Vrum

Detalhando o monovolume - Avaliação técnica do Meriva Maxx 1.4

Motor 1.4 tem bom fôlego e é referência. Capacidade do porta-malas é compatível - Foto: BOM

Altura do solo
O cárter e a caixa de marchas têm chapa protetora em aço e, com carga útil de 400 kg, não foram notadas interferências com o solo, numa condução usual e prudente, sobre piso mais irregular e ao transpor quebra-molas salientes.

Climatização
Apresentou um bom funcionamento, com boa distribuição de ar climatizado pelos difusores do painel, que têm ótima vazão e angulação. Não existem saídas específicas reguláveis para os passageiros de trás.

Freios
Apresentaram reações equilibradas e o pedal de freio tem boa sensibilidade. Não houve superaquecimento depois de uso contínuo, em longa descida sinuosa. O freio de estacionamento sustenta bem o automóvel carregado, em piso inclinado. Em simulação de frenagem de emergência (asfalto seco e molhado), com o veículo carregado e em velocidade elevada, a distância percorrida até a imobilização e a manutenção da trajetória, sem desvios, foi boa, apesar de não ter ABS.

Câmbio
As relações de marchas/diferencial atendem razoavelmente a dinâmica do veículo no uso na cidade e na estrada. A qualidade de engate é boa em precisão e o curso/posicionamento da alavanca é aceitável.

Vedação
Boa contra água e poeira.

Suspensão
O conforto de marcha é satisfatório, com pequena perda quando o veículo está carregado e com os pneus calibrados para essa condição de uso. A estabilidade é boa, com inclinação moderada da carroceria em curvas de raio curto e médio, feitas no limite da aderência lateral.

Direção
A coluna de direção é fixa, mas está numa posição favorável.

Em manobras de garagem apresentou bom diâmetro de giro e, em curvas apertadas, boa velocidade do efeito-retorno. As cargas do sistema assistido estão muito bem definidas, com boa precisão em reta e curvas. O conjunto apresentou baixo nível de ruídos em curvas sobre piso irregular.

Iluminação
As luzes de cortesia estão presentes somente no porta-luvas e no porta-malas. A zona do teto tem iluminação satisfatória. O quadro de instrumentos, console central e interruptores nos painéis de porta são de fácil visualização noturna. O grupo óptico dianteiro anterior tem construção com dupla parábola e regulagem elétrica em altura em função da carga transportada. Apresentou boa eficiência, tanto no baixo quanto no alto, além de ter faróis auxiliares de neblina embutidos no pára-choque.

Estepe/macaco
A roda reserva não é em liga leve, mas tem pneu igual aos de uso.
O kit de troca (macaco/chave de roda) fica em bolsa carpetada, encaixado em suporte abaixo do estepe, dentro do porta-malas. Nas soleiras, estão indicados os pontos de apoio do macaco. A operação de troca é normal, mas é preciso retirar as tampas plásticas de acabamento dos parafusos.

Limpador de pára-brisa
As palhetas do pára-brisa trabalham cruzadas, varrem uma boa área e têm auxílio de esguichos, com quatro jatos de boa vazão. No vidro traseiro, a vazão do esguicho (de cima para baixo) é excelente e a palheta é de boa qualidade e limpa uma ampla área. O acesso ao reservatório de água, no vão do motor, é fácil.

Ferramentas
Tem chave de fenda combinada.

Alarme
A chave de ignição é codificada e tem proteção volumétrica no habitáculo, que detecta movimentos dentro do veículo, seja pela invasão através das partes móveis ou pela quebra dos vidros. Ao dar comando por controle-remoto, instalado na própria chave de ignição, os vidros sobem automaticamente. O sistema antiesmagamento funcionou bem.

REGULAR

Vão do motor
O resultado do isolamento acústico do vão, em relação ao habitáculo, é bom. O acesso à manutenção de vários componentes é limitado, devido à pequena área interna do vão e ao posicionamento mais baixo (que o usual) do motopropulsor.

Motor
O sistema Flexpower funcionou perfeitamente com álcool, gasolina ou a mistura dos dois.
A potência e torque máximo são muito bons para a cilindrada e arquitetura do cabeçote. Em função do peso em ordem de marcha (de 1.270 kg), a sua performance é discreta, mas com retomadas de velocidade e aceleração razoáveis. Com o veículo carregado e ar-condicionado ligado, a perda no rendimento é significativa. A sua dirigibilidade é apenas aceitável para essa proposta de motorização (1.4), quando numa topografia irregular como a de Belo Horizonte, e em rodovias com muitos aclives, onde se deve acelerar bem e trabalhar com o câmbio.

RUIM

Acabamento da carroceria
A qualidade final da pintura não é boa, pois contém vários pontos com impurezas. As lanternas traseiras não perfilam perfeitamente com a curvatura da carroceria. As quatro portas estão desniveladas entre elas e a carroceria. A extremidade do pára-lama dianteiro esquerdo está desalinhada em relação à base da coluna A. A tampa traseira e o capô estão descentralizados. Os faróis dianteiros têm montagem desigual na sua sede, devido à variação da folga fixa entre o capô e o pára-lama.

Nível interno de ruídos
Quando o carro trafega sobre piso de asfalto ruim, paralelepípedo e terra, surgem pequenos ruídos em todo o habitáculo. Com o veículo em alta velocidade o efeito aerodinâmico já é evidente a partir de 100 km/h.

EXTRA

Volume do porta-malas
O declarado pela fábrica é de 360 litros, o mesmo encontrado na nossa medição com o banco traseiro na posição normal e a tampa do bagagito fechada.

(*) Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan.
.