De São Paulo* - O Accord, sedã de luxo da Honda, chega à sua 10ª geração com mudanças significativas, tanto no visual quanto no conteúdo e conjunto mecânico. O modelo fez sua primeira aparição em solo brasileiro no Salão do Automóvel de São Paulo, no início do mês, mas foi lançado nos Estados Unidos há mais de um ano. O sedã será comercializado por aqui em versão única, por R$ 198.500.
Leia Mais
Comprar um carro elétrico ou um modelo com motor a combustão bem equipado? Elite é melhor que a atual PCXChevrolet lança Spin com nova configuração para PcD a partir de R$ 54.300Modelo 2019 do Chevrolet Camaro ganha novo câmbio e mais tecnologiasImportado dos Estados Unidos, o Honda Accord tem uma história de sucesso em seus mais de 41 anos de existência. O sedã médio-grande chega à sua 10ª geração com mais de 13 milhões de unidades vendidas na América do Norte. No Brasil, o modelo foi lançado em 1992, na quarta geração, e sempre foi visto como um carro de nicho, com baixos volumes de vendas. No ano passado, foram comercializadas apenas 122 unidades do modelo, que tinha preço único de R$ 162.500. Em 2018, o sedã nem aparece no relatório de emplacamento da Fenabrave.
Agora, o Accord 2019 chega mais caro, porém com o design mais ousado, com linhas semelhantes às do novo Civic. A grade é composta por uma barra mais grossa que se estende de um farol ao outro, com uma abertura central do tipo colmeia.
IMPRESSÕES Com o aumento da distância entre-eixos em 5,5cm (totalizando 2,83m), o espaço interno realmente ficou melhor, principalmente para quem senta no banco traseiro. Tem espaço de sobra para as pernas. Quem senta atrás também conta com as saídas do ar-condicionado, mas não tem controle da temperatura.
Os bancos dianteiros têm sistema de ventilação, sendo que o do motorista conta com 12 regulagens elétricas e duas memórias. O do passageiro tem apenas quatro regulagens elétricas. Para reduzir os ruídos internos, a Honda usou o Sistema Active Noise Control, que reproduz sons na mesma frequência, porém com amplitude oposta, o que reduz os barulhos vindos de fora. O sistema multimídia tem tela de oito polegadas, trazendo navegador nativo, conexão com smartphones (por Android Auto e Apple CarPlay), carregador de celular por indução e sistema de som tem 452 watts de potência.
O acabamento é de boa qualidade, com couro perfurado nos bancos e materiais agradáveis ao toque no painel. O interior pode ser nas cores marfim, cinza e preto. O volante de três raios traz os comandos para áudio, telefone, computador de bordo e sistemas de auxílio ao motorista. O painel de instrumentos tem velocímetro analógico é uma tela digital com as outras informações.
Para um sedã médio-grande de quase R$ 200 mil, o novo Accord fica devendo em alguns detalhes. Os faróis de neblina, por exemplo, não são direcionais. A tampa do porta-malas não tem abertura elétrica, sem a necessidade de usar a chave, recurso disponível em alguns concorrentes. Por outro lado, a Honda exalta a qualidade de construção do sedã, que tem partes da carroceria soldadas a laser, sem emendas aparentes. Além disso, a montadora afirma que o modelo tirou notas máximas nos testes de impacto.
MECÂNICA Outra modificação significativa no novo Honda Accord é no conjunto mecânico. O modelo, que era equipado com motor 3.6 litros V6 aspirado (280cv e 34,6kgfm), passa a ser vendido no Brasil com propulsor 2.0 turbo, que desenvolve 256cv e 37,7kgfm de torque, o mesmo do Civic Type R. Ele trabalha em conjunto com o novo câmbio automático de 10 marchas desenvolvido pela Honda.
DIRIGINDO Dirigimos o novo Accord no trânsito urbano e nas estradas de São Paulo. O motor 2.0 turbo realmente não fica devendo nada para o V6, apesar de ter 24cv a menos. O detalhe é que o quatro-cilindros tem mais torque em baixas rotações, o que deixa o sedã ágil e rápido nas respostas às acelerações. O turbo faz o resto do serviço, deixando o motorista colado no banco quando pisa fundo no acelerador.
O câmbio automático de 10 marchas funciona de forma muito suave e é facilmente comandado pelas teclas no console.
O Accord conta com três modos de condução – Normal, Eco e Sport –, e fica fácil perceber as mudanças de comportamento e interferências na direção, respostas do motor e ajuste da suspensão. O carro tem um rodar macio e silencioso, mas transfere as irregularidades do solo para a cabine. A suspensão dianteira é McPherson e a traseira Multlink.
Testamos o sistema de assistência Honda Sensing, que faz a leitura das faixas na estrada, mantendo o carro na direção certa. Traz também o sistema que mantém a velocidade e a distância em relação ao veículo da frente, chegando a atuar no freio se perceber a possibilidade de uma batida. O sedã traz ainda sensor de fadiga, sistema para mitigação de evasão de pista, head up display. A Honda espera vender 130 unidades por ano. O modelo chega ao Brasil apenas na versão Touring.
* Jornalista viajou a convite da Honda
.