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Hypervision - Passado e presente

Carro retoma tradição de construção exclusiva artesanal e traseira cai de forma acentuada - Foto: Em um mundo massificado, em que a produção em série atinge até mesmo marcas famosas, não chega a surpreender o fato de que quem pode faz de tudo para se destacar, o que passa inclusive pela aquisição de produtos exclusivos, como roupas feitas sob medida e obras de arte. No mundo automotivo, esse fenômeno se reflete no número crescente de séries especiais, feitas em quantidades limitadíssimas, de modelos já existentes.

Mesmo assim, para alguns poucos, muito poucos, isso pode não ser suficiente. Afinal de contas, poucas unidades semelhantes não quer dizer modelo único, e serão sempre derivações. Um destes clientes especialmente exigentes conseguiu colocar dois dos nomes mais famosos do setor para criar um modelo único, a marca Rolls-Royce e o estúdio italiano de design Pininfarina.

O resultado é o Hyperion, conversível criado sobre a base do Rolls-Royce Phantom Drophead Coupé, que por si só já é um dos modelos mais caros do mercado. O nome é uma referência a um titã da mitologia grega, que representa o poder tanto das linhas quanto do motor. Ao mesmo tempo, o veículo também retoma a tradição de carrocerias exclusivas, feitas artesanalmente pelos carrozierri (encarroçadores) até a década de 1940.

O colecionador, que encomendou o modelo, queria que seu carro evocasse o luxo e suntuosidade dos conversíveis dos anos 30. De acordo com Andrea Pininfarina, presidente do estúdio, apesar do desafio, o projeto foi uma chance única para que engenheiros e designers pudessem expressar a criatividade e aplicar a experiência técnica ao máximo. O carro também bebe na fonte de outros modelos da Rolls-Royce projetados pela Pininfarina, como o sedã Silver Dawn, de 1950, e o cupê Carmargue, de 1975.

O projeto começou pelo capô, que deveria ser longo e imponente, para mudar as proporções do carro.

Para isso, a posição de direção foi recuada em 40cm, e os assentos traseiros, eliminados. A grade dianteira mantém o aspecto típico dos veículos Rolls-Royce, mas foi ligeiramente inclinada, para ficar mais suave. O pára-brisa também ganhou aspecto mais aerodinâmico e a traseira cai de forma mais acentuada e ao mesmo tempo mais suave do que no modelo original.

A carroceria é em fibra de carbono, os detalhes, como as portas, tomam emprestado técnicas usadas na construção naval. Já entre os detalhes estão as curvas suaves, quase art-nouveau, esculpidas na carroceria, detalhes em madeira, tanto no capô quanto atrás dos assentos. O interior foi mantido praticamente inalterado. Uma das poucas adaptações foi a incorporação de um relógio suíço da marca Girard-Perregaux ao painel do veículo. Detalhe: o relógio, feito em ouro, pode ser retirado do painel e usado como relógio de pulso pelo dono.
Coisa de gente fina.
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