A indústria automotiva se vê diante da obrigação de se reinventar, seja para cumprir as exigências das normas de emissões, seja para atender aos anseios dos consumidores, que querem soluções práticas e, de preferência, de baixo custo para a mobilidade. Diante disso, o que se vê na 67ª edição do Salão Internacional do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha, são propostas que estão mais próximas de nossa realidade e outras que vão demorar pelo menos 20 anos para se concretizar. Na mostra alemã, é possível ver a nova geração do Volkswagen Polo, que será lançada no Brasil ainda este mês, e o novo Renault Duster, feito lá pela romena Dacia, que só deverá ser produzido por aqui a partir de 2019.
A ZF, que produz sistemas e componentes para a indústria automotiva, está presente no salão e define de forma clara o que já faz parte da nossa realidade em termos de tecnologia, apontando as soluções para o futuro. Os executivos da empresa reafirmam a busca incansável pela emissão zero, que tem como objetivo principal o carro 100% elétrico. Mas a ZF mostra, ainda, na Alemanha, o Vision Zero, um carro que apresenta a evolução da condução autônoma, com sistemas que utilizam sensores e radares interagindo com os componentes mecânicos. Mas os próprios engenheiros da ZF afirmam que vai demorar algum tempo ainda para que um carro trefegue sem a intervenção do homem. Se para o Brasil o carro elétrico é uma realidade distante, imagine a condução autônoma.
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VOLKSWAGEN Como fez no ano passado no Salão do Automóvel de Paris, a marca alemã volta a fazer o mea-culpa pela fraude cometida na divulgação dos dados de emissões de seus motores a diesel. A VW mostra em Frankfurt sua família I.D., composta pelos modelos I.D., um hatch compacto com previsão de lançamento em 2020; o I.D.
Mas a Volkswagen mostra na Alemanha seu interesse pelo segmento de SUVs, no qual acredita alcançará a participação de 30% no mercado brasileiro nos próximos cinco anos. Com base nisso, a montadora mostra no salão o Tiguan Allspace, que virá do México para o Brasil apenas na versão de sete lugares, e o T-Roc, que não vai desembarcar em nosso mercado.
RENAULT O grande destaque da Renault para o Brasil na verdade está no estande da Dacia, marca romena que pertence ao grupo francês. Trata-se do novo Duster, que ganhou frente mais moderna, composta por grade com gomos e para-choque mais robusto, além de faróis redesenhados. Nas laterais, a mudança mais evidente é a linha de cintura discretamente mais elevada, e na traseira, lanternas com novo formato e elemento interno que lembra a do Jeep Renegade. O modelo estará disponível no mercado europeu ainda este ano, mas as mudanças feitas lá só devem chegar por aqui em 2019. Outra presença marcante no estande da Renault é a nova geração do Mégane RS, que agora tem motor 1.8 turbo de 280cv, o mesmo do Alpine A110. Só que ele também não vem para o Brasil.
FORD A marca do oval azul tem participação discreta na mostra alemã. Um dos seus destaques é o novo EcoSport, igual ao nosso, mas que por lá não tem o estepe pendurado na tampa traseira e traz um sistema de tração integral mais evoluído do que o comercializado por aqui.
MERCEDES-BENZ Outro modelo apresentado em Frankfurt que interessa ao mercado brasileiro é a picape média Mercedes-Benz Classe X, construída sobre a mesma plataforma da Nissan Frontier e Renault Alaskan. A picape tem desenho bonito, interior mais sofisticado e diferentes versões. Ela chegará ao mercado brasileiro em 2019, com diferentes opções de motorização.