Vrum

E aí, dona Volkswagen?

MP aguarda resposta da VW sobre desgaste prematuro da correia da Amarok

VW instala Kit EDK na caminhonete Amarok para resolver problemas da correia dentada - Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press/Reprodução
O Ministério Público de Minas Gerais aguarda para a próxima segunda-feira a resposta da Volkswagen em relação ao defeito da picape Amarok, que provoca desgaste prematuro da correia dentada e, em alguns casos, seu rompimento. Em mais uma audiência realizada com a montadora no início deste mês, representantes da empresa se comprometeram a realizar um programa amplo de instalação do Engine Dust Kit (EDK) – com a função de “soprar o ar”, evitando a penetração de pó na correia e polias –, que até o momento vinha sendo disponibilizado apenas para proprietários que usam a picape para trabalho dentro de mineradoras e sem divulgação. Durante a audiência, a montadora se comprometeu a explicar em detalhes como vai ser realizado o programa e se consistirá em chamamento público nos moldes de um recall. Caso não opte por esse caminho, terá que justificar os motivos, levando em consideração “as normas legais e regulamentares”.

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Apesar da polêmica sobre se defeito em motor afeta a segurança (haja vista recall recente divulgado pela Ford para os jipes Troller T4), o promotor de Justiça Amauri Artimos da Matta, responsável pela investigação instaurada com o aparecimento de inúmeras reclamações no Procon do MP e denúncias do caderno Vrum, acredita que o problema afeta, sim, a segurança, já que há casos de rompimento da correia e que não é possível prever o momento em que isso acontece. E, sendo assim, espera-se que a montadora faça uma campanha ampla, informando publicamente sobre o defeito, suas consequências e riscos e como deve ser reparado.


O programa envolverá também o ressarcimento de donos de Amarok ainda em garantia, que tenham tido despesas resultantes do problema (mesmo que não tenham sido observados os prazos das revisões), e além disso, a montadora deverá se manifestar sobre novas reclamações de consumidores enviadas ao Procon do MP.

DESGASTE A Volkswagen tem conhecimento do problema pelo menos desde abril do ano passado, quando começaram a ser recorrentes as reclamações de donos de Amarok, cuja correia apresentava problemas de desgaste entre cinco mil e 10 mil quilômetros, precisando ser substituída prematuramente – pelo manual do proprietário a primeira troca deveria ocorrer aos 120 mil quilômetros – e por várias vezes.

Mas, desde então, alega que só afeta veículos que trafegam em região com pó de minério.




A primeira solução adotada, como registrou o caderno Vrum em 18 de abril de 2012, foi a inclusão de uma capa de vedação da correia, que não surtiu efeito. Um ano depois, foi criado o kit EDK, uma verdadeira parafernália, que inclui ventilador, novo filtro de ar e um tubo ligado a um novo tipo de cobertura da correia, com o objetivo de sugar o ar, comprimindo-o e fazendo pressão, de modo que as partículas de poeira sejam impedidas de chegar até a correia, danificando-a prematuramente. Mas o kit só foi disponibilizado a donos de Amarok que usam a picape para trabalho dentro de mineradoras.

VIDA ÚTIL Em resposta ao caderno Vrum, a VW afirma que “a correia é um componente de desgaste natural, sendo sua verificação especificada em intervalos de quilometragem, conforme a severidade de uso do veículo e que a durabilidade dependerá de fatores como tempo, modo e local de uso, além da incidência ou não de agentes externos”. A VW admite que o kit EDK foi uma solução técnica desenvolvida para veículos usados dentro de mineradoras, para evitar o acúmulo de pó de minério na correia, e garante que sua instalação é paga pela montadora.


Sobre os demais cconsumidores, a marca afirma que “para os clientes que usam os veículos em regiões nas quais estão instaladas mineradoras, em razão da ação do pó de minério, a rede autorizada analisa tecnicamente cada veículo e, quando comprovada a necessidade, já faz a instalação do kit e substitui os eventuais componentes necessários”.

Os serviços realizados e os componentes instalados são também pagos pela Volkswagen. Indagada novamente, a marca não explicou quais seriam essas “regiões” e nem o quanto são abrangentes, mas garantiu que tudo será informado ao MP dentro do prazo estabelecido.

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