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Teste: Chevrolet Prisma Joy demonstra ter custo maior que o benefício

  A versão de entrada Joy traz as linhas antigas do Prisma, de antes da reestilização - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Já virou moda no Brasil. As montadoras lançam uma nova linha de um determinado modelo, mas dão continuidade à produção da geração anterior, com a carroceria antiga e conteúdo mais simples. Era para ser uma boa ideia, caso o preço fosse convidativo. Mas nem sempre isso acontece. A General Motors, por exemplo, lançou o novo Prisma com motor 1.4, mas manteve o antigo com o 1.0 de quatro cilindros, que foi recalibrado. A diferença de preço entre os dois é significativa, de quase R$ 10 mil, mas o conteúdo também é outro. Confira os pontos positivos e negativos do Chevrolet Prisma Joy 1.0.


O antigo sedã compacto da GM concorre com uma turma da pesada, alguns com motores mais modernos, 1.0 de três cilindros, que é o caso do Renault Logan Authentique, R$ 46.300, Volkswagen Voyage Trendline, R$ 45.350, e Hyundai HB20 Comfort Plus, R$ 50.065. Mas tem ainda o Fiat Grand Siena Attractive, equipado com o velho Fire 1.0 quatro-cilindros, R$ 43.590.
O Prisma Joy tem preço de R$ 44.490, e com pintura metálica, seu único opcional, chega a R$ 45.890. O velho motor 1.0 da GM tem potência máxima de 80cv com etanol e perde para Logan e Voyage, ambos com 82cv.

As rodas de liga leve podem ser compradas como acessório nas concessionárias - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
VISUAL Se, comparado com os concorrentes, o Prisma Joy é o que tem o visual mais ultrapassado, com linhas não muito modernas. Bem diferente da nova geração. A versão não tem farol de neblina, as maçanetas de plástico são separadas da fechadura e a traseira tem lanternas grandes. Um dos atrativos desse sedã compacto é seu amplo porta-malas, com capacidade de 500 litros, que acomoda fácil a bagagem da família. Poderia ser melhor ainda se a tampa não tivesse as alças tipo pescoço de ganso, que roubam espaço, e fosse revestida internamente.

Painel tem desenho simples e acabamento usa plástico duro por todos os lados - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Por dentro o sedã também é espaçoso, tanto na frente quanto atrás, onde o túnel do assoalho é mais baixo. Porém, ali só existem dois encostos de cabeça e o cinto de segurança central é subabdominal.
Os vidros traseiros não têm comandos elétricos, são movidos à manivela. O encosto do banco traseiro é inteiriço, impossibilitando diferentes configurações para o transporte de bagagens. E a visibilidade traseira é ruim, limitada. Os bancos dianteiros e o volante não têm ajuste de altura, portanto o motorista tem que ter a sorte de encontrar uma boa posição para dirigir. O puxador da porta do motorista e os comandos dos vidros estão mal posicionados, recuados.

No banco traseiro falta apoio de cabeça e cinto de três pontos para o passageiro central - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
O acabamento interno do Prisma Joy segue o padrão da concorrência, com muito plástico duro por todos os lados, mas ele tem materiais de texturas diferentes. O painel tem desenho simples, com central multimídia pobre e de conexão complicada. Mas, se servir de consolo, tem TV. Tem também a versão básica do OnStar, com contato direto com a Central de Relacionamento Chevrolet e localização e diagnóstico do veículo.
Os instrumentos são os tradicionais velocímetro, conta-giros, hodômetro e relógio, mas não tem computador de bordo. Tudo muito simples, o que deveria justificar um preço bem mais baixo.

Porta-malas é espaçoso, mas parte dos 500 litros de volume é ocupados pelas alças da tampa - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
DESEMPENHO O motor 1.0 é o quatro-cilindros antigo da marca, mas foi recalibrado para apresentar números de desempenho e consumo melhores. A GM vai na contramão da história e por enquanto não apostou no motor três-cilindros. Na prática, o 1.0 do Prisma Joy mostra-se fraco em baixas rotações. É preciso ultrapassar as 3.000rpm para ele apresentar respostas melhores. Com peso e ar-condicionado ligado ele perde em desempenho e apresenta consumo apenas razoável. Depois de embalado, o sedã até anda direitinho, mas o câmbio manual de seis marchas não tem engates muito precisos, atrapalhando um pouco na dirigibilidade. Mas as relações de marchas foram bem escalonadas.

O velho motor 1.0 quatro-cilindros foi retrabalhado para entregar melhor consumo e desempenho - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
O Prisma Joy é um sedã fácil de manobrar, com bom diâmetro de giro, e suspensões que privilegiam a boa estabilidade. Porém, é um carro mais duro, transferindo bem as irregularidades do solo para o interior, causando certo desconforto. Os freios, apesar dos tambores nas rodas traseiras, atuaram de forma eficiente.
Em resumo, o Prisma Joy tem cara antiga e conjunto mecânico com algumas modificações. Tem o espaço interno como seu principal atrativo e perde pontos diante da concorrência pelo conteúdo e desempenho. Se tivesse preço menor talvez teria maior poder de convencimento.


FICHA TÉCNICA

MOTOR – Dianteiro, transversal, quatro-cilindros em linha, flex, que desenvolve potências máximas de 78cv com gasolina e 80cv com etanol a 6.400rpm, com torques máximos de 9,5/9,8kgfm a 5.200rpm

TRANSMISSÃO – Tração dianteira com câmbio manual de seis marchas

DIREÇÃO – Pinhão e cremalheira, com assistência elétrica progressiva

SUSPENSÕES/RODAS/PNEUS – Dianteira tipo McPherson, sem barra estabilizadora; traseira, semi-independente, com barra de torção/ 5 x 14 polegadas de aço/185/70 R14

FREIOS – Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS

DIMENSÕES – Comprimento, 4,27m; largura, 1,70; altura, 1,47m; entre-eixos, 2,52m

CAPACIDADES
– Tanque de combustível, 56 litros; porta-malas, 500 litros; capacidade de carga, 375 quilos; e peso, 1.028 quilos.

CONSUMO INMETRO – Cidade: 12,9km/l com gasolina e 8,7km/l com etanol; Estrada: 15,6km/l com gasolina e 10,9km/l com etanol

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