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Câmbio automático x automatizado: iguais, mas muito diferentes

Ambos dispensam o motorista do estorvo de pisar na embreagem e trocar as marchas. Porém, o câmbio automático tem características bastante distintas do automatizado. Saiba as diferenças

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Câmbio automático x automatizado: guais, mas muito diferentes
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

O câmbio automático convencional tem conversor de torque em vez de embreagem...

Não é raro ouvir alguém dizer que o câmbio do seu carro é automático (muitos falam que é hidramático!), enquanto na verdade é automatizado. Apesar de ser um equívoco compreensível, já que em ambos os casos não é preciso se preocupar com a troca das marchas, cada tipo tem características próprias. E saber as características de cada um é fundamental ao comprar o carro, para não haver arrependimento. Então vamos fazer um paralelo entre essas duas tecnologias para você não hesitar na escolha.

 

AUTOMÁTICOS x AUTOMATIZADOS

» Trocas
Automáticos: São intermediadas pelo conversor de torque, sendo que
as combinações entre as engrenagens planetárias são feitas por meio
de dispositivos hidráulicos.

Automatizados:
O sistema é idêntico ao de um veículo com câmbio manual, em que a transmissão da força do motor é intermediada pela embreagem. A vantagem é que tanto o acionamento da embreagem quanto a troca de marchas é feita por atuadores hidráulicos. Um sistema mais avançado é o automatizado de dupla embreagem, uma cuidando das marchas pares e outra das ímpares. Se o carro estiver, por exemplo, em terceira marcha, o sistema deixa a segunda e a quarta pré-engatadas, pois não se sabe se haverá troca para a mais baixa ou a mais alta. Além disso, reduz drasticamente o intervalo de troca.

... enquanto o automatizado mantém a embreagem, que não é acionada pelo pedal



» Conforto
Automáticos: As trocas de marchas são suaves devido ao conversor de torque, que realiza um acoplamento fluido

Automatizados: As mudanças de marcha provocam trancos devido
à desaceleração que acontece durante a troca de marcha e a aceleração
súbita quando a embreagem é novamente acoplada. Já no câmbio automatizado de duas embreagens, como a marcha seguinte já está pré-engatada,
não há tranco.

 

» Consumo
Automáticos: Tende a ser maior, já que o sistema é mais pesado e pega “emprestado” do motor a energia necessária para seu funcionamento.

Automatizados: Mais leve e com menos sistemas hidráulicos, também leva vantagem porque usa várias informações do veículo para efetuar as trocas, enquanto a maioria dos automáticos (mais antigos) levam em conta as rotações do motor e a posição do acelerador.

» Manutenção
Automáticos: Não é comum dar problema, mas se der pode ficar caro porque se trata de um sistema complexo e existem poucas oficinas especializadas.

Automatizados: É mais simples e mais barata. A ocorrência mais comum é a troca de embreagem.


» Preço
Automáticos: Como o sistema é complexo, naturalmente é mais caro.

Automatizados: Além de ser mais simples, há vários componentes de uma transmissão convencional, se beneficiando da economia de escala. Já o de dupla embreagem
é mais caro.



» Aplicação
Automáticos: Como é mais pesado e “rouba” um pouco da força do motor, se adapta melhor em veículo com mais potência.

Automatizados: Mais leve, pode ser aplicado em motores “menores” sem qualquer prejuízo.



» Segura no morro?
Automáticos: Numa subida, ao “segurar” o carro usando o acelerador,
esse sistema dificilmente esquentaria e apresentaria problemas. Ao “arrancar”
o carro numa subida, como a transmissão do automático promove um
movimento continuamente para a frente, o carro só volta em subidas mais
íngremes. Os mais sofisticados têm dispositivo que não deixa o
carro voltar.

Automatizados: Não é recomendado “segurar” o carro usando o acelerador
por muito tempo sob risco de superaquecimento. Nesse caso é melhor usar
o freio. E, ao “arrancar” numa subida íngreme, é comum o carro voltar muito, aumentando o risco de bater no veículo de trás. Isso acontece porque os sensores não identificam a inclinação a ponto de promover um movimento mais rápido do fechamento da embreagem, impedindo o retorno. Em alguns casos, o fabricante do veículo instala um assistente de partida em subida, que mantém o freio acionado
até que o acelerador seja acionado.