Preço elevado é um choque ao consumidor que anseia por carros híbridos e elétricos no Brasil. No que depender de quem literalmente entrega a força para esses modelos invadirem as ruas, a bateria vai demorar até enfim carregar completamente. Depois de reduzir o imposto de importação de 35% para 0% a 7% nos híbridos até 3.0 e sem a recarga na tomada (plug-in), o governo encontra-se estacionado na definição de uma política de incentivo para as novas (e já realidade no primeiro mundo) tecnologias. Na contramão do apagão de mercado, pelo menos dois novos representantes deverão aportar no país até o segundo semestre.
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Mitsubishi Outlander usa dois motores elétricos para complementar um a gasolina Brasil isenta carros elétricos e movidos a hidrogênio de imposto de importaçãoImposto zero para carros elétricos e movidos a hidrogênioTecnologia detecta buracosEntram na lista de carros já incentivados o Toyota Prius e o Lexus CT 200h. Mesmo com a redução de imposto de 35% em 4% para ambos, o valor pedido permanece bem acima dos equivalente a gasolina. O Toyota custava R$ 120.800 antes do incentivo, caiu para R$ 111 mil e hoje, com reajuste, custa R$ 114.350 – um Volkswagen Golf, a título de comparação como hatch médio, parte de R$ 73.800. Já o Lexus foi de 134 mil na versão Eco e R$ 154 mil na Luxury, para R$ 127 mil e R$ 145.950, respectivamente.
A mudança na taxação é considerada pela Toyota (que também detém a marca Lexus) um primeiro passo para a popularização deste mercado, mas a empresa ressalta que a carga tributária sobre esses modelos ainda é considerável. “No Brasil não há incentivos para compra deste tipo de carro. Além da redução de impostos federais sobre o produto, seriam necessárias algumas medidas que viabilizem o poder de atratividade de compra.
Outro híbrido de sucesso lá fora, o Ford Fusion Hybrid (R$ 142 mil ante R$ 106 mil da versão de entrada, 2.5 a gasolina), não usufrui do benefício por ser importado do México, país que tem acordo comercial com o Brasil. Alegando “questões de competitividade”, a Ford não informa o total de unidades vendidas do modelo no Brasil, o percentual do imposto de importação, nem comenta a necessidade de incentivos. Entre os modelos sem qualquer incentivo há também o elétrico BMW i3 (R$ 225 mil), o híbrido i8 (R$ 799.950), o elétrico Renault Fluence e o híbrido Nissan Leaf, os três últimos vendidos sob encomenda.
Vínculo industrial
O governo alega que trabalha no que chama de “desenho de fomento” para novas tecnologias de propulsão, estabelecendo incentivos necessários à criação de mercado e produção local de elétricos e híbridos. Três pontos estão sendo discutidos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) com a indústria automobilística: avaliação do impacto energético com a introdução de veículos elétricos; modelagem e implantação do sistema de abastecimento (carregamento) dos elétricos; e análise de potencial de integração dos elétricos com as redes inteligentes de energia elétrica (Smart Grid). “Os custos dos veículos elétricos ainda são elevados e a alíquota do IPI é de 25%”, admite o MDIC, que se diz favorável à realização de estudos voltados à revisão da estrutura tributária, desde que vinculada a uma política industrial. O grande X da questão é que se, se não há incentivo para começar a vender os modelos no Brasil, as montadoras sequer cogitam produzi-los aqui.