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Chamonix New Generation - A tréplica da réplica

Fabricante de recriações da Porsche ressurge com carros atualizados, que adotam mecânicas mais modernas e oferecem itens de conforto sem retirar os antigos de linha

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

O fechamento da Chamonix em agosto do ano passado deixou órfãos os entusiastas das réplicas dos Porsches 356 e 550, feitas desde 1987. Mas, como os modelos alemães, a marca ressurgiu. Com direito a rebatismo, que mantém o nome de pronúncia afrancesada, agora acompanhado do sobrenome britânico New Generation. A linha criada por Newton Masteguin está sob a direção da A Auto de São Paulo, que já produziu réplicas do 550 de 2008 a 2010. “Em 2008 a crise americana teve um impacto grande, já que 95% da produção era exportada. Mesmo buscando outros mercados, a Chamonix não aguentou. O real valorizado também pesou”, explica Carlos Machado, diretor da A Auto. Para evitar destino semelhante, a nova marca ressurge de olho no mercado nacional, deixando o exterior para depois. Como a procura por réplicas ainda é pequena aqui, a Chamonix NG vai com passos miúdos, vendendo entre quatro e cinco unidades mensais. Os planos incluem duas novidades: o 356 Roadster e a série especial 550 Le Mans.

 

 

Veja a galeria completa de fotos do Chamonix!

 

 

O 356 Roadster é o que mais se afasta do original, surgido em 1948 e feito até 1965. Dispensando o motor boxer 1.6 traseiro refrigerado a ar da Volkswagen, de minguados 65cv, o modelo adota o motor 2.0 8V flex de até 122cv, usado no Polo e Golf, instalado transversalmente entre os eixos. “Isso equilibrou o carro, principalmente em saídas de curva, em que o Speedster escapa de traseira e o Roadster permanece neutro”, analisa Carlos Machado. Pode parecer sacrilégio, porém o protótipo do 356 nasceu com motor central traseiro, para depois passar ao esquema traseiro do Fusca, com o qual compartilhava a mecânica. O radiador fica na dianteira, ligado ao motor por mangueiras laterais.

A suspensão traseira tem esquema De Dion, mais estável que os braços arrastados do Fusca que permanecem na dianteira



O desempenho ainda não foi aferido e fica na estimativa de menos de 8 segundos para ir aos 100km/h e esperados 200km/h de máxima. O câmbio manual de cinco marchas vai ganhar a companhia da caixa automática Tiptronic de seis velocidades. Comodidade que se soma a mimos como vidros elétricos e ar-condicionado opcional e, futuramente, capota de fibra de vidro. Só não entram na lista equipamentos como servofreio ou direção hidráulica, para não anestesiar as sensações. O para-brisa é mais elevado do que o do Speedster, o que dá um pouco mais de espaço para cabeça com capota. Só que cobra R$ 85 mil, contra R$ 69 mil da variante mais purista. “A ideia é atingir outro público, que está acostumado a carros mais novos”, aposta Machado.

550 S tem arcos de proteção e rodas de liga leve



LE MANS Bem diferente da proposta hardcore da série Le Mans do 550 Spyder. A versão deixou o 1.8 de lado e ganhou motor AP 2.0 de 120cv, associado à caixa de cinco marchas, que deve levá-lo aos 100km/h em torno de 7 segundos e chegar aos 230km/h. Pode parecer exagero, mas com carroceria de fibra de vidro e chassi tubular, a baratinha de motor central mal tem 700kg. O nome Le Mans faz referência à pintura com faixas laranjas, que a Porsche ainda usa nas pistas. Tal como os outros Chamonix, o esportivo pode ser personalizado. É claro que não poderiam faltar imitações do Little Bastard (pequeno bastardo), o 550 no qual morreu o astro James Dean, em 1955. “Acabamos de reformar um 550 Spyder refrigerado a ar com carburação dupla para um cliente da Inglaterra. Fizemos até o capacete igual ao do ator”, revela Machado. Para brincar de piloto de Le Mans ou ator de Hollywood, o interessado deve pagar R$ 78.500 – o 550 S 1.8 sai por R$ 74.800. Não custa nada lembrar que um Porsche 550 feito entre 1953 e 1956 não sai por menos de US$ 1 milhão, enquanto um 356 não troca de mãos por quantias inferiores a R$ 200 mil, o que pode subir ainda mais no caso dos conversíveis. Com valores desses, quem teria nervos para abusar dos originais?

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