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O Hyundai Veloster foi um dos lançamentos mais esperados de 2011 no Brasil e também umas das maiores frustrações da indústria. Os brasileiros esperavam pelo menos a versão 1.6 16V com injeção direta de combustível e 140 cv de potência, mas o que veio pra cá, era equipado com um modesto bloco 1.6 de 128 cv, o mesmo que equipa o compacto HB20 e que não condiz em nada com o estilo esportivo do Veloster. Bem procurado no início por causa de suas linhas arrojadas, o modelo chegou a ter fila de espera nas concessionárias, que cobravam ágio para entregar o carro para o consumidor. As vendas seguiram em ritmo razoável, mas numa linha ligeiramente decrescente, abaixo dos planos da Hyundai/Caoa e o grupo resolveu interromper a importação do Veloster para o Brasil por um período indeterminado.
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O Vrum procurou a Hyundai dos Estados Unidos, país onde o Veloster é vendido em três versões, sendo duas delas com o motor turbo, o mesmo que deverá equipar o modelo no Brasil. A divisão americana da montadora apenas informou que o Veloster Turbo é um modelo pronto para vender em todo o mundo, inclusive no Brasil. Voamos para Los Angeles, onde a Hyundai nos disponibilizou uma unidade do Veloster Turbo, a top de linha vendida na América do Norte.
A primeira boa surpresa foi saber que por aqui a Hyundai oferece todas as versões do Veloster também com câmbio manual de seis velocidades. O modelo disponibilizado ao Vrum é um automatizado de dupla embreagem e seis velocidades. Ao lado dele, um modelo idêntico, de câmbio manual. Pedi para dar uma volta, mas funcionária do marketing da montadora, escalada para acompanhar a reportagem, logo emendou: “O Veloster de transmissão manual quase não vende por aqui e essa versão não irá ao Brasil, por isso separamos um 'automático' para o seu teste”.
Vestindo o carro
No interior, quase não há diferença para o modelo que já conhecemos. No painel, uma central multimídia sensível ao toque e com tela de alta definição de sete polegadas, dá as boas vindas ao Veloster exibindo um reluzente logo da Hyundai e o desenho do cupê. Nos Estados Unidos, o navegador com três meses de atualizações grátis dos mapas é opcional.
O ar condicionado automático é um item a parte, com regulagem na própria tela, mas a unidade testada tinha o sistema convencional. A mesma tela reúne também as funções tradicionais de um computador de bordo e uma câmera de ré com gráficos do sensor de estacionamento traseiro.
Os bancos são mais esportivos e com as bordas largas, abraçam bem o corpo.
O som é um show à parte. É um sistema de 450 watts com oito alto-falantes premium, amplificador externo e subwoofer da conceituada marca Dimension.
Pegada esportiva
O motor é o melhor da festa. O propulsor 1.6 GDI (injeção direta de gasolina) Turbo, rende 204 cv de potência e torque de 27 kgfm inteiramente disponível aos 1750 rpm. Mesmo acoplado ao câmbio automtizado de dupla embreagem e seis velocidades, ele é muito abrupto, deixando a condução chata no trânsito urbano, especialmente nos longos congestionamentos formados na área central de Los Angeles. Com peso de 1.309 kg, ele vai da inércia aos 100 km/h na casa dos 7s.
Fomos em direção à Santa Mônica, pegando uma alça livre da rodovia, assim, o Veloster Turbo mostrou todo seu potencial.
A direção é direta e o volante fica mais firme em altas velocidades. Como é pequeno e leve na cidade, manobras são facilmente executadas, mesmo em espaços curtos, claro que o tamanho reduzido do carro, ajuda nessa tarefa. A coluna de direção abriga os comandos do sistema de som e do controle automático de velocidade.
A qualidade de construção é incontestável. A carroceria é do tipo monobloco, não existem rangidos em nenhuma situação, mas lembro que o cenário de nosso teste em nada lembra o que o Veloster vai passar no Brasil, exceto pelos congestionamentos. A suspensão mais rígida dá mais segurança na estrada, mas mesmo em pequenos ressaltos no asfalto dentro da cidade, passa um certo desconforto aos ocupantes e as rodas de aro 18 polegadas calçadas com pneus de perfil baixo, ajudam nessa sensação.
Desenho ainda é o grande diferencial
Apesar do motor Turbo mudar completamente qualquer visão estereotipada do Veloster que foi vendido no Brasil, o grande apelo do modelo continua no seu visual.
A unidade testada era equipada com rodas de aro 18 polegadas (de série nas versões Turbo), luzes diurnas de Led e faróis de xenônio, itens que reforçam o apelo esportivo do carro.
Segundo a Hyundai, o desenho do Veloster foi inspirado em uma moto, fato que gerou muita polêmica, principalmente no mercado brasileiro. Definitivamentre, não é um carro de 'meio termo'. Ou você ama, ou odeia o estilo.
Segurança
O Hyundai Veloster passou pelo crivo do rigoroso EuroNCAP, que testa a segurança dos veículos comercializados na Europa. Com índices de 96% de proteção para adultos e 89% para crianças, ele ganhou a nota máxima de cinco estrelas. São seis airbags (frontais, laterais e de cortina) e a coluna de direção possui sistema de absorção de energia, que diminui o risco de lesões nos braços em caso de colisão.
Há freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD. Particamente colado no chão, o Veloster não sai do 'trilho' nem mesmo em curvas mais fechadas e em velocidades mais altas, mas se você abusar um pouco mais, os controles eletrônicos de tração e de estabilidade ajudam a colocar a casa em ordem novamente.
Sucesso garantido no Brasil?
Cabe à Hyundai/Caoa definir um novo rumo para a história do Veloster no Brasil. O modelo só não vendeu mais por culpa do importador, que optou pelo pífio motor 1.6 de 128 cv. Aqui nos Estados Unidos, a versão mais barata já vem equipado com um bom motor 1.6 de 140 cv e injeção direta de combustível, o mesmo que era esperado para o Brasil quando o Veloster foi lançado, no final de 2011.
Ele poderá ser um fenômeno de vendas nessa nova versão Turbo, mas vai depender do preço que virá. Vendido por US$ 22,3 mil nos Estados Unidos, no Brasil ele deverá custar na faixa dos R$ 100 mil. Se a Caoa abusar demais no preço, o Veloster será novamente um mico no Brasil, pelo menos agora, um mico turbinado.