A principal mudança na linha 2015 da picape S10 está mesmo debaixo do capô: o novo motor 2.5 Ecotec Flex, que gera potências de 197cv (gasolina) e de 206cv (etanol). Ele entra no lugar do 2.4 nas versões intermediária (LT) e topo de linha (LTZ). O 2.4 permanece apenas na versão de entrada (LS), nas opções com cabine simples ou dupla.
SEM TANQUINHO O sistema de injeção direta também possibilitou aos engenheiros da GM eliminar o famigerado tanquinho do sistema auxiliar de partida a frio. A própria injeção com altíssima pressão e a compressão da mistura aquecem o etanol, possibilitando partidas com até 10 graus negativos. A modernidade do novo motor inclui também o duplo comando de válvulas continuamente variável, que, ao mudar o tempo de abertura e fechamento das válvulas, aumenta o torque e a potência conforme a necessidade do motorista, otimizando o consumo de combustível e reduzindo as emissões de poluentes. Embora não tenha engates macios e precisos, o novo câmbio de seis velocidades ajuda na tarefa de pão duro.
INOVAÇÕES As outras inovações do 2.5 Ecotec estão no eixo balanceador (para anular as vibrações), os pistãos em alumínio com pino flutuante e a bomba de óleo de vazão variável com dois estágios (que têm a função de reduzir o atrito) e o controle eletrônico da válvula de arrefecimento do motor (que possibilita melhor controle da temperatura no sentido de otimizar a eficiência energética). O propulsor, que está disponível nas versões LT e LTZ, só tem a opção do novo câmbio manual de seis marchas, que é uma evolução do câmbio de cinco marchas que continua equipando as opções LS com motor 2.4. As versões equipadas com o novo motor 2.5 e câmbio manual de seis velocidades podem ser equipadas com tração 4x2 ou 4x4, que tem acionamento por meio de seletor eletrônico no console central. Mas só vêm na configuração cabine dupla.
BALANÇO Se existe uma coisa desconfortável é uma picape média com a caçamba vazia rodando sobre piso irregular. Para tentar reduzir um pouco esse desconforto e deixar a picape mais estável em trechos urbanos, os engenheiros da GM promoveram uma recalibragem (que incluiu buchas mais rígidas) das suspensões dianteira e traseira e uma alteração na relação de direção, que ficou mais direta. Mas, na prática, o resultado não chegou a ser muito significativo em termos de conforto nos trechos de asfalto ruim e estrada de terra pelas quais rodamos. Por outro lado, o novo pacote de isolamento acústico deixou a cabine um pouco mais silenciosa. Outra novidade interna é a nova textura do painel e o revestimento na cor preta brilhante na moldura central do painel e nos painéis de porta.
EQUIPAMENTOS As listas continuam as mesmas, mas a versão LTZ (a topo de linha) ganhou assistente de partida em rampa, que impede que o veículo recue por alguns segundos quando o motorista tira o pé do pedal de freio em subidas para arrancar; e assistente de descida, que controla a velocidade em ladeiras íngremes sem a necessidade de intervenção do motorista. Também são bastante úteis a câmera de ré, que ajuda nas manobras, pois a visibilidade traseira é ruim; tampa traseira com chave (embora não evite o furto do estepe, que fica embaixo e precisa de corrente e cadeado); os controles de tração e estabilidade, que atuam como anjos da guarda em um tipo de veículo que não prima pelo equilíbrio em curvas de piso irregular; e regulagem interna de altura dos fachos dos faróis, fundamental em um veículo de passeio e carga. Mas faltam apoio de cabeça para quem senta no meio do banco de trás e protetor do vidro traseiro, para evitar que algum objeto possa invadir a cabine em caso de frenagem forte ou batida.