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Os microcarros e os brasileiros

Automóveis compactos eram solução encontrada por vários países europeus devastados pela guerra para viabilizar veículo de transporte quase tão simples quanto uma motocicleta

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Bizzarrini Macchinetta

De Bergish Gladbach, Alemanha - Nem sempre as raridades expostas num encontro são necessariamente grandes, sofisticadas, luxuosas, conversíveis, dispõem de motorzões e pertenceram a artistas, milionários, playboys ou dignitários. Nessa quarta edição do encontro do Schloss Bensberg chamavam também a atenção vários minicarros da década de 1950, uma solução adotada em vários países com a economia devastada pela guerra para viabilizar um veículo de transporte um degrau acima de uma moto. (O mais popular e fabricado em diversos países foi o Isetta, ou Romi-Isetta, no Brasil). Nessa categoria, o mais pitoresco exposto foi o Bizzarrini “Macchinetta”, unidade única construída por Giotto Bizzarrini em 1953 sobre uma plataforma de um Fiat Topolino com motorzinho de 30cv e apenas 500kg de peso. Quando Enzo Ferrari viu a “Macchinetta”, apaixonou-se pelo projeto e convidou Bizzarrini para integrar sua equipe. Outra curiosidade é o Meadows Frisky, um dos raros sobreviventes de cerca de 1.200 unidades produzidas na Inglaterra no fim da década de 1950. Motor de 250 cm³, dois cilindros, dois tempos, refrigerado a ar e 16cv. Já o Lloyd Alexander Frua coupé foi construído na Alemanha pela mesma fábrica do Borgward. Foram apenas 49 unidades, das quais apenas 16 ainda existem.

Puma GTS no rali, com jornalistas brasileiros

 

“CABINE” Talvez o mais exótico de todos os micro carros tenha sido o Scootacar Mk.1 produzido na Inglaterra no fim da década de 1950, com carroceria em fiberglass, motor monocilíndrico de 200 cm³, dois tempos, com apenas 2,21 m de comprimento, para duas pessoas. Não tem volante, mas um guidão semelhante ao das motos. E os dois bancos em fila também fazem lembrar as duas rodas. Seu aspecto estranho valeu o apelido (muito a propósito...) de cabine telefônica. Uma raridade da Toyota foi seu “Sports 800”, uma tentativa da marca japonesa de criar um esportivo acessível. O targa tem motor plano de dois cilindros, 790 cm³, 45cv e atingia 155km/h, nada mal para os padrões da época.
Entre os carros que participaram do rali, no sábado, chamaram também muito atenção, por serem desconhecidos dos colecionadores europeus, os modelos brasileiros levados para o evento pelo museu da Volkswagen em Wolfsburg: Karmann Ghia TC 1975, SP2 1974, Fusca 1973 e um Puma GTS, todos dirigidos por jornalistas brasileiros.

CONCEITO Protótipos e dream cars também ficam antigos... e chamam atenção. O Italdesign Machimoto foi um projeto de Giorgietto Giugiaro de 1986, uma espécie de sucessor dos buggies das décadas de 1960 e 1970. Foi construído apenas um exemplar sobre uma plataforma de VW Golf GTI de 136cv. Solução interessante no interior é que motorista e passageiros vão assentados como se estivessem em duas motocicletas em paralelo.