Falta de licenciamento, impedimento judicial, placa clonada… são vários os motivos que levam os veículos aos pátios do Departamento de Trânsito (Detran) da Polícia Civil de Minas Gerais. São cinco pátios de recolhimento na capital e 298 pontos no interior. Com tantas infrações a combater, esses locais vivem lotados: só em Belo Horizonte, são 13.026 veículos apreendidos. A maioria fica exposta ao sol, chuva e poeira por anos a fio. Entre tantos carros, utilitários e motos, alguns modelos chamam a atenção pela raridade. A reportagem do Vrum teve acesso ao Pátio de Recolhimento de Veículos do Olhos d’Água, na Região Oeste da capital e encontrou modelos inusitados à espera de resgate, seja do proprietário ou mesmo de um leilão.
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É o caso de um Fiat Oggi CSS, sedã derivado do 147, fabricado em 1985. Apenas 300 unidades foram feitas e uma delas padece batida e com falta de manutenção e apreendida por falta de licenciamento em Belo Horizonte. Pelo mesmo motivo está retido um belo cupê esportivo japonês Mazda MX-3 ano 1994. Contudo, o modelo que mais chama atenção dos funcionários do pátio é o Chevrolet Camaro amarelo 2011, apreendido em janeiro de 2014. O dono é um empresário preso por estelionato: ele fabricava cartões de crédito para compras no exterior. O esportivo americano padece coberto por poeira, inclusive no interior.
Para liberar o veículo, o proprietário deve pagar todas as multas de trânsito, taxas estaduais ou impedimentos judiciais que causaram a apreensão. Além disso, despesas da remoção e estadia no pátio. O custo do reboque para motocicletas e similares é de R$ 95,30. Veículos com até 3,5 toneladas pagam R$ 149,76 e acima desse peso, sobe para R$ 198,77. O valor da diária começa nos R$ 16,34 para motocicletas, passando por R$ 27,23 de carros e R$ 32,67 para veículos acima de 3,5 toneladas. Ou seja, caso o dono demore a recuperar seu bem, logo a conta a pagar será inviável.
LEILÃO
O proprietário tem 90 dias para liberar o veículo depois de ser notificado via correios. Depois desse prazo, o modelo pode ser leiloado. Até 2014, modelos com impedimento judicial só poderiam ser leiloados depois de decisão transitada em julgado. Com anos e anos de espera no processo, os veículos viravam sucata, além de foco de dengue.
Com a Portaria Conjunta 14 do Governo do Estado, Corregedoria-Geral de Justiça e Procuradoria-Geral de Justiça de Minas, o prazo fica limitado a 90 dias, a exemplo dos modelos apreendidos por irregularidades de trânsito.
O primeiro leilão de veículos com impedimento judicial aconteceu março deste ano. O valor arrematado foi destinado a uma conta judicial. Não há data do próximo em Belo Horizonte, mas existem editais em aberto para cidades do interior mineiro. Uma tentativa de diminuir o estoque nos pátios superlotados do Detran.
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