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A partir de R$ 69.990, Kia Rio chega ao Brasil devendo um algo mais para justificar sua compra

Hatch compacto premium não é o melhor custo/benefício do segmento em relação aos equipamentos, não tem motor turbo e nem é o mais atraente. Confira os detalhes do modelo fabricado no México

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A partir de R$ 69.990, Kia Rio chega ao Brasil devendo um algo mais para justificar sua compra
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

O hatch compacto tem linhas dinâmicas e o destaque no design é a grade que une os faróis

 

De Guarulhos (SP) – A Kia lançou oficialmente o hatch compacto Rio, já disponível em sua rede de concessionárias. Apesar de ser fabricado no México, de onde vem sem taxa de importação, a volatilidade do câmbio (o dólar) não lhe garantiu uma relação custo/benefício interessante. Por esse motivo, a preocupação dos executivos da marca coreana é mostrar que o modelo tem características superiores de acabamento, rodagem e desempenho que seus concorrentes do segmento dos compactos premium.


Fato é que o Kia Rio está na média dos concorrentes. O acabamento traz bancos revestidos em tecido na versão de entrada LX e em couro na EX. O interior traz plástico duro, mas com toque e visual agradáveis. A versão mais cara tem acabamento ligeiramente emborrachado nos painéis das portas, mas sem muito ganho em qualidade. Os tapetes são acarpetados. O console central é robusto, com muito espaço para acomodar objetos, incluindo apoio de braço com porta-trecos embutido e tomada USB para banco traseiro no pacote mais sofisticado.

As dimensões são 4,65m de comprimento, 1,72m de largura, 1,45m de altura e 2,58m de distância entre-eixos


Uma grande escorregada é a telinha do quadro de instrumentos não fornecer velocímetro digital e nem computador de bordo informando o consumo médio de combustível. O espaço interno é bom. O banco traseiro oferece conforto para dois passageiros. Apesar do túnel do assoalho baixo e largo, não há espaço para o passageiro central acomodar os pés. O porta-malas tem bom espaço para um compacto, com volume de 325 litros, e guarda o estepe temporário. O fabricante ressalta o isolamento acústico e o trabalho aerodinâmico realizado, o que não foi possível avaliar no breve contato com o veículo (aguardamos o modelo para avaliação).

Modelo tem defletor de ar na parte traseira superior e rodas de 15 polegadas nas duas versões


Com linhas dinâmicas, o destaque no design do Kia Rio é a grade que une os faróis. As dimensões são 4,65 metros de comprimento, 2,58m de distância entre-eixos, 1,72m de largura e 1,45m de altura. A versão de topo EX tem acabamento em preto brilhante nas grades superior e inferior. Outra característica que diferencia os pacotes são os retrovisores, que no veículo mais equipado, além de ajustes elétricos, traz rebatimento elétrico, repetidores de seta e aquecimento. O EX também tem conjunto óptico mais sofisticado, que agrega luzes de rodagem diurna e  luzes de assistência em manobra. As rodas de 15 polegadas são comuns entre as versões.

O interior traz plástico duro, mas com toque e visual agradáveis, e na versão mais cara o acabamento é ligeiramente emborrachado


CONTEÚDO
A versão de entrada LX (R$ 69.990) traz de série airbags dianteiros, controles de tração e estabilidade, gerenciamento de estabilidade veicular, Isofix, assistente de partida em rampa, controle de frenagem em curvas,  sistema multimídia com tela de sete polegadas e conexão com smartphones, rodas de liga leve de 15 polegadas, câmera de ré, ar-condicionado, retrovisores com ajustes elétricos, acendimento automático dos faróis, faróis de neblina, medidor de pressão dos pneus, volante e banco do motorista com ajuste em altura.

O volante tem apenas ajuste de altura, mas traz comandos para o áudio e celular


Já a versão EX (R$ 78.990) acrescenta ar-condicionado digital, bancos revestidos em couro, retrovisores com ajustes e rebatimento elétricos, luz estática direcional, luz de rodagem diurna. Como falamos no início, o conteúdo não se destaca entre os concorrentes. Como exemplo, trazemos o Chevrolet Onix Premier (R$ 71.790), versão de topo que tem seis airbags (frontais, laterais e de cortina), rodas de liga leve de 16 polegadas, chave presencial (que destrava as portas e dá partida no motor por botão) e bancos que mesclam couro e tecido.

O câmbio é automático de seis marchas, mas sem muitos recursos


CONJUNTO MECÂNICO O Kia Rio traz sob o capô o mesmo motor 1.6 flex usado em algumas versões do Hyundai HB20, com potências de 123cv/130cv (gasolina/etanol) e torques de 16kgfm(g)/16,5kgfm(e), sempre com câmbio automático de seis marchas. A direção tem assistência elétrica. As suspensões trazem a configuração básica, McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, sem acerto especial para as esburacadas ruas brasileiras. A breve experiência ao volante não foi suficiente para coletar impressões sobre o veículo.

O motor é 1.6 flex que desenvolve 123cv (g) e 130cv (e), com torques de 16kgfm (g) e 16,5kgfm (e)


De novo, em relação aos concorrentes, o motor 1.6 aspirado, apesar de agradável, não supera os modelos que trazem motor 1.0 turbo, com respostas mais breves e menor consumo de combustível. Mas, é claro, a própria Kia sabe que o produto não é tão competitivo. Tanto que a expectativa de vendas é de 2.400 unidades por ano, sendo que 80% são da LX e 20% da EX. O Kia Rio está na quarta geração e é um dos produtos mais vendidos da história da montadora sul-coreana no mundo, com mais 6,7 milhões de unidades comercializadas a partir do ano de 2000. A garantia é de cinco anos ou até o limite de 100 mil quilômetros rodados.

A expectativa da Kia é vender apenas 2.400 unidades por ano do Rio no mercado brasileiro


(*) Viajou a convite da Kia Motors