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Mortes como a de Cristiano Araújo poderiam ser evitadas com o uso do cinto de segurança

Segundo a PRF, tudo indica que o cantor e a namorada estavam sem cinto no banco traseiro da Range Rover. Tragédia ilustra importância do equipamento em qualquer situação

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Mortes como a de Cristiano Araújo poderiam ser evitadas com o uso do cinto de segurança
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Bolsas do airbag foram deflagradas, mas só são eficazes em conjunto com o cinto de segurança


O cantor sertanejo Cristiano Araújo morreu vítima de um grave acidente de carro na BR-153, sentido Goiânia, na volta de um show em Itumbiara, no sul de Goiás, na madrugada desta quarta-feira. A namorada dele, Allana Coelho, de 19 anos, também morreu. A morte do cantor foi confirmada pelo Hospital de Urgências de Goiânia, onde Cristiano deu entrada já sem vida, por volta das 8h30. Ele sofreu politraumatismo, fraturas em várias partes do corpo e parada cardíaca.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o grupo seguia em uma Range Rover Sport ano 2015, quando o motorista perdeu o controle da direção e o carro capotou no canteiro central.A namorada de Cristiano Araújo foi arremessada para fora do veículo e morreu na hora. A PRF informou que ela e o artista estavam no banco de trás, e o casal provavelmente estava sem o cinto de segurança. O motorista e segurança do artista, Ronaldo Ribeiro, e o empresário, Victor Leonardo, também estavam no veículo e escaparam com vida.

Os detalhes do acidente só serão esclarecidos com a conclusão dos trabalhos da perícia da Polícia Civil, incluindo a certeza se o cantor usava ou não o cinto de segurança. No entanto, pela dinâmica da tragédia, é possível apontar que a falta do equipamento contribuiu para a morte do casal. As bolsas do airbag foram deflagradas, mas só são eficazes em conjunto com o cinto.

 

O passageiro traseiro é arremessado contra o banco da frente com peso de um hipopótamo e pode ser cuspido do carro

 

 

Vários estudos realizados no Brasil mostram como as pessoas não têm o hábito de usar o cinto de segurança no banco traseiro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez uma pesquisa em 2010 que revelou que 62,7% dos passageiros que se sentam no banco de trás de carros de passeio ou vans não usam o dispositivo de segurança. Já entre os que se sentam nos bancos dianteiros, esse número cai para 27,8%. Outro estudo realizado em 2009 pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, o maior centro urbano do país, apresenta dados desanimadores: apenas 11,2% dos adultos e 25,3% das crianças usavam cinto no banco de trás, enquanto que na frente o índice era de 92,9% entre os adultos e de 88,2% entre as crianças

PESO DESTRUIDOR

Mas não adianta nada conseguir altos índices de uso do cinto de segurança apenas nos bancos dianteiros. Boletim divulgado recentemente pelo Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi) alerta para os riscos gerados por essa atitude. De acordo com o informativo, “quando há uma batida de carro, as desacelerações são muito bruscas, e qualquer pessoa (ou objeto) solto no veículo pode atingir um peso elevado quando arremessado”.

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O orgão explica que as montadoras e os centros de pesquisa espalhados pelo mundo fazem estudos de impacto de veículos com testes em velocidades desde 2km/h, para avaliação de para-choque, até 64km/h, para checar a segurança dos ocupantes. Nos crash-tests mais severos, feitos à velocidade de 64km/h e contra uma barreira deformável – cuja função é simular a presença de outro veículo –, as desacelerações ocorridas no carro podem multiplicar o peso de qualquer objeto por até 40 vezes

 

VÍDEO MOSTRA COMO FICOU O CARRO APÓS A TRAGÉDIA

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Ao se transformar nesse peso destruidor, as pessoas sem o cinto de segurança, além de se ferir gravemente (ou até mesmo morrerem, pois o impacto pode ser fatal), podem machucar ou até mesmo matar os ocupantes dos bancos da frente, além de ser arremessadas para fora do veículo, como aconteceu com o cantor sertanejo. Segundo as explicações da Cesvi, “isso ocorre porque, quando a pessoa é arremessada para a frente no momento da batida, os bancos dianteiros são empurrados também, pressionando o ocupante sobre o painel, causando ferimentos graves ou até a morte”. (Com informações de Eduardo Aquino em julho de 2014)