacionários. Logo depois, juntando os motores e as bicicletas, vieram as motocicletas, que também entraram no esforço das Grandes Guerras com modelos militares, que se espalharam pelo mundo. No início dos anos 1970, a marca fechou as portas na Inglaterra, mas permaneceu em produção na Índia, que agora faz o caminho inverso, exportando para todo o mundo, inclusive para o Brasil, onde desembarca oficialmente.
A Bullet 500 – que chega ao Brasil junto com a Classic, com quem divide o motor, além da “café racer” Continental GT 535 – é considerada a motocicleta em produção, sem descontinuidade, mais antiga do mundo, um troféu que teve início em 1932, há quase nove décadas. O desenho de época foi mantido, assim como o lema da marca, “puro motociclismo”, que também reflete a sua tese mais atual: “enquanto o mundo gira rápido, nós vamos com calma”. É que o foco da marca não é o desempenho, mas a robustez.
Além disso, os tempos modernos aposentaram o jurássico carburador, substituído pela injeção eletrônica de combustível.
ANDANDO O robusto motor proporciona surpreendente agilidade, especialmente em baixas velocidades, com uma relação de marchas mais curta que facilita as retomadas. Entretanto, além da idade avançada, os propulsores de um cilindro padecem do chamado “mal de Parkinson”, com vibrações mais elevadas em consequência de um projeto congelado no tempo. A velocidade final, porém, permite transitar em rodovias, dentro das velocidades máximas estabelecidas, sem muita adrenalina.
As suspensões, apesar de também convencionais, são adaptadas para encarar pisos irregulares, características tanto na Índia, quanto no Brasil. Na dianteira, tubos de 35mm e 130mm de curso. Na traseira, duplo amortecedor com cinco regulagens e 80mm de curso.