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Análise: confira as apostas e as roubadas dos lançamentos automotivos de 2020

Está em busca de um carro novo e não quer cair em uma enrascada? Listamos cinco modelo que prometem fazer sucesso e outros cinco que podem se transformar em um verdadeiro mico

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Análise: confira as apostas e as roubadas dos lançamentos automotivos de 2020
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Silhueta do Volkswagen Nivus revela suas linhas de SUV-cupê


Com projeções otimistas por parte de fabricantes e distribuidores, o mercado de veículos promete se manter aquecido ao longo de 2020. Se você pretende trocar de carro, fique de olho no que pode ser uma boa oportunidade e o que pode se transformar em uma grande dor de cabeça.

APOSTAS

Volkswagen Nivus
Além do Volkswagen T-Cross, a marca vai “tirar” outro suvinho urbano da plataforma do compacto Polo. No lugar das linhas robustas, típicas dos utilitários-esportivos, o Nivus terá jeitão de cupê. O espaço interno também não será de SUV, já que o modelo mantém a distância entre-eixos do Polo: 2,56 metros. Como todo projeto derivado da plataforma MQB, o nível de segurança deve ficar acima da média. O motor é o 1.0 turbo, que deve entregar 128cv de potência e 20,4kgfm de torque. O preço será salgado, em torno de R$ 70 mil, que depois do lançamento deve ser ajustado para uns R$ 75 mil. É muito dinheiro para um Polo aventureiro, mas existem concorrentes com preço semelhante. Design, segurança e desempenho devem garantir um bom futuro para o Nivus.


Fiat Strada
A segunda geração da Fiat Strada deve chegar em abril com porte e dimensões maiores que o modelo atual. As linhas da picape são um misto de Argo e Mobi, sendo que as lanternas lembram as da Toro. O fato da plataforma da velha Strada ter sido mantida não chega a ser ruim, já que ela é reconhecida por sua robustez e capacidade para o trabalho. Serão oferecidas carrocerias de cabine simples, com um espaço atrás dos bancos (como as estendidas), e dupla, com quatro portas e capacidade para cinco ocupantes. Além do conhecido motor 1.4 Fire, haverá versões com o propulsor 1.3 Firefly, com até 109cv e 14,2kgfm. É um bom conjunto para continuar liderando o segmento de picapes compactas.

Chevrolet Tracker


A nova geração do Chevrolet Tracker já foi lançada na China, com design bem mais refinado e agressivo. O SUV compacto agora será produzido no Brasil, construído sobre a plataforma GEM, a mesma usada no novo Onix, destinada a mercados emergentes. Com 2cm a mais na distância entre-eixos (totalizando 2,57m), houve ganho em espaço interno, principalmente para a bagagem, com o volume do porta-malas indo de 306 para 360 litros. Sob o capô, o beberrão 1.4 turbo dará espaço ao mesmo 1.0 turbo de 116cv do novo Onix. Também existe a chance de a marca oferecer um inédito motor 1.2 turbo para as versões mais caras. O melhor da festa é que o preço deve ficar na mesma faixa atual, por volta dos R$ 95 mil. O Tracker nunca fez sucesso entre os SUVs compactos, mas, com o ganho em design, espaço, desempenho, consumo e nacionalização, com certeza vai ficar mais competitivo.

Peugeot 208


O principal apelo do novo Peugeot 208 é o design agressivo, com a imensa grade do radiador, linhas encorpadas e lanternas unidas por um elemento em preto brilhante. O interior traz quadro de instrumentos digital e tela flutuante do sistema multimídia. São três opções de motor: os atuais 1.2 PureTech e 1.6 FlexStart, além do novo 1.2 PureTech turbo, que na Europa tem 130cv e 20,4kgfm. A única parte ruim é que o modelo será importado da Argentina. A aposta é arriscada, já que a imagem de pós-venda da marca é negativa, mas, se não for subtraído, o produto parece ser forte o suficiente para melhorar a situação da Peugeot.

