Se você abasteceu seu carro nesta última semana, ele já pode ter no tanque uma gasolina com novas especificações, de acordo com a Resolução 807/20 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
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A nova gasolina passa a ter mais densidade energética (fixada em 715 kg/m³), ou seja, fornece mais energia com o mesmo volume. O resultado é o menor consumo de combustível. Outro fator que contribui para a redução do consumo é a maior facilidade de vaporização da nova gasolina, que favorece a queima completa da mistura ar/combustível e eleva a temperatura do motor para a faixa ideal de funcionamento mais rapidamente. Vale lembrar que, quanto menos se consome combustível, menos o veículo vai emitir gases poluentes e de efeito estufa.
2 Ela pode ser mais cara
O novo processo de refino da gasolina é mais caro, porém a Petrobras não precisou o quanto. “O ganho de rendimento de 5%, em média, proporcionado pela nova gasolina compensará uma eventual diferença no preço da gasolina, porque o consumidor vai rodar mais quilômetros por litro”, informou a empresa.
3 Ela evita a “batida de pino”
Outro aspecto que muda é a maior octanagem, agora fixada em 92 octanas RON (na verdade a Petrobras já está produzindo gasolina com 93 octanas, que será obrigatória apenas em 2022) para a gasolina comum. Na prática, a nova gasolina vai evitar a chamada detonação (ou “batida de pino”), que é quando a mistura ar/combustível sofre uma pré-ignição dentro da câmara de combustão, antes da centelha, descompasso que pode provocar danos ao pistão, cilindro e cabeçote.
Se os motores modernos não tivessem um sensor de detonação, que atrasa o avanço da ignição, muitos motores já teriam “quebrado”. Acontece que, ainda que esse sistema te salve de um grande prejuízo, o descompasso de funcionamento do motor compromete a performance e aumenta o consumo de combustível.
4 Seu carro pode ficar mais potente
O uso de um combustível com maior densidade energética, além da redução da perda pelo descompasso do motor, vai resultar em um ligeiro aumento da potência do motor. De acordo com Everton Lopes, o aumento de potência também pode ser revertido na redução do consumo de combustível, pois permite que o motorista acelere um pouco menos.
5 Ela continua misturada com etanol
Criticada por muitos, a mistura da gasolina com de 27% de etanol anidro continua sendo feita. Segundo Everton Lopes, a solução do etanol traz várias vantagens, a começar pela segurança energética do pais, ao reduzir a dependência das exportações. Além disso, o uso do etanol reduz as emissões e aumenta a octanagem do combustível. A desvantagem seria a menor densidade energética do etanol, por volta de 70% em relação à gasolina.
6 Ela tem pouco efeito sobre carros antigos
O benefício da maior octanagem não vai ser percebido por quem tem carros mais velhos, principalmente os que trazem carburador, mas a maior densidade energética, sim, ainda que um pouco menos que nos motores mais modernos.
7 Ela não é aditivada
Os novos parâmetros da gasolina não eliminam a necessidade usar aditivos detergentes e dispersantes.
8 Ela é mais confiável
As especificações para a gasolina vendida no Brasil tinham uma falha ao não estipularem um padrão mínimo para a massa específica, que ficou em 715 kg/m³. Segundo Everton Lopes, a gasolina produzida no Brasil não apresentava muita variação. Mas, como não havia regulamentação, a gasolina importada acabava baixando a qualidade no momento da mistura.
9 Ela ainda pode ser adulterada
Na visão de Eventon Lopes, a chance de encontrar no mercado combustível adulterado não mudou. “A fraude é misturar à gasolina qualquer hidrocarboneto que queime, e isso acontece no posto. A distribuição é mais controlada. Então, o risco continua existindo”, explicou.
10 Como fica a gasolina premium?
A principal característica da gasolina premium é a alta octanagem, agora fixada em 97 octanas (RON). O percentual de etanol anidro também é um pouco menor, 25%. Para valer a pena, para obter algum benefício deste combustível, é necessário ter um veiculo de alta performance..