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Sono e fadiga são a terceira maior causa de acidentes; veja como evitar

Estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego mostra a relação direta entre o número de horas dormidas e o risco de se acidentar

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Sono e fadiga são a terceira maior causa de acidentes; veja como evitar
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

No Brasil, 60% dos acidentes rodoviários envolvendo motorista profissional, com carteiras de habilitação C, D e E, são causados por sono e fadiga

 

 
Quem depende do veículo para trabalhar sabe bem que o corpo e a mente cansados são os principais vilões da atenção nas ruas. Para quem dirige à noite, esse problema se torna bem maior, chegando a ser responsável por 60% dos acidentes.

Biologicamente, o corpo precisa do tempo de descanso para trazer benefícios como a redução do estresse, controle do apetite, melhora no humor e na memória. Um dos hormônios liberados durante o sono é a melatonina, responsável por regular o tempo de repouso e reparar as células expostas a estresse, poluição, entre outras.

A privação do sono é mais prejudicial do que se imagina. Sem falar nos problemas para o corpo como aumento do estresse e perda de memória, quem dirige um veículo com o nível de melatonina alto corre um grande risco de causar e sofrer acidentes.

A privação do sono é capaz de atingir os sistemas imunológico e hormonal de forma negativa. A falta do descanso ainda é responsável por não restabelecer os neurotransmissores e ocasiona a falta de concentração, atenção, raciocínio e, para os condutores, a diminuição das atividades necessárias para conduzir um veículo.

Segundo um levantamento da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), no Brasil 60% dos acidentes rodoviários envolvendo motorista profissional, com carteiras de habilitação C, D e E, são causados por sono e fadiga. Se levar em consideração todos os acidentes ocorridos em rodovias e áreas rurais e urbanas, esses fatores são a terceira maior causa de acidentes no país, perdendo apenas para a junção entre álcool e direção e o excesso de velocidade.

Um estudo desenvolvido pela associação, o Não dê Carona ao Sono, mostrou que a relação entre a quantidade de horas dormidas e o tempo em que se está dirigindo influencia diretamente na qualidade da condução. Quanto menos horas dormidas, mais chances de causar acidentes. Se o condutor dormir cinco horas e meia, a chance de ele causar algum acidente no trânsito é 10 vezes maior em relação a quem dormiu as oito horas recomendadas. Se dormir apenas quatro horas e meia, o risco aumenta para 12 vezes, e quando as horas de sono chegam a apenas três horas e meia, o perigo cresce para 20 vezes.

Para evitar esse perigo, existem algumas recomendações que podem ser seguidas. Dormir a cada 14 horas e ter uma noite de sono entre sete e oito horas seguidas é uma das mais importantes. Uma pessoa que está acorda da há mais de 20 horas é comparada a uma pessoa embriagada. Alternativas para driblar os efeitos do sono como tomar café, ligar o rádio e o ar condicionado são capazes de deixar o condutor alerta por apenas poucos instantes, mas não é possível evitar o cansaço indefinidamente. O que pode complicar mais ainda é que o condutor pode não perceber quando o método utilizado para driblar o sono para de fazer efeito.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), somente no ano passado o número de acidentes causados por motoristas que dormiram ao volante chegou a 3.796, que mataram 371 pessoas e deixaram 3.629 feridas. O problema com o sono e o volante afeta, principalmente, os condutores de veículos de transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de cargas. O indicado é não dirigir por mais de cinco horas e meia ininterruptos com, no mínimo, 30 minutos de descanso para quem transporta carga. Para quem realiza transporte de passageiros, no mínimo 30 minutos de descanso a cada quatro horas no volante.