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Novo Honda Accord chega ao Brasil com motor 2.0 turbo, por R$ 198.500

Décima geração do Honda Accord tem visual mais ousado e abandona o motor V6 para usar o propulsor turbinado do Civic Type R, com câmbio automático de 10 marchas

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Novo Honda Accord chega ao Brasil com motor 2.0 turbo por R$ 198.500
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

De São Paulo* - O Accord, sedã de luxo da Honda, chega à sua 10ª geração com mudanças significativas, tanto no visual quanto no conteúdo e conjunto mecânico. O modelo fez sua primeira aparição em solo brasileiro no Salão do Automóvel de São Paulo, no início do mês, mas foi lançado nos Estados Unidos há mais de um ano. O sedã será comercializado por aqui em versão única, por R$ 198.500.


Importado dos Estados Unidos, o Honda Accord tem uma história de sucesso em seus mais de 41 anos de existência. O sedã médio-grande chega à sua 10ª geração com mais de 13 milhões de unidades vendidas na América do Norte. No Brasil, o modelo foi lançado em 1992, na quarta geração, e sempre foi visto como um carro de nicho, com baixos volumes de vendas. No ano passado, foram comercializadas apenas 122 unidades do modelo, que tinha preço único de R$ 162.500. Em 2018, o sedã nem aparece no relatório de emplacamento da Fenabrave.

O teto arqueado e o vidro traseiro muito inclinado fazem o sedã parecer um cupê de quatro portas


Agora, o Accord 2019 chega mais caro, porém com o design mais ousado, com linhas semelhantes às do novo Civic. A grade é composta por uma barra mais grossa que se estende de um farol ao outro, com uma abertura central do tipo colmeia. Os faróis estreitos são de LED, assim como os auxiliares de neblina. O capô volumoso e o para-choque com spoiler passam a sensação de que o sedã ficou mais baixo, proporcionando um toque de discreta esportividade. O teto arqueado e o vidro traseiro muito inclinado fazem o sedã parecer um cupê de quatro portas. As lanternas também ganharam desenho semelhante às do Civic, em forma de C. Já as rodas de liga leve aro 18 polegadas ajudam a dar mais um toque de esportividade.

Distância entre-eixos aumentou, melhorando o espaço interno principalmente para quem senta no banco traseiro


IMPRESSÕES Com o aumento da distância entre-eixos em 5,5cm (totalizando 2,83m), o espaço interno realmente ficou melhor, principalmente para quem senta no banco traseiro. Tem espaço de sobra para as pernas. Quem senta atrás também conta com as saídas do ar-condicionado, mas não tem controle da temperatura. Apesar disso o novo Accord está menor. O porta-malas tem 574 litros de volume, 68 litros a mais que a geração anterior, acomodando a bagagem da família toda.

Porta-malas tem 574 litros de volume, 68 litros a mais que a geração anterior


Os bancos dianteiros têm sistema de ventilação, sendo que o do motorista conta com 12 regulagens elétricas e duas memórias. O do passageiro tem apenas quatro regulagens elétricas. Para reduzir os ruídos internos, a Honda usou o Sistema Active Noise Control, que reproduz sons na mesma frequência, porém com amplitude oposta, o que reduz os barulhos vindos de fora. O sistema multimídia tem tela de oito polegadas, trazendo navegador nativo, conexão com smartphones (por Android Auto e Apple CarPlay), carregador de celular por indução e sistema de som tem 452 watts de potência.

Interior pode ser nas cores marfim, cinza e preto


O acabamento é de boa qualidade, com couro perfurado nos bancos e materiais agradáveis ao toque no painel. O interior pode ser nas cores marfim, cinza e preto. O volante de três raios traz os comandos para áudio, telefone, computador de bordo e sistemas de auxílio ao motorista. O painel de instrumentos tem velocímetro analógico é uma tela digital com as outras informações. O novo Honda Accord traz de série teto solar elétrico e oito airbags (dois dianteiros, dois laterais, dois de cortina e dois de joelhos para motorista e passageiro).

Para um sedã médio-grande de quase R$ 200 mil, o novo Accord fica devendo em alguns detalhes. Os faróis de neblina, por exemplo, não são direcionais. A tampa do porta-malas não tem abertura elétrica, sem a necessidade de usar a chave, recurso disponível em alguns concorrentes. Por outro lado, a Honda exalta a qualidade de construção do sedã, que tem partes da carroceria soldadas a laser, sem emendas aparentes. Além disso, a montadora afirma que o modelo tirou notas máximas nos testes de impacto.

Motor 2.0 turbo substitui o antigo V6 com vantagens


MECÂNICA
Outra modificação significativa no novo Honda Accord é no conjunto mecânico. O modelo, que era equipado com motor 3.6 litros V6 aspirado (280cv e 34,6kgfm), passa a ser vendido no Brasil com propulsor 2.0 turbo, que desenvolve 256cv e 37,7kgfm de torque, o mesmo do Civic Type R. Ele trabalha em conjunto com o novo câmbio automático de 10 marchas desenvolvido pela Honda.

O novo Accord tem design mais ousado, com linhas semelhantes às do Civic


DIRIGINDO Dirigimos o novo Accord no trânsito urbano e nas estradas de São Paulo. O motor 2.0 turbo realmente não fica devendo nada para o V6, apesar de ter 24cv a menos. O detalhe é que o quatro-cilindros tem mais torque em baixas rotações, o que deixa o sedã ágil e rápido nas respostas às acelerações. O turbo faz o resto do serviço, deixando o motorista colado no banco quando pisa fundo no acelerador.

O câmbio automático de 10 marchas funciona de forma muito suave e é facilmente comandado pelas teclas no console. Tem a opção de trocas manuais nas aletas atrás do volante, condição que deixa o carro ainda mais esperto. De acordo com dados do Inmetro, o consumo do novo Accord é de 9km/l na cidade e 12,3km/l na estrada. Segundo a Honda, 6% mais econômico. Vale lembrar que o carro está 82 quilos mais leve, graças ao uso de aço ultrarresistente e alumínio em sua construção.

Modelo é vendido em versão única Touring, que traz teto solar de série


O Accord conta com três modos de condução – Normal, Eco e Sport –, e fica fácil perceber as mudanças de comportamento e interferências na direção, respostas do motor e ajuste da suspensão. O carro tem um rodar macio e silencioso, mas transfere as irregularidades do solo para a cabine. A suspensão dianteira é McPherson e a traseira Multlink.

Testamos o sistema de assistência Honda Sensing, que faz a leitura das faixas na estrada, mantendo o carro na direção certa. Traz também o sistema que mantém a velocidade e a distância em relação ao veículo da frente, chegando a atuar no freio se perceber a possibilidade de uma batida. O sedã traz ainda sensor de fadiga, sistema para mitigação de evasão de pista, head up display. A Honda espera vender 130 unidades por ano. O modelo chega ao Brasil apenas na versão Touring.

 

* Jornalista viajou a convite da Honda