Nos primeiros 30 dias de vigência das punições mais pesadas para ultrapassagens proibidas em todo o país, os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) flagraram quase 2,5 mil infrações do tipo nas rodovias federais que cortam Minas Gerais. O número é 18,3% menor do que a quantidade registrada em novembro de 2013, quando a PRF multou mais de 3 mil condutores por cometerem as infrações previstas em três artigos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A queda dos números aparece mesmo sem uma estrutura específica de fiscalização montada exclusivamente para dar conta das mudanças do CTB. A lei foi modificada em 1º de novembro.
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Multa por ultrapassagem proibida pode custar até R$ 1,9 milVocê e a Lei: ao transferir os pontos, a multa vai para o infrator?Recebi uma multa de local aonde nunca fui. O que faço?Vícios ao volante causam perigo e são passíveis de multas Extintor ABC será obrigatório para todos os veículos em 2015A infração que mais contribui para esse tipo de desrespeito está prevista no artigo 203 do CTB – ultrapassar em faixa contínua dupla ou simples.
No Km 439 da BR-381, em Ravena, distrito de Sabará, na Grande BH, a reportagem flagrou um exemplo claro de desrespeito que ainda persiste, mesmo com os altos valores das multas. Uma van rebocando uma motocicleta em uma carretinha não se preocupou em ultrapassar de uma vez uma moto e dois caminhões em um trecho de faixa contínua.
“Não adianta multar, mesmo com valor mais alto. Tem que duplicar as rodovias”, diz o caminhoneiro Wilmar Silvestrin, de 56 anos. “Continua do mesmo jeito. Se deixar, os carros pequenos passam até por baixo da gente”, completa. O empresário Rudiard Kipling, de 58, pensa diferente. Para ele, o comportamento dos infratores já deu sinais de mudança. “Não tenho visto muitas ultrapassagens perigosas, as pessoas estão ficando mais atentas com esse valor mais alto”, afirma.
Para o inspetor Bruno Raslan, chefe da delegacia Metropolitana da PRF em Minas, o comportamento dá sinais de estar mudando. “A primeira impressão é que a mudança surtiu um efeito positivo. As pessoas estão se arriscando menos por conta do valor maior das multas. Vamos continuar acompanhando de perto a situação para cruzar com o número de acidentes”, diz o policial. O inspetor Gledson Ferreira da Silva, que comanda os 234 quilômetros de pistas simples da delegacia de João Monlevade, faz duas observações. “Os policiais têm relatado uma conduta de mais responsabilidade nos pontos tradicionais de ultrapassagem proibida em nosso trecho. Mas ainda estamos presenciando muitos casos ao longo de nossos deslocamentos pelas rodovias 381 e 262”, afirma.
DesconhecimentoO inspetor Américo Cabral, que comanda a delegacia de Leopoldina, na Zona da Mata, cuja responsabilidade é de trechos das BRs 116, 267 e 356, diz já ser possível notar redução inclusive de acidentes. “As principais causas das batidas em nossa região são velocidade e as ultrapassagens. Porém, também percebemos que muitos motoristas ainda desconhecem as novas punições”, afirma Cabral.
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