O Tipo 57 também é o veículo que mais foi influenciado por Jean Bugatti, filho de Ettore, e herdeiro da marca. Jean foi responsável pelo estilo de diversas variantes do modelo, entre elas o sedã Gabilier, o duas portas Ventoux e o cupê Atlantic. Como era costume para carro de luxo na época, a requintada lataria era feita pelos encarroçadores, profissionais especializados em moldar e construir as chapas de forma artesanal.
Mas, de todas as versões desenhadas por Jean, uma das mais belas e refinadas era a conversível Aravis, feita a partir de 1937, sobre uma plataforma Tipo 57C, evolução do projeto original com chassis mais pesado, novo suporte de motor e ajustes nas câmaras de combustão e desenho das válvulas de admissão e escape. Jean Bugatti morreu em um acidente de carro, em 1939, o que torna os modelos que desenhou ainda mais cobiçados no mercado de clássicos.
Apenas quatro unidades do conversível Aravis foram produzidas, uma das quais foi a leilão na última edição do Pebble Beach Concours dElegance, com estimativa de venda entre US$ 1,5 milhão a US$ 1,8 milhão (aproximadamente de R$ 2,87 milhões a R$ 3,44 milhões). O modelo foi construído em 1938, com carroceria Gangloff da cidade de Colmar, próxima à fábrica da Bugatti, em Molsheim. O veículo se destaca por ter toda a sua história conhecida e documentada.
Depois de passar pelas mãos de colecionadores franceses e norte-americanos, foi submetido a um cuidadoso processo de restauração que, além de recuperar exterior e equipamentos, acrescentou um compressor volumétrico que segue as especificações originais Bugatti.
O veículo é equipado com um V8 3.3 litros de 220 cv. Entre os requintes mecânicos estão o câmbio de quatro velocidades, comando de válvulas no cabeçote e freios hidráulicos nas quatro rodas. Aliás, um dos poucos Bugattis com o equipamento, já que, assim como Henry Ford, Ettore Bugatti era relutante em adotá-los.