RAM 1500


Não é que vai vender igual a pão quente, mas a chegada da RAM 1500 vai disparar o volume de vendas da marca no Brasil. Com apenas um modelo disponível atualmente, a RAM 2500, que custa “módicos” R$ 289.990, a marca vendeu 652 unidades em 2019. Acontece que a 1500 é um veículo muito mais acessível, a começar pelo fato de poder ser dirigida com habilitação B (como os carros de passeio). O preço também será mais “acessível”, devendo ficar próximo às versões de topo das principais picapes médias, porém, com muito mais presença (com 5,81m de comprimento, ela é 50 centímetros mais longa que uma Toyota Hilux). A motorização mais provável por aqui será um V6 3.0 diesel com 309cv e 37,1kgfm.


ROUBADAS


Renault Duster


A segunda geração do Duster deve apresentar poucas novidades, trazendo inclusive a mesma plataforma atual, como a Renault fez com os novos Sandero e Logan. Novidade mesmo será o motor 1.3 turbo de 130cv, que substitui o beberrão 2.0, com menor consumo e desempenho semelhante. As versões mais baratas continuam com o propulsor 1.6 flex. O visual também não vai mudar muito. Com tão poucas alterações, o “tapinha” no SUV romeno está mais para uma reestilização. É muito pouco para tirar o modelo da oitava colocação no segmento.

Honda Fit


A quarta geração do Honda Fit foi lançada na Europa com uma significativa ruptura de design. Enquanto lá as linhas mais suaves e tecnológicas são justificadas pela introdução da motorização híbrida, por aqui a coisa será um pouco diferente. A novidade mecânica será a introdução de um motor 1.0 turbo. Ainda que o modelo tenha uma clientela fiel, que aprecia toda a versatilidade do monovolume, que foi preservada, se nenhum trabalho for feito para adaptá-lo ao gosto do brasileiro, pode ser que a Honda tenha problemas.

Kia Rio


A marca mais penalizada pelo Inovar-Auto, política protecionista adotada em 2013 para penalizar quem não tinha planos de fabricar veículos no país, foi a Kia. Porém, com o fim do programa em 2017, as vendas da marca não voltaram a engrenar e não passam nem perto das de antigamente. Para 2020, a marca coreana escolheu o Rio como produto de volume, importado do México. O modelo será lançado em duas versões, sempre com motor 1.6 de 130cv e câmbio automático de seis marchas. O hatch vai disputar o concorrido segmento dos compactos premium, e precisará ter preço competitivo para encontrar seu lugar a sol.

VW Polo GTS


“Compre um Golf e leve um Polo”. Este seria o slogan mais sincero para a versão GTS do Volkswagen Polo, que está à venda por absurdos R$ 103.440. Com temperamento mais “nervoso”, graças ao motor 1.4 turbo de 150cv, o modelo não chega e ser um esportivo. O visual também é diferenciado, com grade estilo colmeia, para-choques exclusivos, defletor em preto brilhante e escapamento duplo. O interior traz de série o quadro de instrumentos digital. Não há justificativa para esse valor.

JAC iEV 20


O JAC iEV 20 nada mais é que o finado JAC J2 equipado com motor elétrico e vendido a partir de R$ 124.900. O design é um desastre, reunindo em 3,77m de comprimento uma dianteira desproporcional de SUV e estepe pendurado na tampa traseira. Voltado apenas para uso urbano, o motor elétrico tem 68cv e 21,9kgfm. A velocidade máxima é de 112km/h, mas, no modo Eco, não passa de 63km/h. Nesta configuração, a autonomia passa de 320 para 400 quilômetros. É muita grana para gastar com um projeto de carro elétrico, que, além de suas próprias limitações, carece da implantação de uma infraestrutura, adaptado em um modelo que não traz boas lembranças, e vendido por uma marca que ainda não conseguiu se estabilizar no país.