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Ajuda às montadoras dos EUA pode chegar a US$ 50 bilhões

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

FolhaNews

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, está pressionando o Congresso para que aprove um pacote de ajuda de US$ 50 bilhões para as montadoras americanas e pretende indicar um supervisor ou um conselho para o setor, disseram pessoas que têm conhecimento das negociações. Qualquer medida para ser efetivada ainda neste ano precisará do apoio do presidente George W. Bush, que tem se mostrado reticente com o assunto.

Alguns dos conselheiros econômicos de Obama como Paul Volcker (ex-presidente do Fed, o banco central dos EUA) e Lawrence Summers (ex-secretário do Tesouro no governo Bill Clinton) estão convencidos de que, sem a ajuda do governo, a General Motors, a maior montadora americana, entrará com um pedido de concordata no início do ano que vem.

Como os democratas não têm votos suficientes no Congresso para reverter um possível veto de Bush, eles precisam do apoio do atual mandatário -além de conseguir votação em peso dos legisladores de Estados fortemente ligados ao setor automotivo, como Michigan, Ohio e Indiana.

Ainda segundo pessoas ligadas à futura administração, não está definido se o dinheiro da ajuda para as montadoras virá do pacote de US$ 700 bilhões de resgate às instituições financeiras aprovado no mês passado ou de uma outra fonte.

Ontem, os políticos democratas continuavam a sua movimentação para a aprovação de US$ 25 bilhões para o setor automotivo. O deputado Barney Frank e o senador Carl Levin estão elaborando uma lei para que esse montante venha do pacote de US$ 700 bilhões. A expectativa é que ela seja votada já na semana que vem.

O líder dos republicanos no Senado, John Boehner, afirmou ser contra um resgate ao setor. "Gastar bilhões de impostos federais sem promessas de reformas na raiz dos problemas que enfraquecem a competitividade das montadoras em todo o mundo não é nem justo com o contribuinte nem uma política fiscal correta." GM, Ford e Chrysler fazem lobby no Congresso para que a ajuda seja aprovada logo, dizendo que foram prejudicadas pela retração econômica e pelo aperto no setor de crédito financeiro. A GM, que perdeu US$ 4,2 bilhões no terceiro trimestre, disse que, sem ajuda federal, poderá não ter a liquidez necessária para continuar operando em 2009 e não descartou pedir concordata.

O banco Goldman Sachs disse ontem que só a GM precisa de US$ 22 bilhões do governo dos Estados Unidos e que a Chrysler "dificilmente sobreviverá" sem a ajuda federal. (Com agências internacionais)

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