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Começam demissões na cadeia automotiva

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

(FolhaNews)

Os efeitos da crise de crédito começam a afetar o emprego na indústria de autopeças. O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, entidade que representa 40 mil operários, informou ontem que aproximadamente 110 trabalhadores foram demitidos e outros 473 foram colocados em férias coletivas.

Os metalúrgicos já consideram o movimento uma inversão de tendência e temem o início do processo de demissão em massa. "O governo tenta passar uma imagem, mas o que se vê é que a crise começa afetar a indústria. A preocupação do sindicato é o que poderá ocorrer quando os trabalhadores retornarem das férias", disse Jair dos Santos, presidente do sindicato.

As primeiras demissões ocorreram na Click Automotiva e na Robert Bosch, a maior indústria de autopeças da região de Campinas, no interior de São Paulo. Em nota, a Click confirmou a dispensa de 30 trabalhadores e a decisão de conceder férias coletivas a um contingente de 73 empregados pelos próximos 15 dias. O período de férias foi iniciado ontem e atingiu apenas alguns linhas de produção da empresa. "Todas as decisões tomadas durante o período de setembro e outubro são um reflexo da crise econômica", justificou a empresa.

O sindicato informou também que a Robert Bosch, além de ter dado férias coletivas para 200, demitiu 80 trabalhadores nas últimas semanas. Procurada, a Bosch não se pronunciou.

Outra empresa importante na região de Campinas, a Benteler confirmou que 200 trabalhadores foram colocados em férias coletivas até o próximo dia 30. Segundo o diretor de recursos humanos, Antônio Stettener, a decisão foi tomada depois do anúncio de parada da General Motors. A linha parada desde ontem fornece peças para veículos GM. Não há previsão de demissão na Benteler, por enquanto. Stettener informou que a empresa aguardará o retorno da GM para "fazer melhor análise" da situação.

Indústrias como a Sifco, Magneti Marelli, Eaton, TMD/Cobreq e Valeo negaram que tenham recorrido a férias coletivas neste momento. A Valeo confirma que registrou redução de pedidos para a produção das linhas em Campinas. Em nota, a empresa informa, no entanto, que acelerou o processo de concessão de férias regulares. "Estamos colocando em férias regulares o máximo de pessoas, de forma a minimizar impactos dos cortes de programa das montadoras de automóveis." Até setembro, o Sindipeças não havia apurado queda no nível de emprego no setor.