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Confira nossa experiência com uma Fiorino Trekking 1996 do acervo da Fiat

Picapinha tem visual descolado e deu origem às versões aventureiras. Com vidros a manivela, ajustes manuais dos retrovisores e direção sem assistência, vida a bordo não é das mais confortáveis

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Confira nossa experiência com uma Fiorino Trekking 1996 do acervo da Fiat
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Em meio ao lançamento da nova picape Strada, a Fiat nos cedeu uma unidade do seu acervo de “velhinhos”, uma Fiorino Picape Trekking 1996. O modelo é derivado do Uno e foi lançado em 1988, quando se chamava Uno Pick-up. Foi a partir de 1992 que ele passou a ser chamado de Fiorino

Vale lembrar que foi a Fiat que começou com essa “moda” dos comerciais compactos no Brasil com a picape City, derivada do pequeno 147. Os demais concorrentes só foram entrar nessa “dança” em 1982, com a chegada da icônica Ford Pampa e da VW Saveiro. A Chevrolet lançou sua Chevy 500 só em 1983.

Na linha 1996, a versão Trekking era a intermediária, se posicionando entre a Working e a LX. A cor divertida, os adesivos, os pneus de uso misto e os faróis auxiliares revelam que esta picape era mais voltada para o lazer. E este modelo 1996 já trazia a chamada frente baixa, que chegou a ser instalada como acessório por quem queria modernizar seu veículo da família Uno com a frente alta.

A caçamba tem bom espaço, com um acabamento bacana em madeira. A tampa traseira não tranca e, apesar do cofre do moto da família Uno ter um espaço reservado para guardar o estepe, o sobressalente fica no compartimento de carga mesmo. Seria apenas questão de estilo? Não. É que na picape existe uma barra estrutural que ocupa o lugar do estepe.

O interior tem bancos forrados em tecido com estampa descolada. Na cabine não sobra muito espaço para ajustes dos bancos, muito menos para bagagem. Os painéis de porta também trazem um tecido que enriquece o acabamento, mas o toque não é agradável.

O quadro de instrumentos não tem nem conta-giros, é só velocímetro e nível de combustível. E, para quem não gosta de se exercitar, é bom esclarecer que a direção não tem assistência, vidros são a manivela e os ajustes dos retrovisores são manuais. Também esqueça ar-condicionado, se quiser se refrescar abra a janelinha atrás dos bancos. Mas tem ventilador, e com direito a ar quente.

O motor é o 1.5 Fiasa tem 76cv de potência e bons 12.1kgfm de torque. Ele já tem injeção eletrônica de combustível, o que o torna muito prático, sem os aborrecimentos do carburador. O câmbio é de cinco marchas. E como é rodar com a picape?

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Divertido! O bom torque dá conta das subidas íngremes e dá agilidade, mas falta aquele desempenho final na estrada. Claro que optamos por não “moer” o carrinho. A suspensão é um pouco desconfortável. Os faróis iluminam pouco, sendo necessário apelar para os auxiliares de longo alcance, que, além de estilosos, realmente ajudam.

Esta unidade faz parte do acervo da Fiat que conta com 24 veículos refeitos. Segundo Ricardo Dilser, assessor técnico do Grupo FCA, este veículo foi comprado no mercado e restaurado dentro da fábrica dentro da máxima originalidade possivel.

Os componentes que não estavam mais disponíveis foram garimpados junto a fornecedores e lojistas. Os pneus de uso misto são da época e estão bastante ressecados. Mas, como estão fora de linha, foram mantidos. É bastante improvável que a quilometragem registrada no odômetro, com pouco mais de 18 mil quilômetros rodados, seja original em um veículo “de lida” em uso há quase 25 anos.

Ainda é cedo pra dizer se este modelo será um futuro clássico, mesmo porque ele ainda nem é colecionável. Mas, na época, você tirava onda com essa picapinha. Existia até uma versão MTV, quando ainda era descolado assistir ao canal. Com preço Fipe inferior a R$ 9 mil, pode ser uma opção legal pra ter um carrinho de estimação.