A maior parte dos produtos transportados em território brasileiro se desloca por rodovias por meio de caminhões que cruzam todo o país. Contudo, empresários do setor de transportes passam por uma crise em relação a mão de obra qualificada para conduzir veículos extra pesados. Segundo estimativas de transportadoras, atualmente há 100 mil vagas abertas no mercado de trabalho e uma das grandes dificuldades é encontrar motoristas familiarizados com a tecnologia dos novos veículos.
Atentas à isso, algumas montadoras oferecem cursos individuais, para que os profissionais que lidarão com seus produtos estejam aptos à usar todos os recursos oferecidos pelo caminhão. Os mais modernos, como o Hi-Way da Iveco, são dotados de diversos aparatos que deixam o transporte mais seguro, como o freio auxiliar Intarder, que, combinado ao freio motor, chega a quase 1.000 cavalos de potência de frenagem. Como adicional, esse item gera mais segurança no sistema antitravamento das rodas, além de vários outros equipamentos, que visam a segurança.
No entanto, muitos profissionais não estão preparados para operar os novos veículos. A marca italiana destaca um time de funcionários que fazem uma viagem completa com os motoristas para treinamento e capacitação.
Empresários do setor também alegam que a Lei 12.619/12, conhecida como lei do descanso, é um dos fatores que mais contribuem para a falta de profissionais qualificados no mercado. A legislação exige descanso diário de 11 horas, além de uma parada de 30 minutos a cada quatro horas de direção, sendo no máximo oito horas de jornada diária, podendo se estender por duas horas extras, o que acaba comprometendo a flexibilidade do período trabalhado. Porém, o problema mais grave está na falta de estrutura para prática da lei. Motoristas reclamam que não há postos de paradas nas rodovias brasileiras para pernoitarem e gozarem de descanso.
O transportador Nunzio Ribeiro, de Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte, conta que a lei do descanso resultou em um aumento de 36% na apólice dos seguros. Uma vez que, nem sempre é possível encontrar um local seguro para fazer as pausas obrigatórias. O empresário explica ainda que enfrenta dificuldades ao tentar contratar um bom motorista.
Embora hajam esses empecilhos, a vida do caminhoneiro atualmente parece ser mais fácil que há duas décadas. "Há vinte anos, demorávamos dois dias para ir de Belo Horizonte para São Paulo, hoje, com tanto conforto à bordo, como câmbio automático, bancos de couro, ar condicionado, camas e outras regalias, fazemos o mesmo trajeto em apenas oito horas, com menor desgaste", ressalta Ribeiro. .