Depois de se envolver num engavetamento, o carro da comerciante Sandra Lúcia da Cruz saiu com avarias na parte da frente e de trás. A seguradora Liberty, contratada pelo proprietário do veículo que ocasionou a batida, indicou uma oficina, mas como Sandra não gostou do estabelecimento, acabou levando o veículo para casa, onde percebeu que o carro estava todo torto. O veículo seguiu para outra oficina, onde foi dado um orçamento, aprovado pela seguradora. Desconfiada se o carro ficaria realmente em condições de rodar, a proprietária decidiu contratar perícia independente.
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Não seja iludido: conserto errado da estrutura afeta segurança do veículoVrum Responde: o que fazer quando a seguradora quer recuperar a roda do carro DPVAT indeniza vítima de acidentes, mas seguradoras formam cartelSeguradora pode negar indenização em caso de embriaguez ou mudança de endereçoDenúncia: oficinas de veículos não precisam de responsável técnico Small overlap: teste de impacto frontal coloca carros de luxo na berlindaEm ambos os casos, os peritos desaconselharam os reparos nos veículos. De posse do laudo, Lilia conseguiu na seguradora obter a perda total do seu veículo.
A seguradora contratada por Lilia informou que, por contrato, a perda total é decretada quando os danos atingem 75% do valor do veículo. Nesse caso, os reparos foram fixados em 36,6%. De acordo com nota da seguradora, as peças avariadas poderiam ser substituídas por novas e a reparação seria perfeita. Porém, conjugando a satisfação da cliente e a boa possibilidade de venda desse veículo salvado, a seguradora optou por indenizar o segurado de forma integral.
Em nota, a Liberty se limitou a dizer que, de acordo com a perícia técnica realizada pela seguradora, o veículo de Sandra sofreu Perda Parcial depois da colisão e que toda perícia realizado pela seguradora é feita por técnicos especializados e em conformidade com as normas e padrões de qualidade e segurança. “Não vou ficar com esse carro, que é inseguro, mas ao mesmo tempo não posso ter prejuízo. Vou ter que vendê-lo.
DE VOLTA
O fato é que, em breve, esses dois veículos, reprovados pela perícia técnica independente, estarão nas ruas. De acordo com o engenheiro mecânico Guilherme Rodrigues, da consultoria técnica automotiva Confiar, os veículos que sofrem danos em partes estruturais (longarinas, caixas de roda, colunas, etc.) devem ter as peças substituídas por outras novas e o reparo deve ser executado conforme os procedimentos definidos pelo fabricante, utilizando-se assim a técnica correta. A grande questão é: isso é financeiramente viável? De acordo com o engenheiro, o conserto da parte estrutural do carro usando as técnicas corretas é caro, fator que torna essa conta difícil de ser fechada. “O prejuízo fica para quem compra um veículo salvado”, avalia.
De acordo com a Susep, o fato de um veículo ser considerado perda total não significa que o carro está inutilizado, mas que o valor do conserto supera o limite máximo de 75% do valor do veículo. Dessa forma, nada impede que esses veículos sejam vendidos como sucata ou consertados, voltando às ruas como um veículo salvado. Porém, a autarquia conta que é responsável pela fiscalização e normatização, não atuando tecnicamente no setor de seguros, papel que teria que ser feito por uma perícia judicial.
OFICINAS Consultamos algumas fontes do setor de lanternagem e pintura para saber se as seguradoras interferem nos serviços das oficinas para deixar o orçamento dentro desses 75%, o que as favoreceria, pois não pagariam o prêmio total do segurado, mas também seria de interesse das oficinas, que ganhariam o trabalho. Essas fontes não quiseram se identificar.
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