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Elevação da temperatura afeta funcionamento e durabilidade dos componentes do carro

Até consumo é alterado, de acordo com as condições de rodagem e o grau de exposição. Saiba quais os itens devem ser checados com maior frequência no calor

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Elevação da temperatura afeta funcionamento e durabilidade dos componentes do carro
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação


É primavera, mas nunca fez tanto calor em Belo Horizonte – nessa quinta-feira, a capital registrou temperatura recorde de 37,7 graus. Quem dirige ou viaja sobre um asfalto cada vez mais escaldante sente na pele as mudanças climáticas. O que exige atenção especial à saúde do organismo. Embora fundamental, essa não deve ser a única preocupação do usuário de veículo automotor: o carro também sofre com o calorão desenfreado, com alterações no funcionamento e durabilidade de componentes. Muda ainda o consumo de combustíveis, de acordo com as condições de rodagem e o grau de exposição.

“Dependendo do dia, a temperatura dentro do cofre do motor pode passar de 100 graus. Se o radiador não estiver com as mangueiras e o líquido de arrefecimento em dia, há chance de superaquecimento, principalmente em carros com mais de cinco anos de uso”, aponta Ricardo Dilser, assessor técnico da Fiat. O especialista lembra que a sujeira aparece principalmente em veículos que trafegam muito (de uso comercial, como táxi e de entregas) em estradas de terra, e a verificação deve ser feita a cada 15 mil quilômetros.

Mesmo prazo previsto pelo fabricante para a manutenção do ar-condicionado, bastante requisitado nestes dias de calorão. Para funcionar bem, o sistema depende do filtro de ar limpo, sem obstruções. Filtro sujo significa mais potência extraída do motor, consumo elevado e eventuais impurezas do trânsito, como material particulado. Além da manutenção, a dica é evitar ficar saindo e entrando no carro com ar-condicionado ligado a todo o momento – o choque térmico é bastante prejudicial ao organismo, sustenta a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). “Limpador de para-brisa é outro detalhe que passa despercebido. No verão, há chuvas esporádicas. É barato e vale a pena trocar. Com o tempo, resseca a palheta e depois não limpa o para-brisa, criando condições difíceis de visibilidade”, acrescenta Dilser.

Mário Furtado, gerente de pós-vendas da Nissan, ressalta que a pintura e os acabamentos plásticos do interior do carro são os itens mais suscetíveis ao desgaste no calor. Apesar do desenvolvimento de tintas e vernizes, ainda há degeneração causada pelos raios ultravioleta (UVs) da luz solar. A escolha por automóveis de cores claras ameniza o processo (veja infográfico). “Dependendo da exposição ao sol com o veículo fechado, as altas temperaturas e os raios UV aceleram o envelhecimento dos acabamentos internos e da pintura. Estacionar o veículo em sombras e lugares cobertos pode aumentar a durabilidade e trazer benefícios a longo prazo”, recomenda Furtado.

Rola fácil, acaba mais São nos pneus, por outro lado, que podem surgir as maiores diferenças para o motorista que dirige muitos quilômetros ao dia. Normalmente, a pressão do borrachudo sobe de quatro a cinco Psi (unidade usada para medição) em altas temperaturas. Segundo o responsável pela pesquisa e desenvolvimento da Pirelli, Kaio Machado, a pressão elevada economiza combustível. Contudo, há perda de conforto e durabilidade do conjunto, com aceleração do processo de degeneração da borracha. “O pneu fica mais rígido e transfere mais as irregularidades do piso aos ocupantes. Carroceria e suspensão sofrem mais. Há desgaste prematuro da banda de rodagem, área que toca mais o chão com o pneu balão, e da borracha, que é flexível”.