O negócio começou quando Joaquim comprou quatro jardineiras da antiga fábrica de tecidos Cachoeirinha, que já não eram mais usadas para transportar funcionários. A partir de então, começou a fazer transporte coletivo, com itinerário que ia do bairro Cachoeirinha à Praça Sete. Posteriormente, as viagens foram transferidas para o bairro Santa Tereza, onde ficou até retornar à circulação no local de origem. "Tinha horário marcado para sair, mas não era pontual. Eles esperavam a jardineira encher para então começar a fazer o itinerário", conta Cláudio.
Sob seus cuidados está um rico acervo. Dessa época, guarda equipamentos operacionais das jardineiras, como galões de combustível, bomba de encher pneus, extintor de incêndio e motolia - recipiente para armazenar óleo para lubrificação de determinadas peças, além de uma série de documentos da Viação Popular, datados dos anos de 1929 a 1939, como livro de registros de funcionários, recibos de taxas pagas à prefeitura, um talão com passagens destacáveis, negativo das fotos das quatro jardineiras e da pequena frota reunida e até seguro dos veículos.
Segundo Cláudio, a intenção é colocar o material em um local apropriado à preservação da memória de Belo Horizonte, mas ainda depende da família para que o desejo se torne realidade. "Eu gosto muito de cultura e estou me agarrando a isso para levar esse acervo a alguma instituição ou museu. Mas ainda tenho que consultar a família, ver se alguém vai querer ficar com algo", finaliza.