O Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima) publicou nesta sexta-feira, 6, no Diário Oficial da União (DOU) resolução que formaliza a decisão anunciada nesta semana pelo governo de aumentar o adicional de etanol na gasolina, dos atuais 25% para 27%. A mudança pode causar problemas em veículos a gasolina produzidos antes da década de 90. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, Edson Orikassa, esses carros podem apresentar alterações em materiais de borracha, como mangueiras de combustíveis, além de plásticos e metais, que podem se oxidar com o etanol.
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Governo autoriza aumento do etanol na gasolina a partir de 16 de marçoAumento do percentual de etanol na gasolina vai afetar os carros antigos e importadosGoverno deverá manter em 25% teor de etanol apenas em gasolina premium Aumento do percentual de etanol na gasolina pode provocar problemas no motorGasolina ou etanol? Confira quais carros rodam melhor com um ou outro combustívelSaiba como identificar se a nova gasolina afeta carros que não são flexNova mistura de etanol na gasolina começa a valer nesta segunda-feiraPara o professor de engenharia automotiva da Universidade de Brasília (UnB) Alessandro Oliveira, tanto os carros com carburador quanto os primeiros fabricados com injeção eletrônica podem sofrer as consequências do aumento do etanol na gasolina. “Essa frota já é bastante reduzida, mas esses veículos podem sofrer um pouco mais com essa gasolina com mais álcool, inclusive em termos de consumo de combustível”, explica.
Outro problema são os carros importados com motor a gasolina. Segundo Oliveira, a maior parte dos veículos modernos é capaz de se adaptar à nova mistura, mas ainda não há estudos que comprovem o efeito da mudança na durabilidade desses carros. “É sempre uma dúvida em termos de durabilidade, sabemos que alguns veículos já sentem alguns problemas com a gasolina com 25% de etanol”, disse. A gasolina Premium também deve ser usada nesses casos, segundo o especialista.
Nos carros com motor flex, que representaram cerca de 88% dos veículos novos licenciados no ano passado, a mudança não terá nenhum impacto.
Na quarta-feira (4), ao anunciar a medida, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse que os testes de durabilidade, no caso de carros movidos exclusivamente a gasolina, ainda estão sendo feitos pela entidade e devem ser concluídos no fim do mês. “Por isso, insistimos bastante para que a gasolina Premium não sofresse nenhuma alteração em sua formulação, de forma que o consumidor tenha uma alternativa de abastecimento para os veículos movidos exclusivamente a gasolina”, disse.
A nova mistura, que passa a valer a partir de 16 de março, vai ser aplicada para a gasolina comum e a aditivada. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, os resultados dos testes feitos pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras não mostraram problemas técnicos para os veículos com o aumento da mistura.
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