Muito provavelmente, você já viu um school bus, como são chamados os ônibus especialmente projetados para o transporte escolar na América do Norte. Parte da cultura norte-americana, com recorrentes aparições em filmes e seriados de TV, esse tipo de veículo também foi protagonista no Brasil. Centenas de unidades com média de sete a 10 anos de uso foram doadas ao governo brasileiro no fim da década de 1990, como incentivo a um transporte feito até então de forma quase sempre precária – inclusive em caminhões, o célebre pau de arara. Ambulâncias do tipo UTI móvel também vieram para dar uma ajudinha na área da saúde. Passadas mais de duas décadas, aqueles que podem ser considerados os precursores de programas como o Caminho da Escola e o Samu perderam-se no tempo: a maioria virou sucata.
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TRADIÇÃO
Estima-se que somente nos Estados Unidos os school buses transportem 10 milhões de estudantes por ano – mais da metade da população matriculada do país. Além da cor amarela e o design diferente dos ônibus atuais, com frente bicuda, típica de caminhões, se diferenciam pelas luzes, mensagens e demais dispositivos de alerta e segurança impostos por órgãos reguladores dos EUA e do Canadá.
Parte dos pesados atualmente repousa em ferros-velhos, como o situado no quilômetro 83 da MG-050, em Itaúna, na Região Centro-Oeste do estado. O local estoca um micro-ônibus e ônibus anteriormente usados pela Prefeitura de Gurupi, no estado de Tocantins. Recentemente, uma ambulância arrematada em um leilão foi agregada. Quase sempre os veículos são procurados para reposição. “A última venda, de uma caixa de transmissão, foi para a transformação de um escolar em trailer para lanches”, conta um dos proprietários do ferro-velho, Marlon Sambeca. Quem sabe com uma peça daqui e outra dali, e um bom trato, a história daqui pra frente não seja outra? (Colaborou Luiz Ribeiro)
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