Trata-se de um fato que acontece com frequência no Brasil: a montadora demora tanto tempo para trazer um modelo produzido no exterior que quando ele desembarca aqui já tem outro novo lá. Com o Dodge Durango não foi diferente. A Chrysler fez o lançamento (oficial) do modelo 2013 no mercado em março e, nesse mesmo mês, lançava o 2014 no Salão de Nova York. Portanto, o modelo atualmente vendido aqui não passou pela pequena reestilização (da frente e traseira, incluindo faróis, lanternas, para-choques etc.), não tem câmbio automático de oito velocidades, painel com tela de 8,4 polegadas nem quadro de instrumentos renovado. O novo Durango só chega no segundo trimestre de 2014.
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Chrysler inicia vendas do Durango no BrasilTeste do Vrum: Dodge DurangoDodge Durango 2014Dodge apresenta linha 2015 do ChallengerAMERICANÃO Produzido em Detroit, nos EUA, o modelo é um típico utilitário americano. A frente tem a grade característica dos Dodges, com aquela enorme cruz e cromados por todos os lados. Destaque para os faróis com luz de xenônio de duplo refletor. A barra cromada em baixo reforça o estilo elegante.
CABE ATÉ A SOGRA Um dos problemas do Durango dá para ser percebido de cara: as suas generosas dimensões externas. Na estrada e na hora de transportar a família, é uma beleza, pois há espaço de sobra para quase todo mundo. Na segunda fileira de bancos, viajam com conforto dois adultos, pois quem senta no meio é incomodado pelo apoio de braço embutido no encosto e pelo formado do assento. Já a terceira fila acomoda bem dois adultos de até 1,70m, mas a entrada é um pouco complicada. O porta-malas tem boa capacidade quando se usam apenas as duas fileiras de bancos.
DESAJEITADO Mas esse abundante espaço interno custa caro na hora de rodar no trânsito urbano, onde quase tudo é apertado. É difícil encontrar uma vaga, assim como colocar o Durango nela. Ainda bem que o motorista conta com o auxílio dos sensores e da câmera de ré, imprescindíveis nesse carro; e o modelo tem um diâmetro de giro pequeno, o que ajuda bastante na hora de entrar e sair de locais apertados. A posição de dirigir é excelente e fácil de ser encontrada, pois existem regulagens elétricas do banco do motorista e da coluna de direção e duas memórias (que incluem rádio, banco e retrovisores), o que facilita quando o carro é dirigido por motoristas diferentes.
Está mais para um crossover
Apesar da tração integral, Durango tem pouca altura do solo e é melhor no asfalto
O interior tem acabamento de qualidade e mistura as cores preta (na parte de cima do painel e dos painéis de porta, no console e no volante) e bege (revestimento de couro dos bancos, parte de baixo do painel de instrumentos e das portas e no console), contrastando com detalhes imitando madeira (faixas centrais do painel e painéis de porta) e metal (volante, saídas de ar, aros dos instrumentos do etc.). O pacote de conforto é bom, mas deixa de fora o GPS integrado ao sistema multimídia e o fechamento dos vidros quando se aciona o alarme.
RODANDO O motor V6 3.6 Pentastar é adequado para a proposta familiar do Durango. Seus 286cv são aproveitados de forma bem razoável, pois ele mostra fôlego nas ultrapassagens e roda macio quando se quer passear e apreciar a paisagem. O câmbio automático está bem dimensionado e as trocas são suaves. Mas as respostas são um pouco lentas, mesmo quando se recorre ao kick-down (ato de pressionar a fundo o pedal do acelerador para reduzir marchas); e falta a opção de troca manual junto ao volante (só tem na alavanca). O consumo é proporcional ao tamanho (5,07m de comprimento por 1,80 de altura e 1,92m de largura) e peso (2.312 quilos) da “criança”: em estrada de pista dupla com pouco movimento, dois adultos e ar ligado, o computador de bordo registrou o pico de 8,9km/l. A suspensão é um pouco macia demais e não absorve bem as irregularidades do piso.
AVALIAÇÃO TÉCNICA
ACABAMENTO DA CARROCERIA
A qualidade da pintura é boa, mas o para-lama dianteiro direito apresenta imperfeições. As quatro portas têm pontos com desnivelamento entre si e a carroceria. O capô está desalinhado com a base da coluna A no lado direito e no para-lama esquerdo. REGULAR
VÃO DO MOTOR
O V6 preenche bem o vão, sendo limitado o acesso na parte posterior e nas laterais. O capô é sustentado por mola a gás e tem bom ângulo de abertura.
ALTURA DO SOLO
Não foram observadas interferências com o solo, apenas leves raspadas na aba plástica inferior do para-choque dianteiro em algumas situações. Com carga de 500kg e trafegando com prudência sobre piso irregular usual, ele passa bem. O veículo não tem chapa protetora inferior. REGULAR
CLIMATIZAÇÃO
O sistema é automático digital e funcionou bem. O painel tem seis difusores de ar, sendo dois na extremidade do console central e quatro no teto que proporcionam em pouco tempo a sensação de conforto no habitáculo. O condutor e o passageiro da frente têm a opção de regulagem diferenciada de temperatura. A caixa de ar tem sete velocidades e o sistema está bem vedado. POSITIVO
EMILIO CAMANZI TAMBÉM TESTOU O DURANGO, VEJA:
FREIOS
Os conjuntos dianteiro e traseiro estão bem dimensionados para o peso do veículo e a motorização. Em frenagens fortes na entrada de curvas, com o veículo em alta velocidade, não ocorre o afundamento exagerado do eixo dianteiro e a desaceleração é eficiente e linear.
