A Ford anunciou que encerrará a produção nas plantas de Camaçari (BA), Taubaté (SP) e da Troller (Horizonte, CE) ao longo de 2021. De acordo com o fabricante, a principal motivação seria a persistência do cenário da Covid-19, que estende a capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas.
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A Ford está se transformando em uma importadora de automóveis?Volume de vendas e estoque indicam que Citroën C3 e Aircross deixaram de ser produzidos. Qual será o futuro da marca no Brasil?A Ford vai realmente virar importadora ou já está de malas prontas?Com o fim dos modelos nacionais, como fica a cara da Ford no Brasil?O que representa o fim da produção da Ford no Brasil para o consumidor?Na prática, quatro modelos deixarão de ser fabricados no país: Ford Ka, Ka Sedan, EcoSport e Troller T4. Porém, os modelos importados continuam sendo vendidos por aqui, como a picape Ranger, o comercial Transit, os SUVs Territory e Edge ST, o esportivo Mustang e até o Bronco, que ainda nem foi lançado por aqui.
A marca também garantiu que manterá a assistência total ao consumidor com operações de vendas, serviços, peças de reposição e garantia para seus clientes no Brasil. Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, enfatizou que a empresa continua comprometidos com a região para o longo prazo. O fabricante ainda informou que continuará facilitando alternativas possíveis e razoáveis para partes interessadas adquirirem as instalações produtivas disponíveis.
A produção será encerrada imediatamente em Camaçari, onde os modelos da Ford são fabricados, e Taubaté, onde são fabricados conjuntos mecânicos. Mas, a fabricação de peças segue por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda.
Ao todo, 5 mil funcionário diretos serão impactados no Brasil e na Argentina, mas, no momento, sem fornecer informações específicas por localidade. Sobre os funcionários, a empresa disse em comunicado que vai trabalhar imediatamente em estreita colaboração com os sindicatos, funcionários e outros parceiros no desenvolvimento de um plano justo e equilibrado para minimizar os impactos do encerramento da produção. “A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, disse Jim Farley, presidente e CEO da Ford.
A partir dessa reestruturação, a Ford prevê um impacto de aproximadamente US$ 4,1 bilhões em despesas não recorrentes, incluindo cerca de US$ 2,5 bilhões em 2020 e US$ 1,6 bilhão em 2021. Aproximadamente US$ 1,6 bilhão será relacionado ao impacto contábil atribuído à baixa de créditos fiscais, depreciação acelerada e amortização de ativos fixos. Os valores remanescentes de aproximadamente US$ 2,5 bilhões impactarão diretamente o caixa e estão, em sua maioria, relacionados a compensações, rescisões, acordos e outros pagamentos.
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