Com clipes regados a lanchas, carrões e Hornetes, motocicleta que ostentou em sua garagem até resolver vendê-la "por gostar de correr demais", Leozinho grava com automóveis emprestados dos amigos. "Para que os vídeos convençam, precisam mostrar as marcas que cito. Hoje os meninos vão ao camelô e compram óculos parecidos com os nossos. Querem ter nosso visual, os carros que aparecemos dirigindo. Mostramos que para conquistar as coisas é preciso trabalhar muito", comenta. Questionado a respeito das semelhanças do brega-funk pernambucano com o funk ostentação paulista, Leozinho opina: "lá, muitos MCs já cantam a realidade em que vivem.
Sonho possível
Para Thiago Soares, pesquisador do departamento de Comunicação Social da UFPE, a presença constante de marcas de luxo em cenários de shows, letras e produções audiovisuais do brega-funk está diretamente ligada à estabilização econômica do Brasil e ao aumento do poder de consumo da classe C. "A plataforma do governo federal é estimular o consumo, através da diminuição de juros e impostos", explica. Mais palpável, o carro, segundo o pesquisador, "foi um dispositivo de diferenciação e demonstração de poder, que já era presente na cultura pop, apropriado pelos sujeitos subalternos desse universo midiático".
O Mc Cego Abusado brinca que de tão apaixonado por veículos já chegou a alguns de seus shows dirigindo a Van da produção. Fã de veículos esportivos, ele fez questão de contracenar com Honda 1100, Limousine e Hyundai Sonata em seu clipe Tu tá gostosa, que já bateu a marca de 63 mil visualizações no YouTube. "A gente cria histórias e os carros fazem parte delas.
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