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Peugeot 408 - Leão quer seu lugar na selva

Para ganhar competitividade num segmento bastante disputado no mercado brasileiro, marca francesa lança novo sedã, que tem linhas mais modernas e amplo espaço interno

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

 

Do Rio de Janeiro - A Peugeot quer vender 110 mil veículos no Brasil este ano. Fabricado na Argentina, o 408 tem papel fundamental nessa empreitada, pois a marca francesa pretende conquistar 10% do segmento de sedãs médios, que representou 12% do mercado brasileiro de 2010 e no qual estão concorrentes de peso, como Honda Civic, Toyota Corolla, Ford Focus, Renault Fluence e Kia Cerato. As principais qualidades do novo sedã são as linhas mais modernas e equilibradas e um espaço interno bem mais amplo do que o seu antecessor 307, além de uma boa relação custo/benefício. Contra, pesam o câmbio automático de quatro marchas, que limita conforto e desempenho; e calibragem da direção hidráulica, que poderia ser um pouco mais macia em velocidades elevadas.

 

O melhor ficou para depois

Apresentado ao público durante o Salão Internacional de São Paulo, em outubro, o novo sedã chega para substituir o 307 Sedan, que teve um desempenho bem abaixo do esperado no mercado brasileiro. E as principais reclamações eram sobre o estilo, sem inspiração e equilíbrio entre a frente e a traseira; e sobre o espaço interno, que não era muito generoso. Para tentar mudar essa situação e conquistar um lugar ao sol no disputado segmento dos sedãs médios, a Peugeot mexeu onde precisava: o 408 tem amplo espaço interno e linhas bem mais modernas e atraentes, além de uma lista de equipamentos de série bem interessantes.

PROJETO O novo sedã começou a ser desenvolvido há três anos, sobre a flexível plataforma 2 do Grupo PSA Peugeot Citroën (que deu origem ao C4, 308, 3008, RCZ e 5008), e envolveu os centros de tecnologia e design da marca francesa no Brasil e na Argentina, formando uma equipe responsável pelo projeto com mais de 20 profissionais. “O 408 foi desenhado para ser um sedã puro”, diz o gerente de marketing do produto da marca francesa, Carlos Szeles. Realmente, por enquanto, a Peugeot não pretende lançar nem o hatch nem a perua derivada desse sedã. Por isso, o 408 aposenta de uma vez só o 307, que vinha da Argentina; e o 407, importado da França.



DESIGN O novo sedã tem a frente mais “focinhuda”, com o novo logo da Peugeot estampado bem no nariz; e faróis bem espichados, que entram pelos para-lamas. A enorme grade frontal, com barras horizontais cromadas, seguem a mesma filosofia. Destaque também para o amplo para-brisa, que favorece bastante a visibilidade (aliás, o carro tem uma ampla área envidraçada, o que, aliado ao bom tamanho dos retrovisores, proporciona boa visão em todos sentidos); e para os faróis auxiliares, incrustados no spoiler dianteiro. De perfil, chamam a atenção os vincos que percorrem toda a lateral, tocando a lanterna traseira; a curva suave do teto, que dá um ar elegante ao carro; e as rodas de liga de desenho esportivo. Na traseira, as lanternas com três “garras” de cristal combinam bem com o formato da tampa traseira, que tem um pequeno ressalto na parte de cima. Não se pode dizer que 408 é uma referência de design, mas suas linhas são com certeza bem mais modernas e equilibradas do que as do 307.

ESPAÇO O novo modelo é 21cm maior (4,69m contra 4,48m) e 5cm mais largo (1,81m contra 1,76m) que o 307 Sedan. Mas a principal mudança está no entre-eixos, que define o espaço interno: aumentou em 10cm (2,71m contra 2,61m). O 408 oferece bastante espaço para os ocupantes do banco dianteiro sem sacrificar o conforto de quem vai atrás, que pode esticar as pernas com tranquilidade. Mas, assim como outros modelos, quem senta no meio é incomodado pelo apoio de braço embutido e pelo prolongamento do console. Quatro adultos viajam muito bem acomodados, inclusive com suas respectivas bagagens para uma viagem longa, pois no porta-malas cabem 526 litros.

Painel tem materiais de boa qualidade; e sistema ajuda em manobras de estacionamento



POR DENTRO
O acabamento interno é de boa qualidade e mistura a cor preta, que predomina, com detalhes em plástico cinza imitando metal no painel central, na base da alavanca de marchas e até nos aros das saídas de ar, que se aglomeram em três no meio da parte superior. As forrações, assim como os pacotes de itens de conforto, dependem da versão. São três: a de entrada, Allure; a do meio, Feline; e a topo de linha, Griffe. Os bancos seguram bem seus ocupantes. O painel tem instrumentos bem visíveis, de fácil visualização. A posição de dirigir é fácil de ser encontrada. Detalhe interessante: o porta-luvas refrigerado, com boa capacidade, que demonstrou ser bastante útil no calor escaldante do Rio de Janeiro. Os porta-trecos também são abundantes. O 408 tem apoios de cabeça e cintos de três pontos para todos.

RODANDO O motor 2.0 16V , que desenvolve 143cv (gasolina) e 151cv (etanol), acaba sendo limitado pelo câmbio automático de apenas quatro marchas, que possibilita trocas manuais na alavanca e oferece a opção de arrancar em pisos escorregadios. Embora tenha sido aprimorado (em software e conversor de torque), a segunda e a terceira marchas são longas e impedem que se extraia um desempenho mais esportivo, mesmo recorrendo à tecla S (Sport). Com certeza, o novo conjunto (motor 1.6 com turbo e injeção direta, atrelado à transmissão automática de seis marchas) que chega em julho deve dar um novo fôlego para o 408. A suspensão é um dos destaques do carro, pois além de equilibrar bem conforto e segurança, não é barulhenta como a de outros Peugeot.

 

O programa Vrum de 27/02 vai mostrar os detalhes e as impressões ao volante do 408. Veja a chamada:

 

 

PREÇOS E PRINCIPAIS
EQUIPAMENTOS


ALLURE Air bag duplo frontal, freios ABS, faróis auxiliares, direção hidráulica, rádio CD Player (acoplado ao USB box, com funções Bluetooth e viva-voz), computador de bordo com tela multifunções, rodas de liga de 16 polegadas, bancos revestidos em tecido e coluna de direção com regulagem de altura e distância. Preço: câmbio manual, R$ 59.500; e automático, R$ 64.500.

FELINE Em relação à Allure, acrescenta dois air bags laterais e dois do tipo cortina, controle de estabilidade (ESP), bancos em couro, teto solar elétrico, ar-condicionado de duas zonas, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, retrovisor externo rebatível, sistema de ajuda em manobras de estacionamento em marcha a ré, mostradores do painel com fundo branco, frisos cromados na base das janelas, soleira das portas e pedaleira em alumínio e rodas de liga leve de 17 polegadas. Preço: R$ 74.900 (só tem opção de automático).

GRIFFE Tudo da Feline, mais faróis bixenônio, sistema de navegação com tela rebatível, sistema de ajuda às manobras também na frente e banco do motorista com ajuste elétrico. Preço: R$ 79.900 (também só automático).

Traseira também ganhou linhas equilibradas, mas as saídas de escape são falsas



O jornalista viajou a convite do Peugeot do Brasil.