Um manto de incertezas cobre o setor de etanol no Brasil depois do resultado da eleição presidencial. O problema maior é que o próprio partido no poder tem posições ambíguas ou mesmo opostas. No governo Lula houve certo deslumbramento e no de Dilma quase uma condenação ao esquecimento. Em meio a isso, a descoberta de petróleo em grande quantidade em águas profundas e bem longe da costa. Parecia o tiro de misericórdia sobre o combustível alternativo, renovável e incomparavelmente neutro em termos de emissão de gás carbônico (CO2), quando se considera o ciclo fechado da produção ao consumo.
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Coluna do Boris: Governo aumenta adição do etanol na gasolina sem comprovar viabilidadeVrum responde - Rodo pouco com meu carro flex. Uso etanol ou gasolina?Pequenos agricultores mineiros fabricam etanol para abastecer veículos própriosOutros três modelos da BMW terão motores ActiveFlexBMW 320i ActiveFlex - Tomando álcool sem perder a composturaAnfavea quer sistema 'flex' fora do acordo com ArgentinaHá soluções para esse impasse, mas é preciso saber se serão mesmo buscadas.
Obviamente, de pouco adianta aumentar de 25% para 27,5% o teor de etanol na gasolina. (A Argentina puxará essa proporção de 8% para 10% até o fim do ano.) Os testes da nova mistura deveriam ter se encerrado este mês, mas ficou para “depois das eleições”. Já se sabe que se trata de mera jogada política e será confirmada.
O que ajudaria bastante seria o fim das escaramuças entre produtores de combustíveis e fabricantes de veículos. Os primeiros, talvez no desespero, partiram para esses 27,5% de etanol anidro e, aparentemente, convenceram o governo a estimular que o consumo relativo entre etanol hidratado e gasolina, nos motores flex, melhore de 70% para, no mínimo, 75% (autonomia 7% maior com o combustível verde).
A segunda proposta depende de incentivos fiscais, previstos em lei, para compensar o aumento de custos. Mas na recente conferência Datagro, do setor de cana, nenhum representante ministerial convidado compareceu para explicar esse mecanismo.
Já a indústria automobilística fez muito menos pelos motores flex do que poderia. Engenharia nacional de motores progrediu graças ao etanol, mas nem mesmo substituiu em grande escala o anacrônico sistema de partida a frio com auxílio de gasolina. Só agora, forçada pelo Inovar-Auto, vai melhorar o consumo, mas ainda patina na tal diferença relativa etanol/gasolina.
Por sua parte, produtores de etanol também precisam se esforçar mais – alegam, porém, exaustão financeira – para a segunda geração do combustível e pesquisar produção de propanol e butanol, que têm poder calorífico maior e garantiria boa vantagem na bomba ao abastecer.
Roda viva
HONDA decidiu que o SUV compacto nacional se chamará HR-V, como em outros países (Vezel, no Japão), apesar de já existir aqui caminhão Hyundai HR. Como a coluna antecipou, produção começa em abril próximo, em Sumaré (SP). Fábrica nova de Itirapina (SP), no fim de 2015, centralizará aos poucos todos os produtos de tanque central: Fit, City e depois HR-V.
IMPORTANTE para Peugeot será o ano de 2015.
BOM exemplo de motor suave e com boas respostas, apesar do peso (vazio) de quase duas toneladas na versão LTZ, está na picape S10 de cabine dupla. Trata-se de motor de 4 cilindros, 2.5 flex, que, graças à injeção direta, vai a 206cv (etanol). Câmbio manual de seis marchas ajuda bastante. Outra vantagem: preço mais em conta que a versão a diesel.
IMBRÓGLIO dos simuladores de direção se resolveu a favor das autoescolas e não do melhor aprendizado. Como cada um dos 27 Detrans pode agora tomar sua decisão baseado em diferentes critérios, nunca se conseguirá uniformidade para se analisar com isenção os efeitos reais de utilização de um recurso mais moderno na formação de novos motoristas.
ALÉM de tornar os simuladores facultativos, o Contran permitiu que ao usar esse equipamento o treinamento em veículos reais se reduza em 75% no período noturno e 10% de dia. Texto da regulamentação é confuso. Um exemplo para aplacar a ira das autoescolas: carga horária subiu para 25 horas/aula, mas 30% podem ser no simulador. .