CÂMBIO
O conjunto tem opção de uso manual sequencial só na alavanca principal. O sistema de tração 4x4 integral auxilia bastante no handling. As trocas são suaves e com boa rapidez. O quadro de instrumentos tem display de bom tamanho, informando a marcha e o modo selecionados. POSITIVO
MOTOR
Com carga e ar-condicionado ligado, o motor ainda rende bem e a perda na performance é pequena. Ele é elástico e o seu funcionamento, silencioso e sem vibrações. As retomadas de velocidade e aceleração são boas e proporcionam uma dirigibilidade prazerosa e segura. As curvas de potência e torque são muito boas. POSITIVO
VEDAÇÃO
Boa contra água. POSITIVO
NÍVEL INTERNO DE RUÍDOS
O efeito aerodinâmico é bem contido, mesmo em alta velocidade. Os pequenos ruídos no habitáculo surgem ao trafegar sobre piso de paralelepípedo, asfalto ruim e terra. REGULAR
SUSPENSÃO
O conforto para um utilitário dessa dimensão, peso e motorização é razoável. Há transferência das imperfeições em algumas condições de piso. A estabilidade é boa, mas limitada numa condução mais agressiva, na qual os eficientes sistemas eletrônicos de tração e estabilidade intervêm com eficácia. REGULAR
DIREÇÃO
A precisão na reta e em curvas agrada. O conjunto tem boa resposta e sensibilidade em rodovias, com o veículo em alta velocidade. O diâmetro de giro é razoável para as dimensões do conjunto roda/pneu (265/50R20) e a velocidade do efeito retorno, aceitável. O conjunto apresentou nível baixo de ruídos em curvas sobre piso irregular. POSITIVO
ILUMINAÇÃO
O quadro de instrumentos tem fácil leitura e iluminação permanente. Os faróis apresentam bom resultado em iluminação no baixo/alto. Há luzes de cortesia no porta-luvas, para-sóis, zona dos pés do condutor e passageiro e porta-malas. No teto, há três sessões com lanternas, todas com duplo spot integrado, sendo a central e a posterior móveis. O porta-garrafas do console central, maçanetas e porta- trecos das portas dianteiras têm iluminação. POSITIVO
ESTEPE/MACACO
O estepe está acondicionado sob o porta-malas, em suporte basculável, e tem roda em aço e pneu (245/65R18) diferente dos de uso. A operação de troca não é simples nem limpa. O acionamento do sistema de basculamento é por dentro do vão de carga. NEGATIVO
LIMPADOR DO PARA-BRISA
A área varrida no para-brisa por palhetas de boa qualidade é ótima, assim como o funcionamento dos esguichos (do tipo spray em V), que têm excelente abertura e vazão. No vidro traseiro, o sistema de limpeza é eficiente também, com campo de visão razoável. O acesso ao reservatório de água (que fica dentro do vão do motor) é fácil. POSITIVO
ALARME
Os vidros das portas dianteiras têm função um toque para descer/subir e o sistema antiesmagamento atuou com precisão. Existe proteção perimétrica das partes móveis, mas falta a volumétrica contra a invasão do habitáculo pela quebra dos vidros. Ao dar comando para travar as portas, os vidros não sobem automaticamente. REGULAR
VOLUME DO PORTA-MALAS
O declarado é de 490 litros (até o teto) e o encontrado (com a terceira fileira de bancos na posição normal e sem ultrapassar a cortina superior, e utilizando-se o fundo falso abaixo do nível da tampa superior) é de 272 litros.
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(*) Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan.
FICHA TÉCNICA
» MOTOR
Dianteiro, longitudinal, seis cilindros em V, 3.604cm³ de cilindrada, 24 válvulas, que desenvolve 286cv de potência a 6.350rpm e 35,4kgfm de torque a 4.300rpm
» TRANSMISSÃO
Tração integral e câmbio automático de cinco velocidades
» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, do tipo McPherson; e traseira, multilink / 8 x 20 polegadas, em liga leve / 265/50 R20
» DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica
» FREIOS
A disco nas quatro rodas, sendo ventilado na dianteira e sólido na traseira, com ABS
» CAPACIDADES
Do tanque, 93 litros; e de carga (passageiros e bagagem), 615 quilos
EQUIPAMENTOS
» DE SÉRIE
Freios ABS, airbags frontais, laterais e de cortina; controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, faróis com regulagens de altura, câmera de ré, bancos dianteiros ventilados, sistema de fixação de cadeiras infantis, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, ar-condicionado, direção hidráulica, ajuste elétrico da coluna de direção em altura e distância, bancos revestidos em couro, volante aquecido, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, rádio com MP3, Bluetooth e entradas auxiliar e USB, ajustes elétricos dos bancos dianteiros, volante multifuncional, teto solar com acionamento elétrico e DVD no teto com dois headphones sem fio.
» OPCIONAIS
Não tem.
QUANTO CUSTA?
O Dodge Durango é comercializado no Brasil em duas versões: a de entrada, Crew, que custa R$ 159.900; e a topo de linha, Citadel, que sai por R$ 199.900.
Notas (0 a 10)
Desempenho 8
Espaço interno 10
Porta-malas 7
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 9
Segurança 9
Estilo 8
Consumo 7
Tecnologia 9
Acabamento 9
Custo-benefício 7
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