Este que vos escreve, assim como mais de 50% (*) dos brasileiros acima dos 18 anos, tem na balança a sua nêmesis. Ela sempre faz questão de nos destruir, indicando nosso sobrepeso, mostrando que devemos evitar comer tudo que é bom, ou seja, gorduroso. Participante ativo do famigerado “efeito sanfona”, já fiz parte também dos 17,5% (*) de tupiniquins obesos. E olha, mesmo sendo baixinho, era um tormento para me acomodar e guiar 90% dos veículos da frota nacional. Infelizmente, milhões de cidadãos passam por esse martírio. Poxa vida, dirigir confortavelmente em detrimento da pizza de pepperoni de cada dia?
No entanto, se você é daqueles do time da fofura, é recomendável não comprar um compacto como o 500 ou algum Mini da vida, por exemplo. Só que, por incrível que pareça, às vezes até um sedã não comporta um gordinho. Há de se ficar atento especialmente para a distância entre-eixos, que consiste na distância entre os centros das rodas dianteira e traseira.
Outro ponto para ficar ligado é a regulagem de altura e distância do volante. O Toyota Corolla, apesar de grandão, deixa a desejar nesse ponto, prejudicando braços e mãos mais “cheinhos”. A pega também tem de ser ideal e o aro não pode ser tão fino, pois a amplitude de movimentos fica reduzida.
GRANDE INIMIGO Apesar de tudo, o grande nêmesis para nós é o banco.

Sofremos até como acompanhantes. Para se ter vida e volante saudáveis é necessário se alimentar bem, fazer exercícios e manter-se dentro do peso. A máxima “é dos gordinhos que elas (eles) gostam mais” não serve muito para a relação com os carangos.
*Dados de pesquisa realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel)
Palavra de especialista
Detalhes que dão conforto
Flávia Gomes Soares Reis
Fisioterapeuta ergonomista
Um dos itens mais importantes a serem analisados na compra de um carro é o conforto. Nesse caso, regulagens de banco e volante eficientes são prioridade. É necessário que esses ajustes atendam à maioria da população, em média 75%, e que o intervalo de regulagem seja, na maioria das vezes, de 10cm.
Quando tratamos de indivíduos fora dessa média, encontramos barreiras para atender à demanda das regulagens. Isso pode ocorrer no caso de pessoas muito altas, muito baixas ou acima do peso, como é o caso citado pelo artigo.
Para não ficarem sujeitos a esse inaceitável problema ergonômico, os indivíduos devem verificar a amplitude de deslizamento do assento e movimento de altura deste, observar se ele apresenta conformação adequada ao formato das nádegas, amplitude de movimento de volante e altura, distância e espaço suficientes para os membros inferiores manipularem as regulagens de encosto.
Tendo em vista que o mal posicionamento do corpo por períodos prolongados pode ocasionar danos à saúde, é importante que os itens de conforto sejam analisados de acordo com a individualidade e as características de cada um.