A partir do lançamento do hatchback 208, a gama de compactos da Peugeot deixou de oferecer sedãs e peruas, sabiamente (do ponto de vista comercial) substituídos pelo SUV 2008. O modelo foi lançado por aqui em 2015, mas nunca se destacou no segmento dos SUVs compactos. Em maio, o 2008 ganhou uma reestilização leve. Ainda assim, a Peugeot afirma que o modelo é parte importante de sua nova estratégia no Brasil, que vive uma espécie de renascimento. Um dos desafios é reverter a má impressão a respeito do seu pós-venda, tendo até lançado uma campanha em que, caso o cliente fique insatisfeito com o serviço, não precisa pagar pela mão de obra (as peças, sim!).
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Honda HR-V 1.5 Touring mostra que cobra caro pelo o que ofereceChevrolet Equinox: SUV médio agrada pelo desempenho e vida a bordo Teste e vídeo: Renault Kwid Outsider é o aventureiro do mundo da fantasiaEnquanto isso, na Europa, uma nova geração de fato foi lançada, maior e mais vistosa, porém, convivendo com a anterior. Voltando ao Brasil, será que este pequeno “tapa” é o bastante para aumentar o volume de vendas do SUV compacto da Peugeot? O visual ficou alinhado com a linguagem de design dos demais modelos da marca, ganhando nova grade e novos capô e para-choque. As laterais têm molduras nas caixas de roda, tendo mantido a boa área envidraçada e o ressalto a partir da coluna B. A versão testada, Griffe 1.6 AT, traz de série o teto panorâmico de vidro, que não se abre.
O interior é praticamente o mesmo, com o pequeno volante e a alavanca do freio de estacionamento com formato original, que além de bonito tem boa ergonomia. No banco traseiro, o espaço é bom para duas pessoas, mesmo assim, sem muita sobra para as pernas. Os vidros traseiros só abrem dois terços. Apesar do excesso de plástico, o acabamento agrada. Os bancos são revestidos em couro e tecido. Tapetes acarpetados e apliques em couro nos painéis de porta dão um toque mais sofisticado. Mesmo guardando o estepe, o porta-malas tem bom espaço, com maior aproveitamento em altura.
RODANDO O motor 1.6 aspirado não tem brilho, e às vezes até deixa a desejar. É que a gestão padrão do câmbio automático mantém as rotações baixas, claramente focada no baixo consumo de combustível, que um ponto positivo do modelo. O entrosamento entre motor e câmbio desaparece em trechos com relevo acidentado, quando realiza trocas equivocadas, como engatar uma terceira marcha no meio de uma subida íngreme. Mas existe um truque para atenuar a falta de força do motor e as mudanças infelizes de marcha, bastando selecionar o modo esportivo da transmissão, que tende a manter os “giros” mais altos, porém, sacrificando o baixo consumo de combustível. As suspensões têm boa relação entre conforto e estabilidade. Já a direção tem assistência elétrica, leve em manobras e firme em velocidade elevada.
Apesar do design “clean” do interior, o apoio de braço do console faz falta em um SUV.
CONCORRENTES Entre os concorrentes, o Jeep Renegade Sport 1.8 AT (R$ 89.990), versão de entrada do líder do segmento, tem o mesmo preço e leva a mais rodas de 17 polegadas e controles de tração e estabilidade. O Honda HR-V LX 1.8 CVT (R$ 94.400) traz pacote semelhante ao do Renegade, mas custa mais. O Nissan Kicks SV 1.6 CVT (R$ 92.790) se destaca por trazer chave presencial para destravar portas e dar partida no motor por um botão. Já o Volkswagen T-Cross 200 TSI AT (R$ 94.490) traz seis airbags de série.
CONECTIVIDADE
O Peugeot Connect Radio funciona a partir de uma tela tátil de sete polegadas flutuante. A central multimídia não traz navegação nativa (por GPS), porém, é possível usar aplicativos do smartphone (pelos sistemas Apple CarPlay e Android Auto), que trazem esta função. A desvantagem é depender do sinal do telefone, que nem sempre está disponível. As mídias disponíveis são rádio, Bluetooth (com streaming) e entrada USB. Além de telefonia, o sistema ainda traz informações como computador de bordo, climatização, câmera de ré e configurações do veículo.
FICHA TÉCNICA
MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 1.587cm³ de cilindrada, 16 válvulas, flex, que desenvolve potências de 115cv (gasolina) e 118cv (etanol) a 5.750rpm, e torque de 16,1kgfm a 4.000rpm (g) e 4.750rpm (e)
TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio automático de seis marchas
SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, tipo pseudo McPherson, com molas helicoidais e barra estabilizadora; e traseira com travessa deformável, molas helicoidais e barra estabilizadora/de liga leve com 16 polegadas/205/60 R16
DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica variável
FREIOS
A discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira
CAPACIDADES
Do tanque, 55 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 436 quilos
EQUIPAMENTOS
DE SÉRIE
Airbags frontais, laterais e de cortina; ar-condicionado digital bi-zone; roda de liga leve 16 polegadas; teto solar de vidro panorâmico; sensor de chuva; sensor de luminosidade; sensores de estacionamento traseiro; faróis de neblina; câmera de ré; alarme; luzes de rodagem diurna; ajuste elétrico dos retrovisores; vidros elétricos dianteiros e traseiros; limitador e regulador de velocidade; volante com comandos integrados; barras de teto; moldura nas caixas de roda.
OPCIONAIS
Pintura metálica (R$ 1.290).
QUANTO CUSTA
O Peugeot 2008 tem preço inicial de R$ 69.990, na versão de entrada Allure1.6 AT. O pacote intermediário Allure Pack 1.6 AT custa R$ 79.990. A versão testada é a topo de linha Griffe 1.6 AT, com preço sugerido de R$ 89.990. Com o opcional disponível, a unidade testada custa R$ 91.280.
Notas (0 a 10)
Desempenho 7
Espaço interno 8
Porta-malas 8
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 7
Segurança 8
Estilo 8
Consumo 9
Tecnologia 8
Acabamento 8
Custo/benefício 8.